31.1.07
  exemplos
Eu gosto de bons exemplos.

Um dos meus preferidos, é o gato de Schrödinger, mesmo sem eu entender completamente a função dele, por não saber nada de física. Para explicar um aspecto da física quântica, Schrödinger elaborou este exemplo: dentro de uma caixa completamente opaca e fechada, há um gato. Além do gato, há um átomo radioativo que tem exatamente 50% de chance de emitir uma partícula alfa no período de uma hora. E porfim, uma bomba de gás que é ativada ao detectar partículas alfa no espaço.

Se a bomba explodir, o gato morre. Senão, ele vive. Passada uma hora, o gato está vivo ou morto?

Se abrirmos a caixa descobriremos, mas até abri-la, a resposta é: o gato está 50% vivo e 50% morto. É uma perspectiva muito legal.

A proposta não é entender que o gato viveu ou morreu e você não sabe, mas justamente perceber que até que se observe o resultado, o gato está vivo e morto simultaneamente. É como se ele só morresse ou vivesse no momento da abertura da caixa. O resultado existe porque alguém observou, mas até lá, não há resultado.

Sem entender de ondas e partículas eu já acho isso muito legal. Aposto que se eu soubesse qualquer coisa de física quântica isso seria ainda mais interessante.

--

Um exemplo que eu realmente não gosto é o do copo meio cheio e meio vazio e suas variáveis.

Na aula de psicologia social, o professor pediu para imaginarmos nuvens brancas, nuvens pretas, e nuvens cinzas extamente no meio do caminho entre o branco e o preto. Em seguida, imaginar cabelos brancos, pretos, e cinzas exatos também. Então num joguinho de perguntas para a classe chegou à conclusão que o cinza do céu era visto como preto, e o cinza do cabelo visto como branco, mesmo que fossem exatamente o mesmo cinza.

Nenhum cabelo é branco e vai ficando preto com o passar dos anos. Assim como entedemos nuvens como coisas brancas, que eventualmente ficam pretas, então qualquer nuvem minimamente cinza será considerada quase preta. Dá para entender onde ele quer chegar, mas o exemplo é ruim.

Se Zezinho aparecer na sala molhado da cintura pra baixo ninguém vai dizer que ele está meio seco.

Logo, o copo está meio cheio.


 
29.1.07
  3 coisas, na verdade
Ontem pela manhã estive na banca do Shopping Barra. Eu tenho certeza absoluta de que eu vi revistas estranhas da Turma da Mônica. Muito estranhas. Eu vi revista do Astronauta, do Piteco e uma revistinha do Horácio. Eu juro. Devia ter comprado todas. Não tem registro da existência dessas revistas no site da Panini, NEM no seite da Turma da Mônica. Não achei no Google nada que chegasse próximo ao que poderia ser um dia uma revista do Piteco. Mas eu vi. Eu vou lá amanhã de novo e fotografar tudo. Li uma historinha da revista do Astronauta, eu tenho certeza.

Ontem vi um filme ruim (A Ilha) e em seguida, na bobeira do domingo, acompanhei a final do campeonato americano de patinação artística. Patinação no gelo. Surpreendentemente divertido. Claro que tinha a ver com o estado de espírito muito específico do momento, mas, muito divertido. E agora eu sei quem é Brian Boitano e me divirto mais cantando "What would Brian Boitano do" de Southpark.

Hoje de manhã comi banana amassada com mel e aveia. Meses que eu não fazia isso. É a "refeição" que mais me lembra a infância. Eu comi isso diariamente por muitos anos. Ou quase diarimente. Até hoje, começar a amassar a banana parece que vai ser uma tarefa difícil, que eu vou ter que fazer muita, muita força. Porque guri, realmente, eu suava. Diante da papa branca amarela marrom, adicionava aveia Quaker (nunca vi aveia Quaker ser usada para outra coisa), e em seguida mel. As vezes melaço. Nos dias de esculhambação maior, Nescau.

Essa coisa do Nescau era mais por vício. Com Nescau nem ficava tão bom.

Hoje de manhã eu fui um guri. Foi bala.
 
27.1.07
  google
O Google está dando mais passos rumo à conquista do mundo.

A prevista unificação de contas acaba de rolar, e descobri um novo serviço, que vem para tentar destruir o ZohoWriter: é o docs.google.com. Com as possibilidades de edição de um e-mail HTML e uns dois ou três plus a mais, você tem um editor de texto onláine, sem necessidade de programa instalado e acessível de qualquer PC ou Mac.

O ZohoWriter é bem mais versátil e compatível com mil tipos de arquivos, mas esse foi só o primeiro passo. Logo o Google vai tomar conta de tudo.

Eu tenho medo, Regina, muito medo.
 
22.1.07
  barrela e babel
Barrela é teatro. É peça de teatro com direção de Nathan Marreiro, com duas indicações ao Prêmio Braskem de teatro, montada originalmente no ICBA e agora em cartaz no Teatro Gregório de Mattos, de sexta a domingo às 20h. Descolei uns convites e fui ver.

Babel é filme, do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu. Chegou de avião esses dias no nosso cinema e tá em cartaz aqui e ali.

Não gostei dos dois, e os motivos são próximos.

Babel é bonito, bem feito, bom elenco, ok, ok. Tecnicamente, tudo ok. Quatro histórias em três lugares e tem um fato ou outro conectando todas. Os fatos eu vi. O tema, não. Muito bem, o nome do filme é BABEL, as pessoas não se comunicam, a humanidade é fria, distante, má e coisas ruins acontecem. Era pra eu sentir alguma coisa? Eu senti um enorme "e daí?". Muito mais do que qualquer dilema existencial contemporâneo eu senti um "quando estrangeiros se misturam, merdas acontecem, talvez fosse melhor cada um no seu cantinho". Sei que a idéia do filme não é essa, e sabendo que não é, busquei o foco, a reflexão, a emoção que Babel gostaria de ter trazido à tona e fracassou. Não achei. Saí pensando "e daí?". Não só as cenas e as histórias são fragmentadas, o tema é fragmentado e só consegui sair incomodado com a sensação de tempo perdido.

Barrela também. Muito bem executado, um dever de casa bem feito. È a história de seis presidiários da mesma cela: Portuga, Tirica, Bahia, Louco, Bereco e Fumaça. È noite, e estão hostis. No meio da noite, um novo colega de cela. Playboyzinho brigou no bar, só vai passar a noite na cadeia. Aí tomam o dinheiro, o cigarro e a dignidade do rapaz. Curram o menino. Logo depois um mata o outro. O menino é libertado. Fim da história. Ã-hã. E daí? Era pra eu sentir a desumanidade dos presídios, a que ponto chegamos, era pra eu me compadecer do menino? O texto é muito ruim e a direção não compensou isso, achando que o texto fosse bom. Do jeito que a história se passa, eu, espectador, quero mais é que o playboy se lasque. Quando ele aparece, eu já tenho muito mais simpatia por Bahia, Louco e Fumaça do que pelo playboy.

É isso. Me incomodaram os dois casos porque foram sofisticados e bem feitos para chegar em lugar nenhum e dizer qualquer coisa que não me interessa. Em Babel eu identifico as pequeniníssimas coisas que estão sendo ditas: americanos são bizarros, mexicanos é que são felizes mas são loucos, ser surdo-mudo é foda, ser criança e usar um rifle não é uma boa idéia, japonesinhas são maluconas... A conexão dessa miríade de situações e temas é frágil e não se soma num sentimento, num choque, num pensamento, numa idéia, num nada. Não pra mim.

Barrela: os presidiários fodem uns com os outros. Uns gostam. Outros não. As vezes eles se matam. Playboys são fodidos também. Fim.A mensagem é de igualdade? Há o incômodo pela história que queria me chocar e fez cócegas, e há a tristeza pela parte realmente incômoda do espetáculo, que explicarei agora: Em certa medida, Barrela é um peça "de participar". No princípio, eles brincam como se o público estivesse indo à cadeia no dia de visita e os guardas penitenciários gritam coisas como: "e nem adianta dizer que você é da Signs Now, ou que conhece alguém na Solução Visual! Vai ter que ficar na fila igual a todo mundo!" que é uma forma genial de anunciar os apoiadores. Daí separam homens e mulheres e mandam as mulheres subirem primeiro, os homens depois. Brincadeirinha divertida! Enquanto você sobe pro palco, os guardas gritam na sua cara. Ok. Alguém ultrapassou uma linha. Desnecessário, isso. Irritante. Na hora da saída outra escolha boba e irritante. Acaba a peça (meio sem final, o texto é mesmo ruim) e o datashow exibe "PROIBIDO APLAUSOS". Então o público sai em silêncio com os guardas do presídio gritando na sua cara de novo. Realmente, realmente desnecessário. Um personagem, um palhaço que grite na sua cara é talvez mais ou menos aceitável se houver uma justificativa muito convincete. Isso era realmente irritante e desnecessário.
 
20.1.07
  abandono
O blog tá meio abandonado por uma série de motivos. Entre eles, estou sem PC.

É isso.
 
10.1.07
  falta pouco


A ilustração não é de Angeli. É de Bocão. Rafael Borges. Dia 18 estréia. Estejam atentos.
 
5.1.07
  fama



Hoje, às 11h15 da manhã, sintonize a Rádio Metrópole para me ouvir falar. Estarei com Sheila, sendo entrevistado. Ela vai me perguntar sobre a programação do teatro, sobre meu espetáculo que estréia dia 18, e outros et ceteras. Nada combinado.

2

Frase do ano (até o momento): Si tutti cornutti portasse lampione, perqué illuminacione?

em italiano errado mesmo, que é mais divertido
 
blog. só um blog.

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