nave e nova guiné
Aula de antropologia 4.
História da antropologia. Estudos das décadas de 30 e 40.
Descubro uma pista histórico-antropológica importantíssima.
Um ritual da Nova Guiné dos anos trinta pode estar vivo. Em Salvador.
Segue trecho revelador do texto:
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..o problema em torno do qual Bateson efetuou seus experimentos foi criado por uma bizarra cerimônia da Nova Guiné, chamada NAVEN, a qual era montada de tempos em tempos para o filho de uma irmã que tivesse feito algo digno de louvor. A cerimônia envolvia transvestismos e outras inversões impressionantes do comportamento normal. Por exemplo, o irmão da mãe da pessoa que está sendo homenageada vestia grotescos trajes femininos, oferecia as nádegas ao filho de sua irmã e representava o papel feminino num fantástico símile da cópula com a esposa.
Começarei imediatamente as investigações.
camisetas.
Camisetas.
Projeto meu e de João.
Encomendas pelo n00bwear@gmail.com
êne-zero-zero-bê-dábliu-é-á-érre
percepção
Hoje na aula de política a professora lança a mim um ohar de raio-x. Sinto a radiação.
O Arqueiro Verde diria: posso ter ficado estéril.
Desativa a visão e conclui: Você é de antropologia, né?
É.
Sabia. Eu olho, assim e já sei. Antropologia. Tá na cara.
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Medo.
entendimentos
As pessoas sabem Darwin. Raciocinam Lamarck.
Aprenderam, entenderam e acreditaram que as mutações e transformações não são orientadas. Que elas surgem. E se fizer diferença em termos reprodutivos e/ou relativo à sobrevivência, há uma tendência da nova característica se generalizar. Não existe a ação "adaptar-se ao meio" em 99% dos casos. É tentativa e erro. Claro que com primatas a coisa muda um pouquinho de figura, mas isso já é outra coisa.
Afirmações como "a mão serve para subir nas árvores", induzem ao erro. Em pouco tempo achamos que todas as partes têm funções definidas e específicas. Não têm. Os limites não estão traçados. Os bichos não têm manual. Daí alguém argumenta que tal parte do corpo serve para necessidades fisiológicas e não para fazer sexo. Aí os leões gays do discovery channel surgem e as pessoas discutem. Pra que serve o cu, afinal? E o erro está na pergunta.
A falsa ciência se espalha pelo mundo em relação às ciências sociais, a área de saúde, e outros. Ciência do computação nem se fala. Nada mais místico e ilimitado que um computador. Tudo - eu disse tudo - é possível com um PC. Aham. Então salvam-se as contas do orkut repassando e-mail para 87 pessoas, acredita-se que há uma razão natural para a proibição do incesto, que os homens são naturalmente chefes de família, ou que é natural que a mulher queira segurança [é porque a mulher engravida, né? Aí fica frágil, então...] e os homens sejam caçadores naturais.
A questão não é ignorância. Não é falta de saber. Os mais letrados também caem nessa.
Eu não consigo achar esse nó.
sonho
Como não lembro dos meus sonhos
nunca vale a pena deixar registrado.
Lembrança curtinha.
Eu estava num carro. Um carro bom. Desses que fazem você se sentir parte dele. Aquele banco é o lugar certo. É bom. Não é um carro, é um útero sintético. E com CD player. Era um carro desses. Eu ia no carona (nunca sonhei que dirigia) e meu irmão dirigia.
A luz do lado de fora é amarelada. O ambiente um pouco sepia. Só um pouco.
Devagar íamos, por um bairro residencial com ruas retas (coisa de sonho). Um sujeito negro, magro, estranho, camisa branca, cabelo curto, calça indefinida, passa correndo na frente do carro, da direita para a esquerda e salta. Não vai pra cima do carro. O vetor é perpendicular à trajetória que seguíamos e não houve choque entre o rapaz e o automóvel. Parecia ter uns 37 anos.
Ele vem correndo, antes que o carro o alcance, e salta. Um salto de filme, de mocinho fugindo da explosão. [comentário: nenhum herói tem queimaduras. Mesmo se sai de dentro da explosão. os ferimentos são sempre cortes e quando o filme quer ser mais realista, hematomas. Nunca queimaduras. E as roupas de amianto. Sempre. Devem comprar em Milão. Amianto Modas Inc.]. O salto é bizarro, não tem explosão, ele bate o braço no poste. Quebra o braço. Cai no chão. Anti-clímax. Meus sonhos são dirigidos pelo Tarantino com auxílio de David Lynch. Mas eles não se entendem.
Há uns anos eu vi um guri quebrando o braço na minha frente. Única vez que eu vi isso. A cara de terror do guri é inesquecível. Dois cotovelos, um braço. Ah! Agonia. Tropeçou, caiu, crec.
Nesse momento a noção de tempo se confunde. Repetições com perspectivas estranhas. Cores novas. O sujeito agora é branco. Roupa e idade as mesmas. O sepia some. Confusão. Coisa de sonho. Ele não grita. Nenhuma cara de dor. É uma cara de "merda, fiz merda". O carro pára, mas não porque freiou. Fica suspenso.
Não lembro mais nada.
Mesmo os meus sonhos que têm partes boas, têm momentos detestáveis. Não acordo bem quando lembro do sonho.
brinquedo
Ta vendo esse brinquedo?
No monitor do trabalho (17 polegadas) ele aparece maior do que é na realidade. Num de 15 deve ser mais próximo do tamanho real. Cabem 6gb aí.
Eu quero.
Eu tenho.
Ai.
Viva a tecnologia. Viva Ford, Adam Smith, Benjamin Franklin, o protestantismo, responsáveis pela exploração desmedida do homem pelo homem, viva as farmácias 24h, entrega em domicílio, viva a Tailândia, Taiwan, venda de passagens pela internet, pizza sabor hambúrguer de peito de peru e todas as coisas boas de verdade que só o capital faz para trazer felicidade ao mundo.
Amanhã eu volto a querer um mundo mais justo. Hoje prolongarei a felicidade.
Esse post é dedicado à srta. Kowalski
super lançamento
Agora que já está gravada, fonograficamente registrada e arranjada, é vai:
Arranje um retrato dela do tempo em que vocês eram felizes
Perceba que nos olhos dela já estavam os sinais da traição
Desenhe com caneta Bic um chifre e um bigode pra ela ficar feia
Recorte em sete pedaços e jogue na panela junto com o feijão
Tempere com pimenta a gosto que é pra que ela sinta o que é bom pra tosse
Adicione um CD pirata de Chico Buarque que ela te emprestou
Tempere com umas pilhas velhas do tipo alcalinas que é pra dar sustança
Misture com o Saramago que cê deu pra ela e ela não gostou
Mandinga pra deixar de gostar de mulher que não presta
É tão eficiente que não precisa nem rimar
Mandinga pra deixar de gostar de mulher que não presta
E se ela prestar...
Ainda assim vai funcionar.
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Era pra ser roquenrrô. Bebop. Ou surf.
Foi gravado como xote e vai abalar no São João.
Mas pode gravar de novo.
preguiça
Eu tentei bravamente enquanto deu.
Hoje, estou com preguiça. Das profundas.
hypes
Eu me deixo influenciar e sigo a moda. Geralmente com uns 3 anos de atraso. Algumas passam sem que eu perceba, e muitos anos mais tarde, numa conversa animada entre amigos, eu fico sem entender uma piada. É que eu não assisti a Curtindo a Vida Adoidado.
Basta dizer que eu fui reconhecer a existência de Friends na 8ª Temporada. Seinfield, só depois que acabou. Fui ter uma mochila Company na liquidação. Meu primeiro All Star é de 2006. Li Pedrinho e o Esqueleto aos 18 anos. Strokes, mesmo, só depois que a expressão "o rock pós-Strokes" já era difundida. Completei o segundo grau sem ter tido um único caderno Tilibra. No dia que eu subi as escadas da Lua Nova em pleno 1990, empolgado para mostrar ao mundo a caneta de doze cores... todo mundo já tinha. Hoje, claro, só Tilibra, All Star e Havaianas.
Como sempre, estou desatualizado. Descubro a existência do alechat e o Google me diz: "alechat is dead. get over it". Não assisto LOST, nem um pouco. Não assisto Bocão. Não reconheceria um Klaxon se aparecesse na minha frente e perguntei a alguém outro dia o que era Naked Tourist. É filme, é?
Eu gosto é de Prodigy, Jamiroquai e Beastie Boys. Essas coisas que já passaram. Das novas musas do verão, eu só sei quem é Scarlett Johanson. Confundo Jessica Alba com outras Jessicas. Simpson. Biel. Se aparece uma peituda na TV eu acho logo que é Jennifer Love-Hewitt. Sem muita certeza. E não sei o que vocês viram em Reese Whiterspoon. Nunca fui no Burger King.
Talvez eu seja um pouco ortodoxo. Talvez eu deva criar meus próprios hypes.
baêa 2 x 2
Ontem foi dia de Fonte Nova. Terceira ou quarta vez. Lembro de ter ido ver Flamengo e Bahia, quando ainda existia possibilidade de haver um jogo assim. Quem sabe daqui uns três anos eles se encontram na segunda divisão. Depois outro jogo. Tenho memória de dois jogos diferentes com meu pai. Um dia, com um amigo de quinta ou sexta-série, Bahia e alguém. Estádio cheio. Deu Bahia. E ontem. Ontem empatou, e deu Vitória campeão. Estádio é emoção demais, impossível não se envolver. Os torcedores saíram baixastral.
Depois disso bebemos demais e a ressaca me consome.
Outra coisa baixastral, além da tristeza dos baêa: o Pandora.com cortou a brincadeira dos safadinhos. Se você tenta acessar, recebe na cabeça uma mensagem dizendo que os advogados não foram espertos o suficiente pra liberar o melhor site de todos os tempos para o planeta todo. Apenas computadores nos Estados Unidos (ou com um proxy astral) podem ficar ouvindo músicas legais no modo 'surpresita'. Aguardemos a brecha na lei. How sad.
Hoje de manhã pensei numa coisa BEM mais legal que isso pra escrever. Mas passou.
?
Em maior ou menor intensidade, uma pergunta me acompanha. Diariamente. É na verdade a tradução de um sentimento, como o conflito do personagem. Todo dia, direta ou indiretamente eu penso:
o trabalho atrapalha os estudos, ou os estudos atrapalham o trabalho?.
Essa brincadeirinha de 3 turnos as vezes cansa um pouco.
nave
Dançando Timbalada na Nave. Adeus reputação.
it's so quiet
Tenho tido vontade de escrever, mas a cabeça não tem funcionado.
Depois de toda revolução vem um período de anarquia.
Deixa o povo voltar às fábricas para a produção reacontecer.