28.11.06
  oftalmocoisas

Desde muito pequeno eu uso óculos.

Lembro de fazer natação na Associação Atlética da Bahia, o que é do tempo que eu morava na Barra, o que quer dizer que é antes do tempo que morei na Pituba. Mudamos pra Pituba em 87. Tudo isso é na base do "muito provavelmente". Minha mãe lê meu blog e pode ajudar vocês com informações mais acuradas. Pois. Lembro de fazer natação na AAB, com minha forte bóia de braço, sair da piscina, me enxugar decentemente e recolocar meus óculos.

Eu devia ter 4 anos.

Nunca gostei de óculos.

Desde pequeno a lente do óculos já era grossa o suficiente para ser chamada de fundo de garrafa. Se não era, chamavam assim mesmo. Lente de hipermetropia é mais grossa do que a de miopia. Se não me engano, em todos os casos. E não deixa o reflexo cor-de-rosa.

Os primeiros modelos eram uns que davam a volta na orelha, feitos de metal, e terminada a volta na orelha tinha uma bolinha prateada. Parecia que eu estava de brinco. A voltinha existia para o óculos não cair e não quebrar.

Nunca furei a orelha na vida. Um guri de 5 anos se abala facilmente se todos os colegas menos lerdos que ele dizem que ele usa brinco. Eu sempre fui um sujeito "abusável". Todo mundo me abusa. Eu me importo com essas coisas.

Fora isso, a ponte que ligava as duas lentes machucava um pouco o meu rosto. Menino de apartamento, acostumado à vida mansa, me retava com o óculos, rumava no chão com toda a pouca força que eu tinha. A meta era estraçalhar armação e lentes. A armação chegava a quebrar. Provavelmente por conta do peso das lentes. Se elas são mais pesadas, é mais fácil de quebrar. Acho. Eu quebrava os óculos por causa da ponte e, ironicamente, por causa das voltinhas da orelha, que foram projetadas para que os óculos não quebrassem. Se eu visse um guri fazendo qualquer próxima disso hoje, mesmo sem ser da minha família, a vontade ia ser de picar a porrada.

Eu certamente apanhei pouco na minha vida.

Por qualquer motivo - provavelmente de ordem financeira - os modelos eram sempre iguais. Metálicos e incômodos. Em pouco tempo meu pai tinha um jogo de minúsculas chaves de fenda e não raro eu tinha um óculos vermelho com a perna azul e outra preta. Reciclagem foi a alma do negócio por algum tempo.

Usar óculos não era tudo. Minha primeira ou segunda oftalmologista me disse umas 80 vezes em um só dia: "seu olho direito é preguiçoso, não gosta de trabalhar". Olho preguiçoso não deve ser o termo técnico para o caso do meu olho direito. Deve ter um nome mais chique como oftalmolazyness. Alguma coisa assim. Ninguém nunca me explicou tecnicamente o que isso significa. As oftalmologistas seguintes (sempre, sempre mulheres) perguntavam: "você já ouviu falar sobre 'olho preguiçoso', Camilo?". Já. Então elas não explicaram. Meu olho direito é preguiçoso, e já aos 7 anos mais ou menos, eu teria de usar um tampão no olho esquerdo, para forçar o direito a focar as coisas corretamente. Usei o tampão por alguns dias no olho direito. Depois perceberam que estava errado e usei por meses, um tampão no olho esquerdo, como se tivesse um ferimento grave no olho. Esparadrapo, essas coisas. Quando eu corria no recreio, suava. O tampão começava a cair, eu ficava segurando o tampão com a mão por debaixo do óculos, mas não dava pra correr assim. A coisa do tampão não dava muito certo sem adultos por perto.

Em 1997, quando mais um óculos quebrou, por causa de uma bolada, ou qualquer coisa assim, tentei usar lentes. Um cisco entrou no meu olho. Meti o dedo imediatamente. Arranhei o olho, começou a sangrar. Estava na minha fase dramática e tive certeza que ficaria cego. Toda a parte branca do olho direito ficou vermelha. Depois coagulou, ficou preta, meio verde, muitos tons, e sumiu. Nunca foi problema na verdade, mas assustou bastante. Nunca mais usei lente. A experiência durou menos de três meses.

Um novo óculos. Talvez o primeiro realmente confortável. Ficou bem em mim. A essa altura do campeonato o grau já tinha aumentado bastante. O olho direito já batia os 5 graus, o esquerdo girava entre 3 e 4. Esse óculos eventualmente quebrou e passei a só usar óculos para ler. Deixei em casa. Usava na sala de aula. As vezes. Foi o que mais durou. Mas claro, acabou quebrando. Em 2003, fui vítima de assalto a mão armada na porta de casa. Entre os meus pertences, acharam que era uma boa idéia levar meus documentos, uma garrafa de plástico vazia e meus óculos de grau. Amadores.

Esse de 2003 tinha sido comprado a pouco tempo. Encarei o roubo como uma mensagem de Deus, que dizia para eu não usar óculos nunca mais na minha vida. De 2003 a meados de 2006 não usei óculos. Os graus continuaram altos. Conseguia fazer tudo. As vezes não tão bem, mas eu me virava. Acho que Deus estava certo e esse foi um bom período da minha vida.

Decidi enxergar bem sem óculos. Decidi juntar dinheiro para fritar meus olhos no laser e ter uma visão perfeita entre hoje e os 42 anos, quando voltarei invariavelmente às lentes. A doutora disse que para poder fritar os olhos, tenho de usar óculos por um tempo. Por causa do período que andei sem óculos, meus olhos estão tensos, rígidos, fora da posição normal. Isso impede a cirurgia. "Use óculos até seus olhos relaxarem". Não acontece em pouco tempo. Devo usar óculos por um ano, mais ou menos. Tenho levado a tarefa a sério.

Vou com o óculos para tudo quanto é lugar. Até para festas dançantes no Rio Vermelho. Onde o óculos podem eventualmente cair e ser pisoteado. Isso, claro, aconteceu. Levei o óculos para desentortar. Desentortou. No dia seguinte ao conserto, sem motivo aparente, uma perna caiu.

O óculos fica bem em mim com uma perna só.

Preciso arrumar tempo para consertá-lo de novo (sábado parece um bom dia), mas perdi a simpatia por eles. Um sentimento revival 87 ativou um "foda-se" cravado fundo em meu coração. Até lá continuo usando-o assim, saci, onde quer que eu vá. Continuo levando a tarefa da doutora muito a sério, rumo ao churrasco das retinas.

Já enxergo mal sem os óculos novamente. Não leio quase nada sem eles. Isso é provavelmente sinal de que os olhos estão relaxando.

Odeio óculos.
 
26.11.06
  links
Esta é uma semana complicada.

O clima 'corra para estudar para conseguir passar' somado a atribuições de trabalho para fazer em casa, fora o itinerário comum é como um vetor na mesma direção, mas em sentido oposto ao clima 'postar'.

Descobri esses dias, não lembro como, o Favoritos. É um blog de links... ahn... favoritos. E é excelente. Substituiu o Albino Black Sheep na minha vida.

Vìdeos do Jim Carey em começo de carreira, joguinhos esquisitos em flash, sites que são a cara de Pi, link pra site guia de manobra de skates, enfim, assuntos diversos.

Notem que o blog está no wordpress. Wordpress é um site que facilita a vida de quem não sabe PHP, e oferece uns plus a mais. Tem tutoriais e ferramentas diversas para que você programe seu site mais facilmente. Vanguarda.
 
20.11.06
  perini

Não lembro (ainda bem) quem disse que o acarajé da Perini é bom.

É estranho, mas faz sentido. Se você parar para pensar a respeito, vai ver que embora acarajé a princípio não tenha nada a ver com Perini, há um outro padrão nada desprezível relativo a esta marca: Nada que você já comeu lá é mal feito. É certo que eventualmente é doce demais e não se adequa ao seu gosto, mas não mal feito.

Seguro do resultado positivo desta experiência exótica, dei um passo adiante: comprei o abará e acarajé mais caros da minha vida.

A casquinhagem já estava no script. O "com camarão", pode-se traduzir em "com 6 camarões".

O abará não é desprezível. É isso que eu tenho a dizer do abará.

O acarajé no entanto merece uma lista longa de adjetivos. Fiquemos com os principais, ou preferidos: massudo. desdendezado. mole. sem graça. frio. tosco. Desrespeitoso.

O vatapá e a salada são burocráticos. Feitos com uma receita de Google, provavelmente, porque suingue-molejo-sabor, não tem. Como se fosse para cumprir tabela. Despertou uma lembrança gustativa guardada na ponta da língua e perdida nos anos: me lembrou da vez que comprei um acarajé na Paulista, em frente ao MAM e a "baiana" perguntou se o vatapá era com ou sem orégano.

A experiência foi péssima. Quem comeu comigo hoje passa mal. Verdade, juro.

Quando forem na Perini comprem tortas, mousses, sorvetes e et ceteras.

Não experimentem o acarajé.
 
19.11.06
  cinema bom
Pequena Miss Sunshine.

Pi recomendou esse filme. Uma meia dúzia de três ou quatro amigos também falaram bem.

Fui ver com Maria. Houve polêmica no lugar de sentar. Mais pra lá, mais pra cá. Ela cedeu com a condição de que no meio do filme, ela iria mais pra lá e eu teria de ir junto. Fiz que não tava nem aí, mas internamente concordei, que eu não sou maluco.

Os personagens são tão maravilhosos que a história se conta por si. No final eu ri tanto que chorei. É um filme de um humor fino, sem ser humor chato. Sem ser "piada de intelectual". Vai levando gostosa-levemente pelo filme todo, mas no final escancara, ultrapassa todos os limites e toda a audiência riu no cinema como se ri no teatro.

O filme é tão bom, mas tão bom, que Maria esqueceu de ir mais pra lá. Ficou mais pra cá mesmo, adorando.

O avô é um velho curtindo seus últimos dias, no melhor estilo livin' la vida loca. O pai é um idiota que vende programas de "seja um vencedor" - e acredita de fato na própria doutrina. A mãe, uma referência de sobriedade meio sem credibilidade (já que está compondo esse zoológico). O tio Frank vem morar na casa depois de ter tentado suicídio. O filho odeia todo mundo e não fala porque não quer. E a filhinha de 7 anos acaba de se classificar para ir à California, para uma espécie de concurso de miss infantil - o Little Miss Sunshine. Por um motivo ou por outro, vão todos à California.

Corre que tá no cemitério dos filmes: o Cine XIV, às 18h35, logo depois do expediente.

Estou dando sorte com os filmes.
 
18.11.06
  triste - menos, agora.
Os vigilantes de Salvador estão em greve.

O vigilante do teatro ainda está indo trabalhar. Conversou longamente comigo e uns amigos, ontem. Diz que o efetivo de policiais já foi maior na Bahia. Que teatros, praças como o Passeio Público, eram da área de cobertura da polícia militar. Com o passar dos anos, a quantidade de policiais diminuiu, a de vigilantes aumentou e hoje para cada policial na ativa existem pelo menos 2 vigilantes.

Aí os vigilantes estão em greve. Pediram 40 reais de aumento.

Em 2004, o vigilante do teatro ganhava 300 reais. Já recebeu dois aumentos. Um foi executado, em 2005, mas o de 2006 não. Ele continua recebendo salário de 2005, e na carteira de trabalho está registrado o salário de 2004. Os vigilantes pagos pela prefeitura estão com dois meses de atraso.

Os patrões não estão muio interessados em escutar. Ontem um dos nossos vigilantes ligou para a empresa a que é filiado e o recado era esse: "Não venham aqui pra 'resolver' nada, que vocês não serão atendidos". Ainda segundo ele o abono por risco de vida é quatro reais e fração por mês. Então está certo que reivindiquem. E parece realmente que a greve se faz necessária. "Quando a gente deixa de trabalhar um dia, o desconto é de 52 reais. Mas se a gente ganhasse 52 reais por dia, tava ganhando quanto? Mil por mês".

A minha preocupação é a de todo mundo. Com a greve de vigilantes, o criminoso "profissional" e o ocasional vão ficar com um pensamento na cabeça: "hora de aproveitar".

---

A CUPIM Pão de Batata do Shopping Barra fechou. Tem Tinha uns tapumes com uma modelo plotada, no lugar onde antes ficava a lanchonete. Eu ia na CUPIM desde sempre, desde muito pequeno. Não me lembro se já existiu CUPIM em outro lugar. Sei que a loja era diferente, com mesa para as pessoas sentarem dentro da loja. Depois virou o padrão McDonald's/Pizza Hut de ampliar a cozinha e virar um balcãozão na frente.

O pão de batata por si já era é delicioso. Os sanduíches não já vinham vêm pré-mastigados-só-falta-engolir como na McDonald's, eram são sanduíches reais. Com carne mesmo, com tomate mesmo. E o pão era é maravilhoso, tanto que vendia vende puro. Só o pão.

A culpa provavelmente foi seria deles. A marca parecia uma coisa para toda a família antiga e sem graça já nos anos 80. Para o leigo, era de fato, um visual sem atrativos. O atendimento também não era assim uma delícia. A caixa conversava com o outro funcionário na hora de te atender, e era aquela descontração, aquela demora, uniforme sujo... Pois bem. A CUPIM para viver, teria que ter se reformulado e teria que entrar no século XXI. A tristeza mesmo é que eram excelentes sanduíches.

Existe uma remota/duvido muito/improvável chance de que esta reformulação esteja acontecendo agora, e POR ISSO os tapumes. Será? Sim, sim, sim! Pouco provável, mas possível!. Eu tenho esperanças.

A CUPIM não fechou. Mudou a marca, os uniformes, a tabela de preços, as fotos dos produtos, deu largos passos rumou ao século vinte e um. Estou plenamente orgulhoso. Só não fiz o test drive completo porque o dia foi para outro test drive, o acarajé da Perini. Tratarei sobre o assunto muito em breve.
 
16.11.06
  cinema
Então esse Os Infiltrados é um bom filme.

Sem citar exemplos, apenas uma impressão etérea, eu fiquei por algum tempo com a idéia que a revolução das telecomunicações prejudicou os filmes policiais. Como seria Cães de Aluguel com tecnologia tão fácil?

- Onde está o Mr. Blonde? Cadê ele?
- Ligou pro celular?
- Liguei, deu na caixa!
- Tem um PC aqui?
- Tem, lá atrás
- Olha aqui, o Mr.Blonde acaba de entrar no MSN.
- Manda ele vir pra cá, pergunta porque ele saiu atirando em todo mundo, caralho, nós deveríamos ser profissionais e não desligar nossos celulares. Fuck!
- Calma: tô vendo no Google o que eu posso fazer pra conter o sangramento do Mr. Orange
- Cadê o Mr. Blonde?!
- Olha só, a Reuters já está falando do nosso assalto, tá no site da AOL. Diz aqui que somos profissionais! Decente! E o Mr. Brown morreu, foi? Olha... O nome real dele era Quentin Tarantino...

Nesse filme, Scorcese atualiza as máfias. Coloca a tecnologia para trabalhar e faz isso muito bem. Não só no aspecto tecnológico, mas tudo que é velho ligado à máfia ganha uma nova roupagem. Marlon Brando vira Jack Nicholson... e funciona. Achei estranho Leonardo DiCaprio e Matt Damon no mesmo filme. Achei que eles se encaixavam na regra das duplas que não podem trabalhar juntos sem serem irmãos. Não sei se essa regra existe. Na minha cabeça existe. Você coloca Ben Stiller e Ben Affleck, Renato Aragão e Kevin Spacey, Danny DeVito e Mini-me, The Rock e Vin Diesel, Edilson e Donatello no mesmo filme... Você tem problemas. Você tem dois atores que têm o mesmo "tipo" de rosto, que preenchem os mesmo requisitos, mais ou menos. "Quem chamaremos para ser a gostosa desse filme? Liv Tyler ou Jennifer Love Hewitt?". Não pode ter as duas. A tese provavelmente se confirma porque os dois acabam aparecendo juntos poucas vezes e em uma sequência estão vestidos iguais, reforçando que são o mesmo tipo, o que deve ter alguma relevância semiótica.

O filme é bom. Saí satisfeito. A história faz mil curvas e você fica procurando a inconsistência, a falha que esculhamba a história e não acha. Se tem, é algo pequeno. O elenco é bom, o filme vai esquentando devagarzinho, fazendo a cama, e quando engata, vai tudo bem. Os fatos contribuem para que seja uma boa história, não é "de novo aquela história", é uma história original. Em dois anos as pessoas vão dizer: "aí acontece assim assim, que nem naquele filme, Os infiltrados...".

Vá ver.

Adendos: Scorcese pelo visto adotou Leonardo DiCaprio. Tudo bem com isso.

A projeção do Shopping Barra deixa o topo da tela fora de foco. Só a parte de cima da imagem. De um determinado ponto para baixo, tudo nítido. Dali pra cima: bizarro. Que proeza! Deve ser difícil fazer isso.
 
14.11.06
  gente
Trabalhar no Teatro Vila Velha me aproxima de situações curiosas, esdrúxulas, impensáveis e por vezes inacreditáveis.

Vamos falar hoje das situações imbecis que dão raiva.

- Camilo.
- Alô, Camilo? Alguém querendo saber sobre programação.
- Pode passar. (clicopft!) Alô, Teatro Vila Velha, boa tarde.
- Eu queria saber se tem peça aí amanhã.
- Amanhã será apresentada a peça Auto dos descaminhos, às vi------
- Que horas é?
- ...às vinte horas, no Cabaré dos Novos, da Companhia de Teatro Popular Santos em Cena.
- Quanto é?
- Sete reais.
- E é interessante?
- O espetáculo reúne histórias de personagens clássicos do sertão, discute questões morais com situaçõ------
- Mas é interessante?
- Como?
- A gente ri, como é?
- Bem, é uma comédia.
- E é boa?
- Eu não saberia dizer, não tive oportunidade de assistir o espetáculo. Eu posso te passar as informações que têm no------
- E os comentários?
- Como?
- O que as pessoas estão dizendo?
- Sobre a peça?
- É. É boa?
- Eu posso te dizer sobre o que é a peça, mas------
- O que as pessoas dizem nos comentários?
- Eu não sei.
- Ninguém comentou nada?
- Não comigo.
(silêncio)
- Ah... *resmungo incompreensível* (clanc.)

Eu odeio quem faz isso. Odeio quem faz isso. Odeio. Odeio. Odeio. Odeio. Velha filha da puta. Eu odeio você. Odeio profundamente, vá se foder.

Na verdade, ouvi um comentário sobre a peça. A pessoa disse, minutos depois da apresentação do espetáculo, com a voz elevada: "Mas é muito ruim. Acho que é a pior peça que eu já vi. Se a intenção do diretor é a irritar a platéia, então ele é muito competente. Se ele teve qualquer outra intenção... Bem, é o pior espetáculo que eu já vi."

Não é a minha opinião. Eu não vi o espetáculo. Soube hoje de outra pessoa que viu e cunhou o seguinte comentário: "É muito interessante!". Com exclamação. Então agora eu quero ver. Para saber.

Velha escrota filha da puta.
 
12.11.06
  sábado
Ganhei o sábado.

A oficina de teatro para iniciantes d'A Outra Companhia de Teatro começou, deu certo, tem 16 pessoas, até agora, fora os que vão querer entrar a partir do segundo dia. Deve bater em uns 18. Mas 16 já está ótimo. É uma boa vitória. Assisti à primeira aula. Os "meninos" (12 mulheres, 4 homens) se jogaram mesmo, aceitando a proposta, se jogando, foi muito bom ver.

Fiquei achando que a companhia toda deveria ter visto isso. Principalmente os preguiçosos.

Mais tarde, chá de casa nova de Ju. Apesar de ter ido com Maria, não levei presente nenhum. Quando tiver dinheiro, compro alguma coisa. Um Kandinski pra enfeitar a parede ou alguma coisa mais útil.

Depois, o meu novo herói Daniel Telles me convidou para comer uma bacia de puã de caranguejo na casa dele. Não caranguejo. Apenas puãs de caranguejo. Passei umas duas horas em silêncio, concentrado, trabalhando. Há muito tempo não comia caranguejo. Me fartei. Pela primeira vez me alimentei de fato, enchi o bucho com carne de caranguejo. Que feito maravilhoso.

Tenho lido Senhora de José de Alencar repetidamente.

Nunca mais li Malvados nem Girls with Slingshots que eu lia sempre. Alguma coisa quebrou o hábito.

Vou ler a nova revista piauí nº2, assim que chegar nas bancas de Salvador. Com sorte, antes do mês de novembro acabar...
 
6.11.06
  cinema
O albergue é, com folga, o pior filme do ano.

Perdi a vontade de ser feliz nessa vida.

Não vejam.
 
4.11.06
  sábado
O plano do sábado era assistir O albergue. "Esse é o filme que as pessoas saiam do cinema passando mal", me disseram. Neste sábado, toda a cidade assistiu O albergue. na Vídeo Hobby da Pituba, as dez cópias estavam locadas. Na pequenininha do Itaigara, outras seis na rua. Na locadora miudinha ali do Candeal, também, nada. Na GPW, todos fora. Na Casa de Cinema não tem O albergue. Fiquei de fora.

O dia, no entanto não perdeu completamente a cor. Vi um táxi batido na Av. ACM e outros (pelo menos) 6 táxis parados próximo ao local da batida. É verdade o que dizem: num acidente de trânsito envolvendo um táxi, quando perguntado, é melhor dizer que a culpa foi sua. Mesmo se você for um pedestre.

Acabei parando no cinema para assistir a O grande truque. Não chega a ser um grande filme, mas é um bom filme. Acima da média do que está atualmente "em cartaz" no cinema, com certeza. Me incomoda que o filme cria uma expectativa que não pode preencher sem ferir a realidade proposta. A coisa se emenda porque algo impossível acontece, logo as regras são quebradas. Isso é ruim. Mas as regras são quebradas elegantemente, pelo menos, e você pode continuar gostando do filme, apesar da transgressão.

Os detalhes são bons, as histórias são bem amarradas, a narrativa faz boas escolhas, a coisa toda é feita com respeito. O desfecho, no entanto, a última informação do filme, me leva a crer que esse diretor (o mesmo de Amnésia) vai passar a vida preso a truques e formatos que envolvam o abominável "final surpreendente".
 
2.11.06
  cicarelli
Ontem estava ouvindo um programa de TV americano que eu não sei qual é - em casa, ouve-se TV à maneira que as pessoas ouvem rádio. É um costume nosso. Olhar para a tela é facultativo. Para uns é complicado, mas nós estamos habituados.

O programa era um desses de dúvidas sexuais. "Como digo à minha namorada, sem magoar a coitadinha, que eu acho sexo anal uma coisa nojenta e que não vou fazer?". Veio então uma resposta cheia de dicas de estruturação do discurso e lógica de pensamento das mulheres, blablabla.

Já perto do fim do programa, liga uma mulher dizendo que o namorado quer transar na banheira, e que ela ouviu dizer que para tanto, precisava tomar algumas precauções. A pergunta por fim era: Como fazer na banheira de forma segura? Que cuidados eu devo tomar? A resposta foi uma surpresa (ao menos para mim). A apresentadora disse algo como:

"Não faça isso. Você pode brincar à vontade, usar as mãos, brincar de submarino, ataque soviético, Aquaman e o tubarão, Dori esquece, batalha naval, o náufrago e Wilson, invasão à Normandia ou qualquer brincadeira sexual que vocês consigam imaginar, mas não faça sexo - pênis e vagina, a definição clássica - dentro de uma banheira. Porque na banheira a água vai estar cheia de bactérias do mal, ou com uma quantidade grande de cloro. Essa água pode entrar pela vagina, pode chegar no seu útero e já aí causar algum problema. Mas pode ser que essa água vá parar no seu ovário (ela disse ovário ou trompas de falópio, não tenho certeza), e isso vai te causar um problema que se chama «nome complicado de problemas ginecológico bizarro». Você não quer isso, querida. Não quer mesmo. Diga ao seu namorado que vocês podem fazer sexo em pé no chuveiro, mas não na banheira, hidro, jacuzzi, piscina ou no mar. No mar nem pensar! Está bem, querida?". A ouvinte molhada agradece e logo desliga.

Imediatamente uma dúvida me assalta: será que Cicarelli sabe disso? O ginecologista dela certamente viu o vídeo. Deve ter pensado: "Mas eu não lhe ensinei nada, menina?".

Dani, se você estiver lendo, fica a dica. Se cuida, gata.
 
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