28.12.04
 
c a u s o . d e . h o j e

Zumbi, zumbi, zumbi.

Hoje eu tava zumbi no ponto de ônibus. Passei a madrugada elaborando projetos e tinha reunião de manhã. No ponto tinha um malucão esfarrapado com um saco com umas latinhas amassadas dentro. Tava agitado e queria um vale. "Tenho não". Queria mesmo. Encheu o saco. "Tou indo trabalhar, velho, tenho um vale pra ir e outro pra voltar, tenho vale não".

- A gente pede numa boa ninguém dá, aí se pega uma garrafa, diz que é miserável...
- Mas o que é que eu vou fazer se eu não tenho, velho?

Aí pegou uma garrafa. Inteira. Longneck. Antarctica, eu acho. Ele tinha falado qualquer coisa de garrafa antes de se dirigir até a garrafa e pegá-la do chão. Não fiquei com medo. Era pra ter ficado, mas não fiquei não. Ele ficou impaciente com a garrafa na mão, dando passinhos na minha frente. A moça do lado ficou nervosíssima, abriu a carteira, deu dois reais, pediu pra ele ir embora.

- E você? Nem um vale? Um vale? Um vale, porra?
- Ó velho, leve minhas moedas.

55 centavos.

Jogou a garrafa na grama atrás do ponto e saiu. Dentro da minha cabeça ficou um "chega ônibus, chega, chega logo". Não chegou. Ele atravessou a rua, encontrou outro malucão no mesmo estado dele, e saiu pedindo de um a um no ponto de lá. Insistente. O outro era maior e estava mais agitado ainda. Quando terminou com todo mundo de lá, parou na calçada, olhou pra cá, e vieram voltando.

Foi só quando ele terminou lá, na verdade, que eu fiquei com medo, que fiquei nervoso, que fiquei agitado. Que os pensamentos como 'que filho da puta, me ameaçando com uma garrafa...'. Mas imediatamente me dei conta que eu não sei reagir a essas coisas. Único soco que eu dei em alguém foi na segunda série. Última vez que eu deixei alguém com medo, ou fui ameaçador, foi quando puxar o cabelo ainda definia o vencedor do combate.

Disse à moça dos dois reais que ia embora. Fui embora. Fui atrás de outro ponto. Fiquei pensando na moça que sobrou, lá. No outro ponto, o ônibus tinha acabado de chegar. Tava morrendo de sono, e aí fiquei desperto. Fiquei agitado e com raiva depois que passou tudo. Fiquei puto até agora.
 
26.12.04
 
n a t a l

Ganhei presentinhos.

Teve um que se destacou, no entanto:

Quem Mexeu no Meu Queijo?


Já li, já corrigi minha postura perante o mundo e agora sou um empreendedor.

 
23.12.04
 
f r a s e

"Quando eu era pequena, ninguém deconfiava que ia ser má"


Ouvi hoje.

Assustador.

 
22.12.04
 
f a l a n d o . s o z i n h o

Uma coleguinha de curso apresentava o entendimento dela sobre um texto de Florestan Fernandez, quando uma outra colega, aproveitando a ausência momentânea da professora, se lança em um comentário mais ousado:

"Parece até que ele coloca como saída para o homem no campo, o desenvolvimento do próprio capitalismo, como se o capitalismo fosse a salvação para eles".

Eu sabia que um dia tocaríamos nesse ponto (lá ele).

Eu tive que questionar porque o capitalismo não é uma saída para o homem no campo. Muitos minutos de discussão atrapalhada se seguiram, a professora adorou o bate-boca, e no fim eu reformulei meu ponto de vista:

"Desde o início da disciplina, eu tenho entendido que as mazelas do capitalismo no caso do Brasil têm se dado muito mais por ser um capitalismo burro e incompetente do que simplesmente por causa do capitalismo. A lei de terras foi e é um equívoco, o confisco foi um equívoco, o plano verão um embuste... Uma coisa não me sai da cabeça: Jango foi acusado de ser um presidente comunista, e de acordo com algum dos meus professores, ele teria contra-argumentado dizendo que era tão capitalista, mas tão capitalista, que queria a reforma agrária. O capitalista competente beneficia o país! O problema são os estúpidos sem visão!"

Acontece - me disseram - que a meta do capitalismo é o lucro. E o acúmulo de capital sem fronteiras ou barreiras. Tudo pelo lucro, sem ética, de forma desumana e fria. Não há limites para esse acúmulo. A família do meu amigo Ermírio tem 25 bilhões de dólares de patrimônio pessoal. Para ele ter, alguém não tem. E nem que toda a família fizesse uma operação de mudança de sexo uma vez por ano, daqui para 2017, o dinheiro não acaba. E na estrutura do capitalismo cabe gente como meu amigo Ermírio, Soros e outras belezinhas.

Ok. Mas se os poderes públicos fossem competentes e se interessassem por uma política real de bem-estar social e o estado estivesse a serviço do povo de fato, e combatesse Ermírio, Soros, etc., ao invés de invejar eles... Existiriam problemas, mas em níveis menos escandalosos. Será? Não faz sentido?

O que eu quero dizer é que o problema é mais da conduta dos capitalistas do que das regras do jogo. Não é o capitalismo que é o mal do mundo. Os capitalistas filhos da puta que acumulam 25 bilhões e não investem na cura do câncer é que corrompem esse sistema que poderia funcionar.

No fim das contas, se o capitalismo fosse apenas uma hipótese (como é o Comunismo), eu poderia teorizar sobre como ele funcionaria bem! Eu diria: "Com a evolução desse sistema, as corporações capitalistas combaterão a pobreza, financiando constantemente os governos através dos impostos, afim de que não haja miseráveis e todos sejam livres e possam consumir. Sem consumidor não há capitalismo, e o miserável não consome, ou consome muito pouco e ainda gera problemas sociais (que causam instabilidade e deixam o mercado nervoso) por isso, enquanto houver miséria, haverá capitalistas interessados na melhoria das condições dessa população. Logo, não faz sentido que grandes bancos, redes de supermercados e produtores de feijão soneguem impostos. O imposto é um investimento! No bem estar da população que são clientes em potencial. É importante que sejam educados, que tenham saúde, transporte e moradia. É o mais perto que chegaremos do equilíbrio."

A única experiência socialista que se viu, há quem diga que 'aquilo não foi socialismo', porque os dirigentes corromperam a fórmula mágica.

Porfim, já foi. Almejar ser capitalista de fato é uma solução para o homem do campo sim, se ele se colocar no centro dessa transformação, como acontece no modelo do Rio Grande do Sul, se não me engano. Porque o melhor, já que não escaparemos de ser capitalistas, é ser capitalistas competentes. Capitalistas que atecipem crises e tomem providências racionais e não neo-liberais que ponham a culpa do apagão em São Pedro.
 
21.12.04
 
v e m . a í



Que legal.

 
19.12.04
 
n a t a l

Nunca gostei de Natal.

Acho a decoração Natal de Salvador fantasmagórica. E é a mesma, desde sempre.

Rituais de família...

Mas a coisa mais importante a se dizer é: essa decoração de Natal de Salvador é bem feia.

 
16.12.04
 
a n t e s
antes desse post, só uma coisinha sobre o ex-abará-atual-esquizo-em-crise: ele realmente me diverte. Onde quer que eu vá eu mostro os comentários dele, conto a história do sub-celebridade digital, porque no fim das contas, abará faz com que eu me sinta alguém. Eu sempre quis ser especial. As pessoas que dizem que eu sou o abará me superestimam, eu teria que ser mais esperto do que eu sou pra inventar um personagem tão esquizóide e complexo. Obrigado, abará. Por favor, não seja Vitão, mas revele sua identidade um dia. No Orkut de preferência.

t r a d i ç ã o

Estou convencido de que não satisfaço as condições mínimas para ser cidadão e poder gozar plenamente dos meus direitos. Embora eu tenha carteira de identidade (5ª via), CPF, título de eleitor, etc., estou convencido que de fato não faço parte da sociedade.

Estive ontem de manhã num determinado estabelecimento, que nem era o TCA nem nada, e tive de aguardar na recepção porque estava de bermuda, o que deve ser uma indecência e uma falta das mais graves, eu é que não sei. Cidadão que é cidadão não mostra a perna. Ainda mais uma perna peluda!

Perna depilada pode! As forças misteriosas do acaso sempre fazem com que nessas horas apareça na mesma recepção uma moça de chinelo de dedo, umbigo de fora e saia meio palmo querendo urgentemente falar com Rodomar, Anailda ou Clerisvelton. Saia pode. Bermuda é contra a moral e os bons costumes. É uma anticivilidade.

Mas acho que eles estão certos. Imagine o caos que seria se qualquer sujeito pudesse entrar de bermuda em qualquer lugar? Já imaginou? Já imaginou? Um traje adequado confere dignidade ao homem. Já imaginou o presidente de bermuda? Nem Lula! Nem Lula! Um calor desgraçado, e ele lá de paletó. Da próxima vez eu já sei, vou de vestido.

 
15.12.04
 
c a m i s a

89 VAI SER O OURO, MEU REI!


 
 
t i t i t i

Recebi uma mensagem no celular sem assinatura:

Nao me provoque!!!


Três exclamações, vejam bem.

Acho que foi abará que mandou, porque eu comentei que precisava aumentar a dosagem dele. E ainda acho (independente da opinião dos médicos).

Metade das pessoas que lêem esse blog acham que abará sou eu, o que faria desse post o auge da esquizofrenia. Não é o caso. Mesmo.

O caso é que abará as vezes é divertido, mas se vai começar a mandar mensagens pro celular já fica um pé no ovo, então gostaria de publicamente mandá-lo tomar no olho do cu. E se não foi ele que mandou, problema dele, tome no cu assim mesmo. Me sinto no pleno direito.
 
13.12.04
 
t r a n s e u n t e s

Hoje de manhã uma vovó me parou na rua. Evito ignorar as pessoas nas ruas por uma viadagem muito pessoal minha (o que não quer dizer que eu para pra falar esfarrapados com um caco de vidro na mão que me dão um 'psiu'). Se a situação parece não ser arriscada, vamos lá.

Ela me pediu pra escolher uma mensagem de Natal. Tudo certo. Escolhi. Li. Ela sorriu. Aí ela segurou no meu ombro, começou a dizer que se preocupava muito com a juventude, blablabalblabla...

É foda isso. Alguém te parar por muito tempo é insuportável. Até se a pessoa estiver te dando dinheiro, é muito chato! É demais. Que inferno.

 
10.12.04
 
s e j a . b o m
(frase que ouvi ou li por aí e não lembro a origem)

"Cuide bem dela porque namorada é só por um tempo, ex-namorada é para a vida toda"


Isso é que é filosofia.
 
7.12.04
 
c r i a n ç a s

Passei o fim de semana fingindo que era criança, pra aprender a lidar com crianças. Aprendendo musiquinhas e brincadeiras num sítio aqui perto. Maravilha. Dá pra esquecer do mundo fácil. Foi o fim de semana de preparação para ser Tio Cacá. Eu e outros 46 concorrentes nos divertimos a valer.

Tinha um que não parava de nos alertar sobre a natureza cruel de toda criança. Insistiu diversas vezes que não pode dar bobeira, porque as crianças são uma fonte infinita de malvadezas. Lembrei das minhas próprias maldades.

Na minha alfabetização, a professora Bete começou junto conosco a montar uma nave espacial que nos levaria a Júpiter um dia. Uma caixa de geladeira deitada na garagem da escola, onde as crianças podiam entrar em pé. Tinha janela, tinha adereços inúteis de isopor, tinha volante... Uma ou duas vezes por semana a gente descia pra garagem e incrementava a nave. Descobrimos a gravidade aproximada de Júpiter, a duração do ano de Júpiter, etc. Acho que estávamos na fase de pintar a caixa de geladeira por fora, quando eu e o filho da diretora num ataque de realismo egocêntrico concluímos que tudo não passava de uma grande bobagem. "Essa nave não vai pra Júpiter, mesmo".

Não era dia de brincar na nave, era outro dia da semana. Ele sempre foi mais violento do que eu. Tratou de pegar um banquinho amarelo esquisito (modelo de banco que até hoje eu só vi naquela escola e em nenhum outro lugar do mundo) e jogou na nave. O banco era pesado pra gente. Não foi muito longe e não fez muito estrago. Então chutamos a nave, até amassar e ser possível que pulássemos por cima dela. A partir das janelas, rasgamos a caixa. Pulamos em cima de novo, rindo muito. Foi divertido. Foi muito bom, na verdade. Sobrou um monte de papel, papelão, isopor e um volante.

A professora Bete questionou o vandalismo na frente da turma toda no dia seguinte, quando fomos pegos. O filho da diretora disse naturalmente: "A nave não ia pra Júpiter, mesmo". Eu fiquei com vergonha, não disse nada. Mas passou logo. Já superei.
 
3.12.04
 
t e a t r o

Ontem estive na estréia de 'Uma Prostituta Respeitosa', no Teatro Molière, com Andréa Elia, Daniel Becker, Ray Gouveia e Harildo Deda. Direção de Marcio Meirelles com assistência de Wanderlei Meira.

O texto é de Jean Paul Sartre, de 1946. Dentro de um vagão de metrô de uma cidade do sul dos Estados Unidos estão dois negros, quatro brancos e uma branca. Os rapazes brancos chegam agitados, provavelmente bêbados dentro do metrô, começam a mexer com a moça, levantar a saia dela, se roçam nela. Ela grita. Um dos rapazes negros vai acudir a moça. Um dos rapazes brancos atira nos negros. Um morre. Um foge.

O branco assassino é sobrinho de senador. A coisa vira notícia. Os outros três brancos não valem como testemunho: são amigos ou parentes do filho do senador. A testemunha chave é a moça, uma prostituta. O sobrinho do senador conta que os negros tentavam estuprá-la, ele tentou impedir, eles atacaram e ele se defendeu.

É aí que a história começa. A caça ao negro estuprador no sul dos Estados Unidos e o assédio à prostituta para que ela confirme a história do sobrinho do senador.

-

Gostei da peça. Os atores são bons. O texto é basicamente sobre poder, violência e racismo, tratado de uma forma bastante interessante. Cenário e figurino não são nada demais: é só texto e atuação.

O que me incomoda é que não tem 'o momento'. Não tem uma reviravolta. Os fatos mesmo são todos acontecidos. E isso é lá com Sartre. Me incomodou também umas cenas de porrada, de tapa, de empurrão que os atores ficam com pena uns dos outros e isso dá pra ver. É o único momento em que os personagens desmontam. Você volta a ver Andréa Elia quando já estava vendo Lise McKay, porque ela vai dar um tapão no cara e leva todo o tempo do mundo pra ele se preparar pra receber o tapa.

No mais, é bem feito, bem acabado, com algumas boas soluções de cena. Polegar para cima.
 
1.12.04
 
c e l e b r i d a d e s
(Meu encontro com Gilberto Gil)

O teatro estava um caos já fazia um mês. A data da comemoração dos 40 anos de Vila Velha se aproximava, e um espetáculo com 70 pessoas em cena sempre tem problemas não-resolvidos.

Fora dos palcos, um mega-esforço de divulgação para tudo dar certo. Muitos dos que fizeram a história do Vila, hoje são celebridades de nariz em pé e não iriam à estréia. Um dos poucos figurões de que confirmou presença foi Gil.

Estava com a filmadora nas mãos para não perder momentos históricos, junto aos agitados jornalistas da coluna social dos dois jornais da nossa cidade. Aí Gil apareceu. Todo mundo esperava os seguranças se espalhando e tomando conta do teatro, mas ele veio simples, fashion e de segurança mesmo, só Flora.

Fiquei seguindo o senhor ministro como um paparazzo filho da puta, mas ao mesmo me preocupando em manter uma distância pro cara respirar. Os meus 'colegas' foram mais incisivos e cercaram-no. Uns 15 minutos e 80 fotos depois, ele foi liberado para ir até o palco.

Foi então que aconteceu. Os colunistas sociais estavam saciados, mas eu tinha uma missão. Logo que entrou no palco (pasmem), Gil estava sozinho. Flora tinha ido tirar fotos com Roberto Santana ou algo assim, então éramos eu, ele e a câmera.

- Oi... Gil... Posso te pedir um favor?
- Oi?
- Posso te pedir um favor? Temos um slogan que é marca registrada do Vila. Você se importaria de olhar pra câmera e dizer: "Vá ao Vila, velho!"? Pode ser?
- Ah, claro...
- Ok. Tá gravando.
- Vá ao Vila Velha!
- ...
- Só?
- Bem, Gil... Na verdade é: "Vá ao Vila, Velho!"
- Ah... Posso?
- Pode, tá gravando.
- Vá ao Vila... Velha!
- ...
- Isso?
- É. Isso. Tá ótimo. Muito obrigado, Gil.

E foi assim.
 
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