n o . m e r c a d o
- Oi... É... Desculpa perguntar, mas, você faz teatro?
- Ah, sim, faço.
- No Teatro Vila Velha?
- É... Isso.
Pensei: "Mãe! Fui reconhecido!". Depois me toquei que tava com uma camisa do teatro. Fica pra próxima, mas a fama virá. A fama, o prestígio e o poder.
t r e m e i
(um pouco de terror para animar a manhã)
Conversa de café da manhã sobre o que é paranóia e o que é realidade acerca de golpes financeiros.
Sou particularmente interessado nessas coisas, pois já fui vítima de grampo de transações por internet. Papai trabalha em banco, e esteve numa palestra em que se falou sobre o que se faz, e o que se tem feito pelo mundo afora.
E-MAILS. O meu caso. Sim, existem e-mails que trazem anexos auto-excutáveis, e as maiores vítimas em potencial são os usuários do Outlook Express. Foi assim que aconteceu comigo. A próxima transação por internet que eu fiz depois de ter recebido um e-mail que se auto-executou e me grampeou, mandou minha senha para um filho da puta no Maranhão, que sacou minha poupança.
Que fazer? Se quiser continuar usando o Outlook Express, baixe o
avast!, excelente anti-vírus que se atualiza praticamente diariamente, e que reveste seu Outlook de proteção contra códigos suspeitos em mensagens e anexos. Se deixar de usar Outlook, recomendo que use um GMAIL, que também dá um tratamento de alfândega para todo tipo de anexo. (ainda tenho dois convites sobrando).
CAIXA ELETRÔNICO. Esses são os campeões. Micro câmeras no lugar da lâmpada do caixa eletrônico já é coisa antiga. Clonador de cartão de diversos modelos estão espalhados por aí, mas o mais interessante mesmo é um pequeno chip (a fábrica é no Ceará) que é encaixado no plugue do teclado, lá dentro da máquina, como um 'T', e que anota a codificação do seu cartão e sua senha. Coisa de louco. Eu tendo a não acreditar em golpes mirabolantes, mas agora eu sou um paranóico.
Que fazer? Evitar saques em fins de semana, que é quando os sujeitos têm mais liberdade para preparar essas coisas. Eles grampeam e desgrampeam toda hora para não serem pegos. SEMPRE cobrir o teclado com mão. Checar rapidamente se não tem nada de esquisito ou aparentemente mal encaixado no seu caixa eletrônico. Não acreditar em avisos de papel que digam: "Em manutenção", ou qualquer coisa assim, essa é uma forma de te forçar a usar o outro terminal, que provavelmente está grampeado. Se um caixa eletrônico não estiver funcionando, ou estará desligado, ou o aviso virá na tela, e não no papel manuscrito. Os lugares preferidos são agências de shopping e outras agências que provavelmente os clientes têm muito dinheiro (graça, barra, pituba, por exemplo).
DINHEIRO. A falsificação que você viu em "O homem que copiava" é coisa de menino, e sim, tem muito dinheiro falsificado na praça. Não aceite notas acima de 20 que estejam amassadas. Não as amasse, de preferência. Um exemplo das maneiras usadas industrialmente é: lavar uma nota de um real e imprimir uma de cinquenta por cima. Porque lavar? Para aproveitar marcas de transparência, textura de papel, etc.
O que fazer? Não há nada a fazer, realmente.
E a Polícia Federal, não faz nada? Faz. Aliás, qualquer segurança de banco pode reter um suspeito. No Ceará eles são pegos com frequência. São soltos com frequência também, porque a legislação que protege o pobre fodido como eu e você desse tipo de golpe ainda não existe. Portanto se ele não for flagrado ou filmado invandindo a sua conta e tomando o seu dinheiro, ele "apenas" colocou um plugue, um chip ou uma câmera no caixa eletrônico e não vai preso por muito tempo (se for preso) por isso.
E sejam felizes!
f i m
Acabou-se a temporada. Quem viu, viu, quem não viu, pode ser que veja depois.
Não tem nada confirmado para retorno ainda.
Sensação boa de dever cumprido, um enorme aprendizado, uma batalha até o último dia. E continua, porque o espetáculo quer voltar, o grupo quer voltar, e apesar de ser um grupo grande, e de pessoas de realidades completamente distintas, as relações não estão desgastadas ou magoadas, ou pelo menos, não publicamente.
Muito bom. Quando eu crescer eu quero fazer teatro.
e l v i s
Ontem, participei de uma pequena maldade da qual não me arrependo.
Um sujeito inocente apareceu diante de nós, e deu uma deixa para uma boa piada. Todos compramos a piada, rimos alegremente e o sujeito ficou sem graça. Inocente, acaba de chegar e é logo alvo de uma piada coletiva. Chato.
Estávamos em grupo. O rapaz estava só. Ele ainda tinha chance de não participar da brincadeira. Mas ele decidiu entrar no jogo. Puxou papo. Deu espaço. Deu sim, deu espaço. E depois ainda quis dar uma de gostoso.
Pobre Elvis.
Fez piadas sem graça.
Elvis foi desmoralizado pelo grupo. As meninas ficaram com pena, mas mesmo assim riram da cara dele escancaradamente.
Ao fim, um dos nossos, sentiu que tinha passado dos limites, e deu uma chance ao nosso amigo rockabilly. Sincera e amigavelmente convidou:
- ...vá ver nossa peça, é legal, eu toco na peça.
- Toca o quê? Bronha? - Elvis jogou fora sua última chance.
Um silêncio profundo veio antes do desfecho:
- Boa piada! Pena que seus amigos não estão aqui pra rir!
Gargalhadas obrigaram o nosso amigo Elvis a dar as costas e se afastar, olhando pro chão.
Nós começamos mal, mas ele fez por merecer. Pobre rapaz.
ú l t i m a . s e m a n a
Chega ao fim a temporada de Arlequim, Servidor de Dois Patrões.
Dias 24, 25 e 26 serão as últimas apresentações de uma temporada que durou precisamente um mês.
Se todas as pessoas que disseram: "Esse fim de semana não vai dar... Vai até quando? Até o fim de setembro, né? Daqui pra lá eu vejo" e não foram resolverem cumprir as promessas, é bom chegar cedo que o teatro vai lotar.
Tem planos pra retornar quem sabe talvez um dia em qualquer lugar aí do planeta que surgirem condições viáveis de fazermos outra temporada. Possíveis até o momento: 84 lugares, confirmados, nenhum. Portanto, é bem provável que esta seja a última chance.
Recado dado.
m ã ã ã ã ã e !
Mãe,
bebi água de mar.
Tomei caldo de cana!
Ah, saudades da vida de aldeão.
m a d r u g a d a
Minh'alma descansa insone de madrugada.
É de madrugada sem sono que eu tenho medo de morrer, que eu penso nas pessoas que eu amo mas não vejo, que eu escrevo coisas sem-graça como isso e geralmente não publico. De madrugada acordado o computador tá sempre ligado. Escrevo e-mails longuíssimos, penso e re-penso minha conduta e as coisas da vida frente aos novos valores do mundo globalizado. De madrugada é quando eu choro. Gosto de ficar sozinho de madrugada. É quando eu fico suficientemente longe do mundo pra olhar pra ele de fora e fazer planos. É como se o lugar mais distante de qualquer pessoa, compromisso, responsabilidade ou relação que eu pudesse ir, se localizasse nesse intervalo de tempo que é a madrugada. Sozinho. É um sozinho bom, eu aproveito bastante. E tem esse negócio fantástico que é a internet que permite que esse isolamento seja um isolamento de dois, ou três. Aí fica esses três isolados do mundo conversando. É muito bom.
Isso até chegar 4 da manhã. Às 4 é a última chance que qualquer pessoa tem de ir pra cama sem a culpa de ver o sol nascer, sabendo que teria de dormir em algum momento, porque qualquer compromisso da maior importância te espera na manhã seguinte.
Hoje não é pra tanto. Acho que vou dormir já.
v e m . a í
O cartaz não é meu. Mas é meu parente...
r o n a l d . m c d o n a l d
(piada interna)
O sentimento do mundo era do cheiro, o cheiro era do fungo, o fungo era do queijo, o queijo era da fimose, a fimose era da criança, a criança era do Michael Jackson, o Michael Jackson era do clipe, o clipe era do ácaro, o ácaro era do macaco, o macaco era da floresta, a floresta era do planeta, o planeta era do nanquim, o nanquim era da letra, a letra era do item, o item era do postulado, o postulado era da lei, a lei era de Newton, o Newton era do sítio... Iaiaô!
Dizem que o sitio era da Texaco, a Texaco do capital estrangeiro, mas há quem discorde...
t e a t r o
Fui ver
Bonitinha mas Ordinária, ontem. Texto de Nelson Rodrigues, direção de Paulo Cunha com os alunos do Curso Livre.
Eu tinha ido à Escola de Teatro ensaiar, mas por um motivo ou outro não rolou ensaio. Como atividade, vimos o espetáculo no Martim Gonçalves (o teatro pela metade da escola de teatro).
É longo (como o meu!), tem um elenco imenso (maior que o meu!) e é bastante bem feito (...). Gostei muito, muito mesmo. E descobri, depois que a peça começou, duas meninas que eu conheci quando eu tinha menos de dez anos, no Circo Picolino. Nina Porto (que eu nunca soube que o nome era 'Porto', fiquei sabendo por causa do programa do espetáculo, pra mim era Nina-irmã-de-Nana-e-Dino) e Luana Serrat, também conhecida por Luana Picolino.
O espetáculo é bom, elas não estão maravilhosas, mas estão bem. Nem falei com elas nem nada na saída, mas é uma sensação interessante essa, você de repente ver o trabalho de uma pessoa que você não vê há mais de dez anos... Foi bom. Dá curiosidades. Dá até saudade. Um pouco.
Ah, e ainda tem que frisar isso, eles estão em cartaz esse e mais um fim de semana apenas, e é de grátis.
o l á
Quem quer Gmail?
Tenho 5 convites ociosos.
Pedidos nos comments serão atendidos.
a l e r t a . n o n s e n s e
Escondam suas crianças.
O abará voltou.
h o j e
Hoje encarnei um dos personagens mais divertidos que eu já fiz: Eustáquio José.
Eustáquio José nasceu quando gravávamos a Rádio Vila. Eu, Jarbas e Leno éramos os locutores, e os nomes eram Eustáquio José, Mário Ricardo e Joaquim Nabuco. Findou-se a Rádio Vila, apesar dos projetos de ressurreição ainda tramitarem pelo congresso, e uma nova rádio aparece: A Rádio Umbigo. A Rádio Umbigo é a rádio comunitária do espetáculo Da Ponta da Língua à Ponta do Pé, o primeiro infantil do Viladança, que conta a história da dança e tenta aproximar o universo da dança para as crianças.
Os locutores serão representados por bonecos que foram feitos baseados em fotografias minhas e de Jarbas.
O infantil estréia dia 02 de Outubro e segue em temporada até o dia 24.