16.5.08
  atolado
Desgraçadamente ocupado. Infernalmente mau-dormido. Abuso de gerúndios.

Dias melhores virão.
 
11.5.08
  promoção
Itapoan de Caetano, me emociona profundamente. O jeito de cantar. A verdade do que é cantado. A cara-de-pau do que se canta. Tá gravada no Circuladô. Duas músicas instrumentais de Jarbas Bittencourt, amigo meu, me deixam meio em suspensão. Os nomes são Um Pouco de Paixão e Perfume de saudade. Duas músicas de trilha sonora que acho que falham como trilha sonora; são tão bonitas que se bastam. Uma cena pra acompanhar aquilo é um exagero. Basta ouvir. Cambalache cantada por Raul Seixas é a versão mais verdadeira que eu já ouvi da música - existem muitas-, a mais coerente. É ouvir e achar que estamos na merda. Não dá pra discordar. Since I've been loving you é o épico hard rock do Led Zeppelin mais marcante pra mim. É amor dramático, saturado, explodido, irreversível. Falta pouco pra sair sangue do disco. O Bolero de Ravel é bruto, marcial, e ao mesmo tempo delicado. Referência eterna. Perdi a conta das vezes que ouvi a versão de Peter Gunn do Emmerson Lake & Palmer, que é considerada uma versão tosca por muita gente, mas foi a primeira que eu ouvi. Todas as outras parecem meio incorretas. Essa tá cravada. Eles fizeram do jeito deles, e colocaram a marca deles na música. Pra mim, tem alguma coisa faltando ou sobrando na versão original. E nas outras todas. Eleanor Rigby não precisa de explicações. É a música mais triste e linda do mundo. Tenho certeza que até Vinicius de Moraes já disse isso, falta achar quem tenha ouvido quando ele falou. Try a Little Tenderness com The Commitments é uma aula de amor. Uma canção-conselho dogma que jamais passará despercebida. Máscara Negra de Zé Keti, na versão dele, é o blend mais preciso e equilibrado de alegria e tristeza que eu conheço. Uma obra prima.

A Nave colocou All My Friends do LCD Soundsystem nessa lista pessoal de músicas marcantes.

Surgiu a idéia de fazer o Baile Esquema Nave, uma festa de reveillon com DJs das duas festas misturando os dois climas. Com a disposição pra diversão que o reveillon provoca, tecnicamente tinha pouco pra dar errado, não fosse o fato de a escolha do reveillon ser extremamente pessoal e/ou envolver rituais de passagem diversos que dificilmente poderiam acontecer numa casa como a Boomerangue, de onde não se veria fogos, nem praia, e sim muita cerveja e pouco champagne. Aqueles que se sentem conectados com a energia positiva global no momento mágico da virada certamente estariam quebrando a corrente, fechados numa casa fumacenta no Rio Vermelho.

Pra nossa sorte muitos hereges desespiritualizados gostaram da idéia e a festa foi um sucesso.

Decidir fazer foi decidir não ir a um paraíso tropical com meus amigos, nosso ritual de passagem particular/coletivo que tentamos organizar todo ano. Muitos dos amigos que passam o ano novo junto não gostam de Nave. Ou de Baile. Ou dos dois. Ou queriam ar livre e rituais. Eu já sabia disso desde o princípio. Eles lá, de biquini e sunga bebendo na varanda a tarde toda, falando besteira e tentando se cansar da paisagem maravilhosa, e eu estressado enchendo bolas pra decoração.

Consegui me distrair no dia da festa. Não foi difícil, tinha muita coisa pra fazer. Muitos detalhes pra resolver. Entre uma coisa e outra, olhava pras paredes e via uns coqueiros. Tratei de me ocupar.

A festa começou, el Cabong abriu a pista de cima - começou pela pista de cima - um pouco depois das 21h (atrasou um pouco) com um set Baile. As pessoas estavam gostando, estavam animadas. 23h a pista de cima encheu e se bem me lembro, Amy Winehouse fez a transição pra uma pegada Nave no set. O povo aprovou, e já parecia um pico de festa, já nas primeiras horas.

Não consegui mais trabalhar. Não tinha mais o que fazer. Era esperar meia noite pra fazer a contagem - adoro ser o chato com o microfone - e começar a tocar. Como estariam as coisas com meus amigos? (aqueles que vêm primeiro no pensanmento). A gente nunca consegue reunir todo mundo. Estavam quase todos lá. Menos eu e mais umas três ou quatro dissidentes que preferiram apostar na festa. Celular sem sinal. Sem notícias deles. Fiquei alegre triste. Máscara negra. A festa já era um sucesso. Viva. E eu um pouco sozinho no meio daquilo tudo. Faltam 5 minutos pra meia noite. Começa uma música de um acorde só. Um rock que cresce como o Bolero. Um rock que adivinhou o que estava acontecendo e me pergunta: where are your friends tonight? e depois fala por mim: if I could see all my friends tonight, if I could see all my friends tonight, if I could see all my friends tonight, if I could see all my friends toniiiiiiiight.

Fa-fa-fa do Datarock foi a última música do ano, logo depois dessa. Me animou. Olhei pro relógio: meia-noite e três. Peguei o microfone e contei 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1. Feliz ano novo. Feliz 2008. Da pista emergiram muitos, muitos amigos. Foi lindo. Daí comecei a me divertir, e só fui voltar a pensar no mundo que existia fora dali muitas horas depois.

Nave passada quando el Cabong, de novo, tocou essa, chorei quase instantaneamente. Foi como ouvir Itapoan. Foi como acreditar em Since I've been loving you. Ouvir All My Friends vai ser pra sempre uma experiência forte.

Blame the DJ.

---

A nave de três anos que aconteceu sábado passado tinha uma promoção para as pessoas contarem suas histórias da Nave, e as melhores ganhavam ingressos e prêmios.

Lembrei tarde demais de uma história que foi realmente marcante e que não difama nem expõe ninguém.
 
2.5.08
  apontar e rir
Depois de muito tempo, porque eu gosto de ler sobre assuntos diversos e me divirto em alguns casos (admito) com a desgraça alheia, fui dar uma olhada na Revista da Metrópole.

O espaço impresso eleitoral gratuito bancado por Mário Quércia. Digo, Karts. Kertész. Enfim.

Claro, escolhi o texto de Juliana Cunha pra ler. Qual não foi minha surpresa ao perceber que na última edição havia não um, mas dois textos dela. Talvez três, não procurei tanto.

Mário sentou com JC e disse algo como: Ju, tenho uma tarefa complicada pra você. Preciso que você saia sábado à noite para 10 festas e eventos diferentes. Tire o que puder de informação deles nos 15 minutos que passar em cada um, e conclua, mesmo tendo estado em 10 eventos em uma noite só, que não há o que fazer em Salvador. Pra ninguém. A cidade é uma merda. E a culpa é do prefeito. Você pode fazer isso?

Claro.

A reportagem é cheia de "estilo". Citações que demonstram erudição questionável, suposta superioridade intelectual e uma quantidade razoável de piadas internas - ou uso de gírias muito pouco difundidas, enquanto a linha editorial da revista-panfleto é 'voltada para o povão'. Algo como "nós, aqui do povo, que usamos mesóclise e citamos Camões - jamais algo que não seja Os Lusíadas, ok? - como quem fala da novela".

Quando os entrevistados se mostram satisfeitos com as opções da cidade a reportagem contorna. Quando a menina que vende amendoim - a menina que vende amendoim foi entrevistada, ok, é uma revista popular, para o povo - diz que o largo de Dinha está cheio todos os dias, a reportagem encontra uma forma de rebater. Não tem mesmo o que fazer em Salvador. Nunca.

O melhor é o roteiro: Boomerangue (em dia de Nave, mas sem ver a Nave), Lotus, Tom do Sabor... Garcia? Itapoã? Ed Dez? Alguém? Nada. No fim do texto, uma parada num posto de gasolina no Imbuí foi o mais distante de uma classe média-alta salvadorense (SIC), por ser Imbuí - não por ser posto de gasolina que é o programa legal número um da nossa juventude motorizada. Poderia ter aproveitado que tava no Imbuí pra pegar o finalzinho do show de Serginho e a rapaziada na barraca K&K.

Eu gosto cada vez menos de Mário. Resta ainda algum respeito. Pouco. E a Revista da Metrópole é uma das maiores causas. É uma revista desonesta.

Sugestôes à reportagem:
Tentar concluir depois de terminar, e não antes de começar.
Se as pessoas ouvem suas perguntas, porque não ouvir as respostas?
Saia da Orla e encontre o que fazer todos os dias do ano, exceto São João.
Se quiser o que fazer pensando na classe média, pode admitir. Não é errado. Fazer o circuito classe média e dizer que NINGUÉM tem o que fazer, é estranho.

e mais importante:
Nunca mais ridicularizar e desrespeitar Virgínia Rodrigues.

Texto risível aqui: www.revistametropole.com.br

Porque perder tanto tempo com isso? Eu estou pessoalmente magoado com Juliana Cunha desde que ela terminou o blog dela. Era diversão para toda a família. Assunto para o almoço. Risadas intermináveis pra aliviar o estresse no trabalho. E o blog acabou. Daí me divirto falando mal das porcarias que ela escreve. Prometo não fazer mais.
 
1.5.08
  diplomacia
A diplomacia anula o post de baixo.
 
blog. só um blog.

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