barata
Eu ia falar sobre a viagem a São Paulo que foi boa em muitos, muitos aspectos.
Mas aconteceu o seguinte:
Estava eu há HORAS no PC, quando me toquei a porta da casa tinha ficado aberta. Fui fechar, e entrou uma barata voadora. Uma barata nível 4, classuda, grandona. Dessas que seria do náipe de Eurico Miranda se fosse uma pessoa. Fumando charuto. Enfim, era uma dessas baratas que se você vacilar, cospem na sua cara. Um baratão.
Veio voando, bateu na minha cabeça, voltou para o seu vôo desconcertado e foi parar debaixo da prateleira. Achou que eu não vi. E ficou quietinha. Eu vi. Encontrei uma barata na cozinha. Eurico Baratão lá olhando pra mim. Juro que quase falei: "Você gosta dos Beatles?", mas desisti da idéia. Por medo da ridiculamente ínfima chance de alguém - de alguma forma - presenciar a cena. Ou talvez por medo da barata responder "Sim! Vem Kafka comigo".
O fim da história você já sabe: eu matei a barata. Mas ela tava embaixo da prateleira numa posição difícil de bater com um chinelo. Sem falar na marca de chinela na parede que não pega bem. Euricão satisfeito de charuto. Quietinha. Fui à pia a passos leves. Enchi um copo de água. Me aproximei como uma pluma e TÊI!!! Água na barata. Ou melhor: Splish (na parede) Splash (no chão).
A barata encharcada de perna pro ar se batendo toda. Peguei o tênis e dei pancadas suaves. Babality. Um "FINISH HIM" ia ser muita meleira. Com papel higiênico recolhi o cadáver e de hoje em diante sempre que o contexto permitir: água na barata.
desce, puta!
Boa notícia um: ACM Neto não vai ser prefeito de Salvador.
Má notícia um: Pode-se esperar de tudo de Geddel e o PMDB, o partido arroz. Um partido sem inimigos. Quem estiver na frente, eles chamam pra conversar? Parece com ACM? Hm.
Qualquer aliança agora é muito delicada.
Com o que eu sei, eu faria isso: Ligaria antes de tudo, para Hilton. Tentaria tratar ele como um ser humano razoável, com quem se pode dialogar. Conversaria sobre o que ele quer ser quando crescer, se vai se candidatar a deputado estadual ou federal, colocar as coisas em perspectiva, e tentar conseguir os 50 mil votos do rapaz no segundo turno.
Em seguida, para Imbassahy. O papo com Imbassahy iria para o lado da competência. Todo mundo sabe que o atual prefeito é uma laranja gigante, que o prefeito da cidade é o ministro. Mas ser ministro e prefeito ao mesmo tempo, dá trabalho, e JH acaba ficando sozinho, as vezes. Quem percebeu isso foi Mário Kbps. Mário Kruschevsks criou uma revista e um jornal SÓ pra falar mal do prefeito. Alguns telefonemas depois, vocês viram a revista dele com um 15 - TABÊIF - na capa. Mário é a outra metade do prefeito. Geddel comprou. Uma secretaria para o PSDB, para tentar os 100 mil votos que o rapaz conseguiu. A fala seria algo como: "Se você quer me ver trabalhando para melhorar Salvador, isso ainda pode acontecer: vote 13".
Mas ainda é pouco. Somaria mais ou menos 40%.
A saída é crer que quem votou em Imbassahy, votou de coração porque acredita mesmo no cara. Ele abandonou a própria campanha uma semana antes. E que quem deixou de votar em Imbassahy, votou no menino (acho). Assim, alguns 25, virariam 13.
Se quem deixou de votar em Imbassahy (pra não perder o voto), votou no 12, digo, 15, um apoio de Imbassahy desceria ainda mais redondo, porque colocaria essas pessoas em dúvida total.
Uma vinda de Lula a Salvador, ajudaria muito. O PT deve estar discutindo isso nesse momento, inclusive. Wagner, que faz a linha reconciliação, já soltou na imprensa que acha que Lula não deve vir. Isso, de fato, iria ajudar a complicar as coisas em Brasília. Mais quatro anos de João Henrique vai ser DOZE.
Um apoio do DEM a JH e as esperanças ficam miúdas. ACM Neto não atacou ninguém durante a campanha, o que virtualmente, o qualifica para qualquer aliança. Um surto de coerência, cairia muito bem.
Isso, claro, com o que eu sei. Mas o que realmente acontece a gente geralmente fica sem saber.