alfabeto musical particular
(era clicando era baixando)01 De Leve - O Quê que Nêgo Quer
02 Dominó - Bum Bum
03 Digitalism - I want I want
04 Death from Above 1979 - Blood on our Hands (Justice Remix)
05 The Dead Billies - I'm a Monster Man
Conhecer o trabalho de
De Leve foi o repeteco de algo que sempre me acontece: descubro e me encanto com uma novidade quentíssima que foi lançada há uns... 7 anos. De Leve é um rapper com uma pegada particular, interessante, e bastante bom. O único problema é que ele acha que é muito melhor do que é, o que eventualmente prejudica o trabalho do rapaz. A música escolhida é da primeira fase, mais divertida, um pouco menos política. Tá no EP Introduzindo De Leve de 2001. O cara prega a pirataria e faz a parte dele: desde o princípio disponibiliza tudo o que faz de graça na internet. Ou quase tudo. A discografia completa, ele mesmo passa o link no blog dele:
http://www.mininova.org/tor/1528855Vocês lembram do
Dominó? Pesquisando músicas dos anos 80, encontrei um "the best of" que não sei se é oficial ou apenas uma seleção feita por um anônimo. Quase não consegui ouvir nenhuma música até o final, mas Bum Bum é irresistível. Não consegui localizar de qual das muitas fases é essa música. O grupo inventado por Gugu tem 13 ex-integrantes e (pasmem!) voltou em 2003. Não sei se ainda está na ativa.
Digitalism é um duo eletrônico alemão. Gostam de texturas, de trabalhos bem acabados, têm uma pegada bastante reconhecível e é uma banda bem esquisita. Eu gosto, mas as vezes acho que é uma "banda" super-estimada. A faixa escolhida, é uma das mais digeríveis e certinhas da banda, pra quem não conhece não se assutar tanto, de primeira. Estão escalados para o SKOL Beats em São Paulo esse ano. Espero conseguir estar lá para vê-los ao vivo.
Death from Above 1979, outro duo. Vida curta. Lançaram o primeiro EP em 2002, acabaram em 2006. Era um na bateria e nos sintetizadores, e outro no baixo. Estranho, né? Mas o som é legal. Os dois cantam. Quando se separaram - porque um queria de um jeito, outro de outro e não houve acordo - Jesse Keeler montou o MSTRKRFT com Al-P. Sebastien Grainger - o outro - agora é Sebastien Grainger and Les Montagnes. O primeiro e único disco chama-se You're a Woman, I'm a Machine (2004). Em 2005 saiu um outro de remixes, contendo esse remix do Justice que deixou essa música ainda mais pesada e irresistivelmente violenta
The Dead Billies era a melhor banda de rockabily do mundo até Glauber - vulgo Moskabilly -, o vocalista, se separar do grupo e acabar com a brincadeira. Por sorte, eram da Bahia. Dos três que sobraram, o baixista Joe Tromondo foi recrutado por Pitty. Morotó, guitarrista e Rex, baterista se uniram ao onipresente baixista CH e formaram a Retrofoguetes, que é a melhor banda de surf music do mundo. The Dead Billies lançaram dois discos: Don't Mess with the Deadbillies e um álbum póstumo, branco, que eu não sei o nome e nunca ouvi todo, mas João tem, então ouvirei logo, agora que eu lembrei disso. A banda tinha um defeito que era o repertório miudinho. O que não acontece com Retrofoguetes. I'm a Monster Man é a mais hardcore deles, eu sempre pedi nos (5) shows que eu fui e nunca ouvi ao vivo. Não sei o motivo. Por isso, com rancor, essa é a escolhida.
E este é o fim da letra D.
alfabeto musical particular
(era clicando era baixando)01 Chico Science e Nação Zumbi - Todos Estão Surdos
02 Calvin Harris - Acceptable in the 80's
03 Clor - Love + Pain
04 Crystal Castles - Love and Caring
05 The Chemical Brothers - Das Spiegel
Chico Science e Nação Zumbi você conhece. O que talvez não saiba é que eles gravaram Roberto Carlos pra uma coletânea chamada "Rei". Uma coleção bem estranha de artistas fazendo versões estranhas de sucessos do Robertão. Destacam-se, além dessa boa e desconhecida versão dos pernambucanos, a versão de Eu sou terrível feita por João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, e É Proibido Fumar, cantada pelo Skank - a única música do disco que eu conhecia antes de me esbarrar com ele. Essa versão de Todos Estão Surdos é relativamente desconhecida e interessante.
Calvin Harris é mais novo que eu. É um escocês que faz música sozinho no laptop. Daí tava fazendo um segundo disco em casa, feliz da vida, escondido, sem compartilhar com os amigos e a bagagem se perdeu no aeroporto. E lá se vai o laptop. E assim: adeus segundo disco. Coisas da modernidade. Isso foi em abril, agora. Não confiem em ninguém amiguinhos. O primeiro disco chamado "I Created Disco" é de 2007 e foi lançado depois que ele foi descoberto por alguém com dinheiro, no MySpace. Calvin Harris tem uma pegada bastante reconhecível e interessante. É bom ele inventar algo novo logo, senão enjoa. O remix dele de Great DJ do Ting Tings é muito bom. O mesmo para a canção chamada Michael Jackson dos The Mitchell Brothers. Essa canção escolhida é um hit da pista do século XXI. Dos grandes. Mas pouca gente viu. Vejam.
Clor era uma banda inglesa que lançou o primeiro disco em julho de 2005 e acabou em maio de 2006. Que vida. Ouvi pela primeira vez no carro de Moreno. "Esse é um disco que minha mãe largou aí. É muito bom". É mesmo. É estranho multi-gêneros bem feito, talentoso, propositivo. O nome do disco de 2005 é... Clor. Love + Pain é uma das músicas mais digeríveis, das que mais apresentam a banda. Dos disco todo, não gosto de duas. Isso é uma média bem alta. Um dos dois vocalistas está com um projeto solo chamado Barringtone que ainda não ouvi.
Crystal Castles é a banda mais escalde que eu conheço no momento. Love and Caring é das mais lights deles. Soa como uma experiência avançada em esquisitice, escaldação, naquele gostoso limiar de genialidade e bizarrice total. Eu acredito neles. Não é a toa que eles pegaram o nome de um jogo de Atari. O som é bem Atari (o vídeo-game, não confundir com Atari Teenage Riot). São canadenses: Ethan Kath e Alice Glass. Saem usando sample e imagem que acham na internet e são processados por isso. O primeiro disco, criativamente chama-se Crystal Castles (março de 2008) e é assustador.
The Chemical Brothers, se você não conhece, deveria conhecer, pelo maior hit deles: Hey Girls, Hey Boys de 1999, e o clipe fantástico da menina que vê pelas paredes. Ingleses também. É um duo de DJs, conhecidos pelas performances ao vivo - dizem que é mais que impressionante e muito interessante e trabalham juntos há pelo menos 15 anos. Michel Gondry gosta muito deles. No disco de 2007 - o sexto e mais recente - chamado We Are the Night, eles fizeram sucesso com uma canção chamada The Salmon Dance, que conta com vocais de um tal Fatlip (quem?). Das Spiegel certamente é melhor.
A minha própria banda se chama
Coletivo über Glam, o que a colocaria na letra C. Não conhece? Conheça:
www.myspace.com/uberglamEssa, amiguinhos, foi a letra C.
alfabeto musical particular
(era clicando era baixando)01 Britney Spears - Gimme More (camilofróes fade bye-bye jan mix)
02 The B-52s - Funplex
03 Black Alien, Speed e Tejo - Quem que Cagoetou
04 Brazilian Girls - Tourist Trap
05 Bonzo Dog Doo-Dah Band - Jollity Farm
Britney Spears dispensa apresentações (também). Esse foi um mix simples que eu fiz. O primeiro que tive coragem de tocar. Encontrei essa canção Gimme More (do Blackout - 2007/2008) em sua versão 'a capella' (a faixa dos vocais separada da base instrumental). Daí fiz um fade mix: ela começa a capella, e a base vai sendo ouvida aos poucos. Note que ela acaba de vez e abruptamente. O software que usei, descobriu que é pirata e não funciona mais. Daria muito trabalho corrigir isso, então te pedirei para ignorar essa falha de acabamento. O nome como está foi dado depois de eu ter tocado: foi na Nave de aniversário, abri meu set com essa canção. A reação de Jan, um dos donos da festa, foi me dar tchau e ir pra longe: daí ficou "(camilofróes fade bye-bye jan mix)".
Eu não conhecia
The B-52s. Já tinha ouvido falar, claro, mas não distinguia. Fernanda Popsonic, ouvindo o som de minha banda disse: "tem alguma coisa de B-52s, né?". E eu: "Bififtoquê?". Me comprometi a ouvir essa banda velha. Mal sabia eu, que eles estavam preparando material novo enquanto a tal conversa acontecia. Funplex é o hit do novo disco que se chama: Funplex (2008). Lançaram também um EP com remixes de Funplex feitos por: CSS, Scissor Sisters e Peaches. A original é melhor. Estou conhecendo a banda melhor devagarzinho. De fato, o som do Coletivo über Glam tem alguma coisa de B-52s.
Black Alien, Speed e Tejo fizeram essa espetacular canção que é Quem que Cagoetou. Quem não aprecia nada de rap, funk e/ou hip-hop carioca, pode pular essa. Não conheço tão bem quanto gostaria a história dessa música: chegou até mim através de Pedro e João, ouvindo-a no CD da Trip (2001? Não sei) - no tempo em que a Trip vinha com CD. Uma obra prima do gênero, relativamente escassa na internet, não é tão fácil de encontrar por aí. Então está aí disponível. Grande hit.
Brazilian Girls é outra banda que parei pra ouvir pelo nome. Tourist Trap está no disco Talk to la Bomb (2006), e tem uma introdução king kong muito legal. Sabina Sciubba, a vocalista e de alguma forma, líder do grupo é filha de alemão com italiano e fala italiano, francês, alemão, inglês e espanhol sem dificuldades. E canta nessas línguas. As músicas têm quase todas uma perspectiva dramatúrgica. Não são necessariamente histórias, mas de alguma forma, são narrativas. Uma sequência pensada com início, meio e fim, e não apenas como "letra e refrão". Devem lançar um terceiro disco este ano. A piada do nome parece ser apenas nonsense já que nenhum deles nem nunca veio ao Brasil. A música é exótica, interessante e as vezes muito legal. As vezes chato.
Bonzo Dog Doo-Dah Band, não precisa nem dizer: peguei pelo nome. É uma banda dos anos sessenta muito divertida. Do tempo em que todo roqueiro ouvia jazz e todo baterista tinha que saber rufar muito, muito bem. O som é totalmente debochado e essa banda precisa ser mais conhecida. Só tenho - por enquanto - o disco de estréia (Gorilla - 1967), e escolher uma música só foi difícil. Outras fortes candidatas foram: Look out, there's a monster coming; I'm bored; e The Intro And the Outro que é uma música de apresentação da banda. O vocalista vai descrevendo membro a membro, instrumento por instrumento, e fala de umas 72 pessoas. Aí vai falando de gente que não existe, diz que Eric Clapton é da banda, e assim por diante. Claro, a banda não era essa muvuca toda, eram quase sempre 5 ou 6. Jollity Farm foi a escolhida, não sei bem o porquê. Foi uma escolha difícil. Eu meio que sorteei. Enfim: é divertidíssimo. Em 2006 os vivos se reuniram e gravaram um disco ao vivo. Devagarzinho também, vou descobrindo mais.
Esta, amiguinhos, foi a letra B
alfabeto musical particular
Por ordem alfabética de nome de artista, vou fazer seleções de cinco músicas por letra. Com comentários. Sem periodicidade definida - como tudo na vida -, com a pretensão de ser um pouquinho legal. Não muito. Mas um pouquinho já basta. Letra A, vamos começar:
(era clicando era baixando)
01 Amy Winehouse - You're Wondering How
02 Airto Moreira - Let it out let it in
03 Asian Dub Foundation - Take Back the Power
04 Alien Sex Fiend - Stress
05 Autoramas - Digoró
A idéia da seleção é ouvir nessa ordem. A sequência foi de alguma forma, "pensada", também.
Amy Winehouse dispensa apresentações. Essa música é do disco 2 do Back to Black (2007). Meu amigo Pedro Guimarães me recomendou ouvir especialmente o disco 2, porque tinha músicas boas que não estão a boca do povo. Ou estão menos na boca do povo. Essa é uma das grandes e por isso está na seleção. Parece que ela vai para o Brasil. TIM Festival. Isso se não morrer ou encontrar Jesus até lá. Oremos.
Airto Moreira é um supermúsico brasileiro, gênio precoce - agora sessentão - que resolveu fazer a vida na gringa, e por isso pouca gente aqui o conhece. Gravou com Hermeto, Miles Davis, etc. Aquela coisa: o cara é um animal no jazz fusion, as credenciais estão todas lá, mas pra nós humanos - ouvindo como música "comum", não é tão extraordinário quanto o currículo faz parecer. É apenas muito bom. Tiro essa impressão dos discos que eu baixei, [Life After That (2003), Revenge of the Killer Bees (remixes do disco Killer Bees)(1998) e Homeless (1999)], que não empolgam tanto apesar de muito bem feitas. Essa, de todas, é a que eu mais gosto.
Asian Dub Foundation me fez pensar com bastante calma o que é dub. "O que é dub", aliás, é um debate que eu já presenciei diversas vezes. Conheci Asian Dub Foundation quando me chamaram pra ser DJ num show de duas bandas de reggae. Reggae é um dos meus pontos fracos. Tenho pouco, sei pouco. Baixei todo tipo de coisa. Caiu no meu colo esse disco Tank (2005). A música que abre o disco usa um loop de drumembêis. E eu que sempre pensei em dub como associado a delay e ópio. Vai saber. A banda é BOA. Essa não é a melhor música nem do disco, mas fica boa tocada depois de Let it out let it in.
Alien Sex Fiend é uma dupla (Nil Fiend e Ms. Fiend) completamente insana de 1982 que permanece até os dias de hoje. Baixei a discografia por engano (ah, a modernidade) achando que o nome da banda era Alien Sex FRIEND. Pensei "que nome legal". Quando vi que estava errado fiquei decepcionado. É como um Pink Floyd mais tosco e com muita anfetamina. As músicas mudam completamente no meio, como se fossem duas (ou três) músicas numa mesma faixa. Comentários de 14 segundos entre uma música e outra não são incomuns. Esta canção Stress é uma das poucas que dá vontade de ouvir de novo e que não te faz sentir que você perdeu uma parte importante da piada. É do disco Curse (1990). Drogas.
Não me empolgo com
Autoramas. Gabriel Thomaz tem um currículo melhor do que o seu trabalho autoral: compôs para Raimundos, Ultraje a Rigor e sua banda anterior era Little Quail & The Mad Birds(!). O jeito forçado médio-agudo de cantar não desce. Essa impressão não se restringe a essa banda, mas a toda uma vertente do novo rock nacional. Nesta canção, Digoró, no entanto, do disco Teletransporte (2007), os Autoramas mostram que andaram ouvindo Fausto Fawcett. Pra quem conhece Fausto, a referência é quase literal. Tem praticamente uma citação de Chinesinha Videomaker. O jeito de narrar. O tipo de viagem. A interferência feminina. Fausto Fawcett puro. Como fã de Fausto, gosto.
E esta foi a letra A.