causos
1.Fui assistir a um filme no Orient Films no Itaigara. Primeira vez. Última sessão do domingo. À chegada, primeira boa impressão, a moça do estacionamento estava tirando um forte cochilo. Acordou no estilo Raimundão com a luz do carro. Entramos no soturno e deserto estacionamento do shopping. Vaga fácil. Ao sair do carro um barulho estranho, alto e constante. Parecia uma broca de dentista, só que gigante e mais grave. Descendo ao terceiro piso do shopping a confirmação: era uma broca de dentista gigante. 10 ou 12 operários com britadeiras arrancando os azulejos do lugar. Todas as lojas fechadas, os stands cobertos com lona preta. Onde estará o cinema? Passeamos um pouco apreciando a vista e a trilha sonora. Achamos o cinema. Os funcionários papeiam alegremente em frente à televisão. A gentil moça da bilheteria se apressa a informar que a sessão só acontecerá caso quatro pessoas, pelo menos, comprem ingressos. Éramos dois. Duvidamos muitíssimo que qualquer pessoa aparecesse naquele cenário de filme de terror. Achamos melhor alugar um filme.
2.Aos que desconhecem o fato, ostento neste momento um respeitoso bigode. Respeitoso mesmo. Encontrei rapidamente com a minha vózinha que abriu um sorriso de orelha a orelha. Disse que eu estava respeitável com esse visual de homem às antigas. O mais interessante sobre o bigode no entanto aconteceu durante o carnaval: estou eu olhando para o latão da Skol que tocava Fatboy Slim à toda, quando recebo um tapinha no ombro e ouço no meio da barulheira um "com licença". Dou licença. Quando dei por mim, tinha dado espaço a um PM. O primeiro da fila, que vinha passando com os coleguinhas. Levou um tempo ainda para cair a ficha que PMs não pedem licença. MUITO MENOS no carnaval. Só posso atribuir tal acontecimento ao bigode e ao amor dos polícia aos que são da corporação.
3.Reincidi em erros, esses dias. Discuti com uma daquelas pessoas cuja discussão jamais levará a lugar nenhum e quase sempre gera momentos desagradáveis. É aquela coisa: você bebe, acorda de ressaca e pensa, nunca mais vou beber. Mas não adianta. Não é como quando eu discordo com meu irmão, que a gente entende que não se entende e fica por isso mesmo. 5 minutos de silêncio, surge outro assunto e a vida continua com os dois achando que estão certos. Não. Nesse caso, com esse rapaz, se eu disser que o azul é lindo, ouvirei que também pode ser feio. Se eu disser que é feio, ouvirei certamente que o azul é lindo. Ele acha que é divertido desse jeito. Da discussão, que envolvia arte, Oscar e o papel do crítico de cinema surgiram inúmeros momentos que merecem ser eternizados no cache do Google. Escolhi um. Meu momento preferido:
"Se tem qualidade, é bom, então eu gosto. Se não tem qualidade, é ruim, então eu não vou gostar" [negando que possa existir algo de qualidade {artisticamente falando} que ele não goste]
Isso é provavelmente efeito colateral da Facom.
diário de carnaval
Dia 6
Terça foi o maior dia de carnaval.
Cedinho fui parar num barquinho, passear, ver o sol. Astral demais, bobeira, praia deserta numa ilhazinha que nem sei qual foi, dos Frades eu acho, ou era uma ponta em Itaparica? Sei lá. Sei que ficamos barquinhando, marinhando, almoçamos em alto mar, um bom camarão, fomos ver como tava o carnaval de tarde na Barra, charlando de barquinho e voltamos pra Ribeira.
Uma soneca de tarde pra recuperar as energias e fui procurar saber de Fatboy Slim na Barra. Tava marcado de sair 21h30, chegamos 22h00, e 00h00 o Bloco da Skol tava na rua e nós pipocando. Vi 78 mil pessoas conhecidas, falei com umas 15. Enquantoa atrasava, vi desfile de escola de samba do Rio junto com o Expresso 2222. Como bem disse Pi: "Astral, isso, mas eu sou contra. Uma vez é massa. Que não se repita!". Justo. Muito justo. Justíssimo.
Claro que entre uma coisa e outra, e outra, ouvi meus novos discos:
Coldplay - CastlesA mesma crise que tive com Red Hot. Onde estão as músicas boas do disco? É tudo embromação? É. "One I Love" é a mais legalzinha mas... Mas... Irrelevante depois de Parachutes e A Rush of Blood to the Head.
Yeah Yeah Yeahs - Fever to Tell / Show Your BonesKaren O., a vocalista, ouvia Elastica e gostava. Gostei bastante. Mas as músicas que eu mais gostei, já conhecia por aí. Quando tentam ser suaves e bonitinhos são menos competentes do que quando resolvem agitar de verdade. Boa banda. Fever to Tell, eu diria, é um pouquinho melhor que Show Your Bones.
We Are Scientists - With Love and SqualorConhecia umas três músicas do disco, encontrei pra baixar e me dei bem. Boa banda. O estilo não é forte e definido como Strokes, é uma coisa mais indecisa, lá e cá. As vezes dá muito certo, as vezes menos. Recomendo.
Móveis Coloniais de Acaju - IdemTodos que viram a performance ao vivo garantem que o disco não é um fiel reprodutor da empolgação violenta avassaladora provocada pelos móveis. Torço para que estejam 100% corretos. O disco é bom, a banda é boa, mas tudo soa um pouco verde. Verde ruim. Como o disco do Deadbillies que era mais lento, chato, bobo e feio do que aquilo que era Deadbillies de verdade. Acho que com o tempo, vou gostar mais desse disco.
Spy vs. Spy - Spy File, The Best ofNão é bom, não. Quer dizer, não consegui nem ouvir todo. O disco é um "The Best of" que não chama a atenção até a sétima música... Depois dessa faltam 10, ainda. Porra, não vou ouvir não. Depois dou outra chance a eles.
Úteros in Fúria - Womb in RageEu vi que tinha isso pra baixar, e não resisti. Acho que Ema me falava dessa banda, que é meio que o mito fundador do rock'n'roll da Bahia. Todos os "velhos", Pitty e companhia fazem referência a eles. E eu nunca vi ninguém falar o nome de nenhum deles. "Fulano da Úteros in Fúria", não existe isso. Sumiram 100%. Como se tivessem morrido num acidente de avião na Chapada Dimantina. Se é que nada assim não aconteceu. Esperava um negócio raivoso e ruim. É raivoso , em inglês (que é claramente uma saída pras letras ruins), hard rock, fakezão, chega a ser engraçado. Todas as músicas têm um riffzinho de guitarra repetido do começo ao fim da música, o que enche o saco. A execução, no entanto, é bem boa. Os caras ouviam muito KISS. Muito. Aerosmith, possivelmente. Talvaz Spy vs. Spy. Em uma música, eles viram punks (certamente a preferida de Pitty), em outra tentam ser blues, e a última é um belíssimo exemplar de hard-gay-rock que flutua entre Kenny G e Lion's Heart.
Bom, é isso. Depois ouço com calma
The Killers,
Kings of Leon,
Gwen Stefani em carreira solo e combinei de ouvir com o coração aberto, mais uma vez, a esse tal
Arcade Fire pra ver o que acontece.
diário de carnaval
dia 5
Segunda-feira foi o dia que chegou na tampa. Enchi o saco de ficar parado em casa no circuito sala-cozinha fazendo merda nenhuma. O que foi o dia certo, posto que terça tem passeio-da-proposta-irrecusável e Fatboy pra ver.
Ainda não ouvi tudo das minhas novas aquisições. Muitas coisas baixei na ânsia de ouvir na hora, outras baixei pela ordem alfabética, sabendo que o momento de ouvir viria mais tarde. A pedidos, impressões:
Red Hot Chilli Peppers - Stadium Arcadium - A e BOuvi no minuto em que terminou de baixar. Ouvi a primeira música e achei a típica música red hot morna. A segunda, a terceira, a quarta... Fiquei esperando a "Give it way", a "Around the World", a "Aeroplane" desse disco. Dos dois. Fui fazer outras coisas deixando o disco tocar, e a única que me chamou a atenção foi Tell me Baby do Disco 2, por causa do clipe que eu já tinha visto, que é divertido, mas a música também não é grande coisa. Fiquei decepcionado. Mas pode ser que alguma coisa se salve num terceira ouvida, em algum tempo. A primeira impressão foi péssima. Um lixo.
Arcade Fire - Funeral / Neon BiblePorque vocês gostam disso, rei?
5678's - Bomb the Rocks, The Early Days SinglesA primeira banda que Tarantino põe pra aparecer num filme é a cara dele. As outras músicas também achei tudo a ver com Tarantino. Bala demais. As músicas têm uma tronchisse natural como se as japonesas fossem um dedinho menos do que profissionais, e a qualidade de gravação não é top top, o que no fim, dá uma pimenta a mais ao som. As estruturas são bem parecidas, mas cada vez com referências diferentes. Adorei.
Lighthouse Familiy - Greatest HitsNão lembro quem foi que me disse que isso era bom. Veja bem, não é ruim, mas é um feeling muito específico. Tenho que ouvir com mais calma ainda. Não é um som pra qualquer hora. É um som assim lá, que pá...
Beastie Boys - Solid Gold Hits / Some Old Bullshit / Paul's BoutiqueEu acho Beastie Boys difudê pra caralho. A referência que eu tinha deles está toda em Solid Gold Hits. Intergalactic, Sabotage, Body Movin', Sure Shout, tal. Some Old Bullshit também é coletânea e é outra pegada, também muito legal. O Paul's Boutique é disco de 89, e é menos legal, porque repete mais. Queria ter conseguido o Ill Communication de 1994 e o Hello Nasty de 1998, mas sei que boa parte das coisas boas deles estão no Solid Gold. Se eu gostava, passei a gostar mais.
Elastica - ElasticaFale sério, Elastica é difudê demais. Connection é astral pra caralho. Já conhecia o disco. Tem outro, aí pelo mundo que eu sei, mas não achei. Bom pra caralho. Proposta sincera-honesta-coerente feliz da porra, bem executada demais.
The Chemical Brothers - Surrender / Push The Button / DopeA referência que eu tinha dos bróder era o Surrender, que tem Hey Girls, Hey Boys e outras músicas que eu conhecia sem saber. Os outros dois discos ouvi na correria, e é tudo música de doidão, né? Tem que ouvir bem devagarzinho. Falta a segunda, a terceira ouvida, mas eles são meio como Fatboy, eu me amarro em quase tudo.
Cake,
Blur,
Coldplay,
Fatboy Slim,
Jamiroquai,
Jackson 5, tudo eu já conhecia e gostava,
Casey Dienel e
Regina Spektor é música de menina pelas quais eu estou completamente apaixonado, vou pra Nova Iorque amanhã beijar os pés delas. Só o novo do Coldplay, Castles, que eu ainda tenho que ouvir com calma.
--- Estão vindo aí:
The Killers,
Yeah Yeah Yeahs,
Móveis Coloniais de Acaju,
Spy vs Spy,
We are Scientists e eu queria ouvir
Brazillian Girls mas os links todos tão fuleiros.
diário do carnaval
dia 4. Domingão.
Lighthouse Family, The Chemical Brothers, Casey Dienel, Beastie Boys, Creedence Clearwater...
A emoção carnavalesca do dia foi que precisamente na frente do prédio, pegaram um suposto ladrão. "Pega! Pega! Pega!", aquela porra. Vi isso acontecer em São Paulo na final da Copa de 1994. "Vamos comemorar na Paulista!" disse minha ingênua mãe para um Cacá de 11 anos completados no dia da grande final.
Em São Paulo surgiu um ladrão na multidão (e era ladrão?) os populares correram insanos como gnus. Se garantiram pela quantidade e o indivíduo naquele momento, era uma abstração. A massa era um corpo só. Bicuda no filho da puta. O cara deve ter morrido.
Aqui foi diferente. A multidão correu pra cima, mas não atropelou. A individualidade continuou prevalecendo sobre o coletivo. Chegaram uns 12 caras perto, mas ninguém encostava, deram uns empurrãozinhos de longe, desses de quem tá pedindo pra levar um murro. Todo mundo com medo do cara. O sujeito largou o que tava na mão, levou umas porradas, daí fez a mímica de quem vai tirar alguma coisa de dentro das calças (uma faca? uma arma?) e o povo deu espaço e ele saiu correndo, se safou.
Os paulistas são mesmo mais profissionais em tudo.
No mais, aquela bobeira linda, gostosa.
diário de carnaval
Dia 3
O sábado foi até agora o dia mais legal.
Descobri uma mina de ouro de baixar discos, e é minha atividade carnavalesca agora.
Vamos lá, em ordem alfabética:
Baixei uma coletânea do
5678's e um disco que não funcionou.
Os dois do
Arcade Fire.
The Best of
BlurDois do
Cake - Prolonging the Magic e Fashion Nugget
Parachutes e A rush of blood to the head do
Coldplay e tem o mais novo descendo agora.
Dois do
Fatboy SlimStadium Arcadium, do
Red Hot Chilli Pepperse três de
Regina Spektor: Songs, Soviet Kitsch e Begin to Hope
16 discos pro sábado. Sucesso. Fiz pouco mais que isso.
A lista é grande e vem mais por aí.
Terminei a matéria da Piauí. Um feito. Uma matéria em três dias.
Na madrugada, uns empolgados barulhentos encheram um pouco o saco, mas até que não foi muito.
As conversas com outros sem-carnaval terminaram de preencher bem o dia.
Mais boréstia prevista para o domingo.
diário de carnaval
Dia 2
Hoje teve mais barulho. Engarrafamento e buzina. Deu uma vontadezinha ligeira de jogar coisas nos carros.
Não saí de casa de novo. Fiquei lendo na Piauí um reportagem imensa sobre Lagos, Nigéria. Impressionante. O dia foi tão produtivo e agitado que não terminei nem isso, tamanho o ânimo de fazer as coisas.
Me chamaram pra descer na Barra. Neguei, convicto na minha abnegação.
Tédio absoluto. Descobri que fiz um "par" na Quina. Não ganho nada, mas renova as esperanças.
Dei uma acordadinha suave agora... Vou dormir de novo.
diário de carnaval
Dia 1
Dormi até 17h. Li minhas revistas que estavam por ler. Não tudo. Joguei xadrez pela internet. E sinuca. Gente da Jordânia, Porto Rico, Estados Unidos e Espanha. No xadrez perdi mais que ganhei. Na sinuca, ganhei mais que perdi.
Victão ligou fazendo convites irrecusáveis, como é de praxe de gente da laia dele. Não recusei. Excelente laia.
Até o momento, sem grandes incômodos. Alguma gritaria na rua. Alguns carros com som alto.
Tédio fantástico. Não gastei um real, hoje.
Vou agora comer mais um beijú e voltar à leitura.
Viva o carnaval.
rápido!
A brincadeira é visitar este site aqui:
www.festivaldeteatro.com.bre descobrir se encontra alguém que vocês conhecem na foto em destaque sobre a programação.
Rápido, antes que atualizem o site.
Ê!
quina
Nos seis jogos, um número.
27.
Nem primo é.
Vou descansar, no carnaval. Aqueles que moram aqui e puderem me acolher, agradeço. Eu lavo pratos, durmo no sofá e posso dar um jeito nos vírus do seu computador.
reloadeds
Voltei lá. As revistas que eu achei eram do Astronauta e do Penadinho. Tirei foto pelo celular. Não tenho as conexões necessárias para passar para o computador. São revistinhas de queima de estoque da editora Globo. Em promoção! Estão lá. Agora tenho certezas, provas, testemunhas!
Não ganhei na Quina. Não acertei um número sequer. Resolvi fazer mais uma tentativa. Tem sorteio hoje, fiz seis jogos, com números aleatórios. Em sonho, tive a revelação de que esse negócio de usar números significativos dificulta a tarefa dos controladores do destino, quando querem favorecer alguém. O negócio é atirar no escuro, na mais completa aleatoriedade. Fiz seis jogos e a lógica fundadora da coerência no conjunto dos números é o caos, primo do acaso, atualmente, meu bróder.
Encerra-se hoje a temporada de A Sacanagem da Outra, o quarto espetáculo dA Outra Companhia de Teatro, meu grupo de teatro. Estou cada vez mais satisfeito com o espetáculo. Quando estreou tinha problemas demais. Hoje, está mais acertadinho. Encerramos a primeira metade de temporada hoje, 1º de março retornamos às quintas-feiras do Vila.
carnaval
Não tenho dinheiro para este carnaval.
Não tenho dinheiro pra bloco, nem para viagem para longe, nem para viagem para perto. Mal tenho dinheiro para sair na pipoca do Me Ama, porque para suportar estar lá, ou mesmo gostar de estar lá, eu teria de estar muito bêbado. Não tenho dinheiro para estar muito bêbado.
Então joguei na Quina.
Quarta-feira tem sorteio.
E porque Quina e não Mega-Sena acumulada de 11, talvez 12 milhões? Porque não é assim que se barganha com as probabilidades e as forças ocultas do destino, amiguinhos. A meta aqui é bastante específica: resolver o carnaval. Acertando quatro dos cinco números da Quina, eu ganhos uns 3 mil conto, resolvo o carnaval e ainda compro cuecas novas. Isso estando claro, fica mais fácil que role uma fraude no painel do acaso a meu favor.
Ainda mais o jogo tendo sido todo simbólico e cabalístico! Vejam os números:
02 (Fevereiro),
15 (começa o carnaval),
19 (primo!),
22 (termina o carnaval)
e
37 (primo e ímpar ao mesmo tempo!)
Será? Será?
canções
.........................para Ticão.
A sapa na lava a pá, na lava parqua na quar, ala mara na bara da laga, na lava a pá, na lava a pá parcá na quar! Mas qua chalá!
É sepe né leve é pé, ne leve perqué né quer, ele mere ne bere de legué, ne leve é pé, né leve é pé perqué né quer! Mes qué chelé!
I sipi ni livi i pi, ni livi pirqui ni quir, ili miri ni biri di ligui, ni livi i pi, ni livi i pi pirqui ni quir! Mis qui chilí!
O sopo no lovo o pó, no lovo porquó no quor, olo moro no boro do logó, no lovo o pó, no lovo o pó porquó no quor! Mos quo choló!
U suou nu luvu u pu, nu luvu purcu nu cur, ulu muru nu buru du lugu, nu luvu u pu, nu luvu u pu purcu nu cur, mus cu chulú!
(e pra terminar)
A sepi nó luva a pé, ni lóvu parqué ni quor! Ula meri, no bura de ligó, nu lave e pi, no luva a pé, pirquó nu quar! Més qui cholú! Ah!
fotolog
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