29.10.04
 
f o t o

Foto de alguns meses atrás. Dançarinos se alongando e descansando depois do ensaio.

Maitê e Danilo.



Provavelmente minha última foto "artisca" que deu certo. Quer dizer, eu gostei.
 
27.10.04
 
c o m p o r t a m e n t o

Remédio.

Eu mesmo evito ao máximo. Uma raridade é eu tomar uma aspirina. Evito tomar remédio o quanto posso. Se acabo no hospital, não fico me fazendo difícil, dizendo que não vou tomar antibiótico, mas anti-inflamatório, mesmo, eu não tomo.

Mas veja o que aconteceu a essa moça parenta minha quando foi parar em Amsterdã: Ela acabou por acaso esbarrando numa comunidade (nada relacionado a Orkut) de mulheres brasileiras, casadas com holandeses, em Amsterdã. Ao saberem da minha parenta, que ela era do Brasil, os olhos brilharam, e o questionário seguiu impiedoso; você tem uma Aspirina aí? Apracur? Anador? Cewin? Nem um Luftalzinho? Não, não tinha.

Era na verdade uma comunidade de mulheres histéricas desesperadas por remédios. Na Holanda, essa coisa de comprar remédio só com prescrição médica é levada um pouco mais a sério do que aqui, e a auto-medicação encontra algumas barreiras. Pra 'piorar', os médicos lá (pasmem) não receitam remédios a cada consulta. As crianças estão crescendo sem Calcigenol! dizia uma desesperada, quando eles estão com febre é uma locura, bradava a outra.

Incapazes de viver sem a toxina nossa de cada dia, uma delas foi ao Brasil com uma listinha de compras e levou a Amsterdã nada mais nada menos que cinco mil reais em remédio. Naturalmente, financiada por outras donas de casa em pânico.

O que põem na água dos holandeses para que as crianças deles cresçam sem Calcigenol? Nem um Biotônico Fontourazinho de nada? Me ocorreu que o Brasil e suas farmácias populares de remédios genéricos mais acessíveis, tenha uma população viciada, com uma cultura de auto-medicação perigosa, impulsionada pelo sorriso satisfeito do fabricante alemão (me ocorreu a Bayer, que se não me engano, é alemã, e fabricante da sagrada aspirina).

Um exemplo interessante da aceitação do "se entupa de remédios way of life", é a propaganda do Estomazil: o cara comeu uma feijoada, e apresentam-lhe um bolo! Ele faz uma careta. Bolo? Depois do feijão? Não vou aguentar. A mulher sorri e traz o Estomazil, como quem diz: "Se entupa, o Estomazil te alivia mais tarde". Que é o caso do Engov, também. A publicidade de cigarro é proibida, mas outdoor com Viagra em
promoção, tá valendo.

A política "foda-se" que a combinação mercado livre + república das bananas, proporciona às populações do terceiro mundo. A exceção é os Estados Unidos, que apesar de "desenvolvidos", tomam mais remédio que nós daqui debaixo.
 
25.10.04
 
a m o r

Nunca tinha visto coisa dessas acontecendo, mas se no sertão, dá-se o filho pra criar no vizinho, vai saber que mais acontece.

Aconteceu, pois, que um porteiro aqui do prédio, vendo o irmão por meses desempregado, deu o emprego ao irmão.

É interessante, isso. Um bom sujeito, ele. Se pegou recusando uma proposta de emprego porque já estava empregado, e seria o transtorno da mudança de emprego, pra um salário muito parecido com o atual, aí indicou o irmão.

O irmão não é tão bom sujeito quanto Manoel. Aí pro irmão, a tal proposta não serviu e um desconhecido ocupou a vaga. Manoel ficou triste. Nas férias de um dos porteiros, indicou ao síndico o seu irmão para o lugar do cara de férias. Quando acabou o mês de férias, Manoel largou o emprego e o irmão ficou no lugar.

Que lindo é o amor.
 
 
a l e r t a

As aulas voltaram. Amanhã de manhã tenho Paulo Fábio. Quarta de manhã, Neusa...

Eu sabia que esse dia chegaria, eu sabia. Que inferno.
 
 
o k

Bem.

Não achei meu velho template. Fiquei com preguiça de fazê-lo funcionar a partir dos arquivos.

Achei o PRIMEIRO template do putamadre. Troquei a figura. E cá estamos. Com comentários funcionando e tudo o mais. Sem pressa pra fazer uma coisa nova. Mas virá.

Pronto, por enquanto é só.

Ah! E quem não foi pro show do Cordel do Fogo Encantado se deu mal.
 
20.10.04
 
h m m m m m . . .

Hmmmm... Que cocô.

Eu testei uns templates desses novos e não salvei, ou achei que não tinha salvado, mas no post seguinte essa porcaria apareceu. Sem código do contador. Sem código de comentários... Que inferno. Conserto isso logo, se eu achar o código antigo. Ou levo mais tempo pra consertar, se eu não achar.
 
 
c o n v o c a ç ã o

"...O José como sempre no fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio
Foi no parque que ele avistou
Juliana
Foi que ele viu..."

Mamelucos e mamelucas do meu Brasil: estarei domingo no parque pedalando a valer. Quem quiser ir, está convocado. A idéia é ir de manhã, mas estou aberto (lá ele) a sugestões.
 
18.10.04
 
d i á l o g o

- Ju, esse CD é seu?
- Não, é meu! Pode tirar!
- Eu só tava perguntando porque ela tá indo embora. Pra não esquecer...
- É, mas pode tirar. Esse CD é muito meloso. Foi meu X-MAN que me deu.
- ???
- X-man, meu ex.
- Hmmm...
 
 
e m o ç õ e s

Quando fiz o meu primeiro blog, o falecido 'sequelas', logo apareceu um leitor divertido, que se identificava por Henry Chinaski. Fizemos piadas com ele. Foi bom. Saudades.

Estamos aqui hoje, meninos e meninas para falar de emoções. Mais uma vez. Emoções. No programa de hoje vamos entender os sentimentos das pessoas que se relacionam comigo através do blog.

São várias formas de interação. É muito gratificante. Há os que elogiam e é bom, há os que se identificam e dizem: "me identifiquei" e é muito bom, há os que concordam, discordam ou nem tanto e debatem, polemizam; esses são fantásticos. Mas os que me entusiasmam de fato, os que me fazem sentir que afinal de contas ter um blog é praticamente uma necessidade, são aqueles que me odeiam. Os rancorosos, que lembram de detalhes, que evocam discussões passadas, os que usam golpes baixos... Esses que de vez em quando aparecem, me fazem pensar que vale à pena. Esses são os melhores.

No último episódio, um enigmático beócio identificado apenas como "Vc sabe", deu um importante passo em direção à liberdade. Soltou a franga nos comentários, ejetando um sentimento pesado que guardava no peito há pelo menos doze anos. Nosso néscio amigo publicou: "Camilo é puta! Sempre quis dizer isso, desde a Via Magia."

Essa infelicidade que eventualmente me circunda é que faz com que eu me sinta um homem realizado.
 
17.10.04
 
o p s

parece que o HpG me encontrou e deletou minhas figuras.

Dia desses, um template novo. Acho que vou aproveitar um desses novos pré-prontos cheios de recursos.
 
13.10.04
 
i n f a n t i l

Mantendo o clima de dia das crianças, recomendo para meninos e meninas de todas as idades, mas todas mesmo, o espetáculo Quem Conto Canta, Cordel Encanta, também conhecido como Cordel Infantil.

Se não me engano, está sábado e domingo às 17h no Teatro SESI Rio Vermelho, e é simplesmente muito legal. Conta várias histórias e casos ligados à forma da literatura de cordel. Teatro brasileiro vivo, divertido, com os atores brincando em cena... Muito gostoso, uma gracinha. Direção de João Lima, música de André Simões, desenhos fofos de Rômulo Pacheco e do elenco eu só conheço Karina de Faria.

E tem ainda Da Ponta da Língua à Ponta do Pé, um infantil do Viladança, que de uma forma completamente diferente é muito bonito, também. Esse conta a história da dança, apresenta um pouco o que é dança para crianças e adolescentes. Eu tive pequenas participações aqui e ali na montagem, o que me torna suspeito pra falar. Leve, colorido, e lindo e espetacular, como tudo o que o Viladança faz. Direção e coreografia de Cristina Castro, Música de Jarbas Bittencourt, figurino de Marcio Meirelles, texto de Cristina, João Sanches e mais uma moça que esqueci o nome. Também Sábado e Domingo às 17h, só que no Teatro Vila Velha.
 
10.10.04
 
p a t r o c í n i o



 
8.10.04
 
ó . s ó

Ligaram lá para o teatro depois das 18h em busca de informações. Como a pessoa que deveria atender o cidadão não estava mais disponível, passaram para mim. Era um professor da rede estadual de ensino, que viu no jornal que ia estrear hoje, no Vila, uma peça sobre a ditadura e achou que seria muito proveitoso para os alunos dele assistirem ao espetáculo.

Até aí tudo certo. Já sabia qual seria o texto seguinte.

Ele falou sobre a situação dos alunos da escola, que no Uruguai as pessoas não têm muita grana, que até meia entrada para eles acaba ficando muito caro, que ele é fascinado por teatro, que queria passar isso para os alunos, mas eles diziam: "Ô, professor, meu dinheiro não dá pra nada, vai dar pra teatro?". Tudo certo. Foi aí que aconteceu. O professor achou que seria uma excelente idéia, fazer uma apresentação do espetáculo lá no Polivalente Sandiego, o colégio em que ele trabalha.

Eu poderia ter dito que para isso ele teria que conversar com a produção do espetáculo, que estávamos fora do horário comercial, que eu não tinha nada com isso, mas eu fui explicar.

O cenário é complicado, o grupo é imenso, teatro precisa de camarim, luz, um lugar com uma boa acústica, etc. e que não era assim tão simples.

"Mas podia fazer sem o cenário, uma coisa mais simples mesmo, podia até fazer uma campanha de arrecadação de alimento..."

Expliquei que estávamos acostumados a entrar em contato com comunidades do subúrbio para que pudessem assistir o espetáculo a um preço reduzido, e que ele poderia entrar em contato com a produção do espetáculo segunda-feira, no horário comercial, neste mesmo número e que faremos o que estiver ao nosso alcance para que os alunos dele e todos aqueles que se interessassem assistissem ao espetáculo, faz parte da política do Vila Velha tentar facilitar a vida de quem tem menos condições.

"Gordo Neto, né? Tá eu ligo, e se eu disser que eu falei com você, fica mais fácil?..."

Não. Não fica. Não faz diferença. A idéia não é fazer favor. Não é assim que funciona. É um acordo. É a nossa linha de trabalho. É só ligar e ver o que é possível fazer, o que estiver dentro das nossas possibilidades, faremos.

Essa conversa durou meia hora. Ele ainda insistiu na idéia de fazer a apresentação na escola, em como seria bom para eles assistir a um grupo profissional e tudo o mais.

Esquema:
O cara queria que o Vilavox fosse se apresentar na escola dele sem pagar. E porque ele acredita que isso pode acontecer? Porque ele mora no Uruguai, não tem dinheiro e é um coitadinho.

Tem 3 coisas aí:

1. Ele não reconhece que fazer teatro é um trabalho. Uma profissão. Não percebe isso. É impressionante mas muita gente simplesmente não assimila teatro como trabalho. Atores inclusive, muitas vezes não percebem a coisa dessa forma. Por isso todo mundo se sente à vontade de pedir um convite pro amigo que é ator. Meu pai trabalha em banco e também paga CPMF!

2. Ele não reconhece que fazer teatro dá trabalho. Achou que era só ir e fazer, assim, rapidinho, sem maiores problemas...

3. Ele chegou a acreditar que isso poderia acontecer, só porque ele não tem dinheiro! Como se alguém pudesse negociar com o taxista fazer uma corridinha "de grátis", só porque não tem dinheiro. Aí se coloca numa posição de coitadinho. Coitadinho. E NÓS AQUI, que resolvemos ser artistas, provavelmente estamos numa situação financeira muito mais confortável, podemos pagar para trabalhar (gasolina não é de graça, maquiagem não é de graça, ônibus não é de graça, comida não é de graça...), e assim tornar a vida mais agradável para os coitados dos pobres.

O mais interessante é que eu sei de pelo menos um ator deste espetáculo que mora justamente no Uruguai e deve ter estudado no Polivalente Sandiego.

E ele é o professor! As pessoas todas do mundo devem achar exatamente isso: artista é tudo rico e escroto. Se fosse bróder mesmo, saia aí se apresentando pelos colégio tudo.
 
 
p a t r o c í n i o



 
4.10.04
 
d e s o b e d i ê n c i a . c i v i l

Fui votar.

Um amigo falou qualquer coisa sobre comprar cerveja no sábado, porque domingo tinha a Lei Seca.

Juro que não sabia. Mesmo.

Li uma matéria hoje no Correio do Bahia que defende a Lei Seca, e colocou como um absurdo o fato de comerciantes e eleitores ignorarem solenemente essa medida. E ninguém foi preso.

Então ótimo. Os vendedores não tão nem aí para essa medida, os consumidores/eleitores/cidadãos acham que tudo bem, a polícia diz que não é dever deles fiscalizar esse tipo de coisa, e o fiscal (existe?) não aparece.

A sociedade já se posicionou, as eleições aconteceram sem maiores problemas, então... Então tudo certo.

Se todos os problemas fossem encarados com esse tipo de atitude...
 
1.10.04
 
d i á l o g o

- Toc toc toc.
- Quem é?
- O dinheiro. Você tem que me amar. Estou preso.
- (risos) Como assim?
- Eu estou em cárcere privado (mesmo sendo público, é uma confusão conceitual), nos cofres da Caixa Econômica. Quando a Caixa voltar a funcionar estarei livre! Livre!
- Oxe, porque? Ah! Entendi.
- Meu primeiro destino tem de ser a casa do intermediário. Mas ele é bonzinho. E da casa dele poderei viver feliz no SEU BOLSO.
- (muitos risos)
- Eu sou um real.
- UM SÓ?
- Eu tenho uma cacetada de irmãos! GÊMEOS! Todos querem morar comigo.
- (mais risos) Você vai me dar tudo em nota de um real é?
- Não, alguns gêmeos são siameses. Vêm com a cabeça grudada um no outro. No Brasil, se você grudar a cabeça de 50 bem-te-vis, eles viram uma onça. É a mágica simbólica do mundo moderno.
- (gargalhadas) Você é legal!
- Ainda mais te dando dinheiro, eu devo ser uma super sensação!
- (risos contidos) Muito!
 
 
f r a s e
(afinal, o show tem que continuar)

"Se você fosse super-herói, sua super-fraqueza seria bolo de chocolate"

(O Pacheco)
 
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