a h !
(o capitalismo é lindo)

Passeando distraidamente pelo shopping depois do almoço, resolvo conferir os CDs do balaio da Americanas e...





As Lojas Americanas acabam de ganhar um novo frequentador dos fins de semana.  ¶ 18:06

  v o l t a . à s . a u l a s

Um lugar para ser mal atendido é a cantina do PAF. Você pega a sua ficha no caixa, se dirige até o balcão (que é incômodo por ser alto demais) e fica implorando pela atenção dos atendentes. Não se trata de um mal atendimento como o mal atendimento do bar do teatro, que atende mal por completa falta de pessoal, falamos aqui de uma atmosfera de desânimo e lentidão. Depois de com muito esforço conseguir chamar a atenção de um dos encarregados dentro da cantina, a espera pelo pedido é interminável. Ha dois semestres frequento o PAF, e eventualmente a tal cantina e nunca fui bem atendido.

Conselho de amigo: se não for apenas comprar uma balinha, vá na barraquinha que Ticão gosta, ou em Biologia, a cantina do PAF é triste.  ¶ 12:10

  p a r a . i v a n
(não resisti)

É fácil pra um branco classe média com possibilidades e mobilidades econômicas altas dizer que o movimento negro só por existir é equivocado.

Racismo? Aqui? Tem até preto no Jornal Nacional!

Branco, branco sim. Para saber quem é branco e quem é negro, é só perguntar para a polícia. Todo policial militar faz a distinção perfeitamente. Uma vez um policial ameaçou levá-lo à Delegacia pra resolver 'os pobrema' por desacato a 'otoridade'. Se você e todos os seus amigos fossem negros à pé, eu tenho certeza absoluta, vocês teriam ido parar na delegacia. Eram brancos de carro. Negro perguntando nome pra policial é muita ousadia.

Para o branco classe média que pode ir à Europa, ações afirmativas não fazem sentido. Ações que levantam a auto-estima de todo um setor discriminado e segregado faz todo o sentido. Porque o racismo existe, porque o padrão estético é excludente, porque ainda se pede currículo com foto pra ser balconista mesmo depois disso ter sido proibido, porque assim como tem gente que acha que 'se chutar meu carro merece apanhar', ainda tem muita gente que acha 'preto fede' e daí pra baixo. Talvez Joaquim da padaria ou Dona Rita da Quitanda não digam coisas assim, ou sequer conheçam quem diga, mas onde eu trabalho tem negão que só a porra, e relatos como esses não páram de chegar.

Claro que há os exagerados, como o cara do Província que é um pé-no-ovo e diz que tudo é 'só porque eu sou negro'. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Há, claro, os negros talentosos, competentes e os não-talentosos, não-competentes, e entre esses últimos, aqueles que dizem que não são aceitos por serem negros, quando muitas vezes são incompetentes ou chatos para caralho.

Fato é que eu me visto excepcionalmente mal, e conheço brancos como eu (de acordo com a distinção da polícia) que se vestem muito mal também, mas nenhum negro conhecido, eu quero dizer, nenhum mesmo, se veste tão mal quanto eu. Grande parte dos negros que eu conheço são pobres e vivem em bairros populares, e todos se vestem muito mais elegantemente do que eu. Todos. Porque negro mal vestido é suspeito. É vagabundo, maluco, drogado, ladrão ou traficante. Todo negro, nesta cidade, que quiser andar pra cima e pra baixo sem ser incomodado, tem de estar bem vestido. Você pode até encontrar um ou dois que não, mas são um ou dois contra todos aqueles que eu conheço, incluindo os bem-nascidos.

Enquanto usuário de internet de banda larga eu pago duas vezes pelo mesmo serviço e me sinto lesado. Eu me filiei à ABUSAR. Associação Brasileira de Usuários de Acesso Rápido. Se eu me sentisse lesado por ser negro, eu entraria para o movimento. O movimento negro faz sentido por isso, as ações afirmativas fazem sentido e existem por isso. Não quer dizer que estejam absolutamente certos, nada é absoluto, eu mesmo os critiquei aqui há bem pouco tempo. Achar que 'se querem ser iguais, um movimento negro já está segregando' é ter uma visão muito, muito curta.  ¶ 01:05

  p o s t

Dias pouco blogáveis.

Ou bastante blogáveis e eu que estou pouco blogável.

A última coisa mais blogável:

Minha nova arma contra a insônia é o pescoço. Não consigo deixar de estalar o pescoço. Depois do remendo, o Sr. Dr. disse que não seria uma boa se eu estalasse-o a torto e a direito, e eu realmente segurei a onda por bastante tempo... Mas tem momentos que são como aquele cigarrinho depois do almoço: não dá pra evitar.

À noite, na terceira tentativa de ir dormir, já aconteceu umas três vezes, eu sinto a puxadinha característica e estalo. Mas não é um estalo qualquer. É algo de estrondoso. O efeito é provavelmente ampliado porque nessas horas eu estou a sós e há um grande silêncio, mas é inegavelmente algo fora do comum.

O alívio refrescante com sabor artificial de chocolate que se sente no pós-estalo faz com que eu me sinta mais leve, faz com que o tempo passe mais devagar, faz com que reine uma harmonia no universo (ao menos da minha perspectiva), e então finalmente apago. É uma delícia.  ¶ 15:32

  p e q u e n o s . p r a z e r e s

Ontem senti sono antes das 23h.

Assisti Casseta e Planeta.

Então acordei antes das 7h sem despertador.

Ontem, a partir do momento do trabalho, foi um dia ideal de férias...

Agora é só esperar pelo aniversário em Julho e as férias em Outubro e poderei repetir essas sensações.
  ¶ 09:01

  n o . f u t u r o

No futuro papel-moeda vai ser coisa de apostador, gente sem caráter, crianças, adolescentes e pessoas muito pobres ou em regiões pouco povoadas. O sujeito vai à farmácia, passará o seu cartão no caixa, digitará a sua senha, e depois pedirá "por gentileza" um minuto para passar o cartão de novo e bloquear o próprio cartão nas próximas 14h horas, já que nesse período não pretende mais gastar dinheiro. Ele seleciona a quantidade de horas e digita a senha. Ele não pode desbloquear. Para o caso de uma emergência ele tem um outro cartão que só pode fazer um saque por dia, num valor máximo pré-fixado pelo dono do cartão.

Haverá também uma diferença entre implantes ativos e passivos. Implantes passivos são como os 'antigos' implantes, como o meu. Estão ali pra fazer um remendo e só. Implantes ativos serão os implantes que são 'mais' do que um simples implante. Um olho para artificial para alguns 'tipos de cego', implantes de membros com ossos emborrachados para membros amputados e orgãos sexuais que jamais precisarão de viagra, serão como hardwares implantados ao corpo.

Pessoas com determinados tipos de implantes ativos não poderão participar dos Jogos Olímpicos.
  ¶ 21:16

  d e . v o l t a

Voltei e estou cansado.

Não consigo dormir cedo.

Nunca.

Acho que procurarei um grupo de apoio para pessoas com câncer.

  ¶ 14:06

  d e . n o v o

Viajarei novamente. Rumo à fama que não encontrei em Madre de Deus, pois lá o sinal de televisão é o mesmo da capital.

Estarei em Valença para provar à Coelba que eles não estão jogando dinheiro fora.

Segunda-feira eu tou de volta.  ¶ 10:19

  h m p f !

Se tem uma coisa que me incomoda de verdade são acertos pouco claros. Relações mais ou menos acertadas.

Parando pra pensar eu tenho uma, duas... três em andamento. Assuntos delicados, coisas empurradas com a barriga, mal resolvidas. Eu não sei falar das coisas com jeitinho.

Vai comer agora ou é pra viagem? Sim, não, pá, pum, cabou.

Claro que eu também me meto nos meio-termos-pouco-claros vez por outra, nem tudo no mundo é objetivo, mas trabalho tem que ser. Relações de esforço, dedicação, tempo e dinheiro têm de estar muito bem acertadas.

Isso devia ser mais simples...  ¶ 16:01

  u m a . m e n i n a

Acordava muito cedo e ligava a TV só pára não se sentir absolutamente sozinha no mundo, mas não coseguia se interessar por nada. Comprava coisas variadas para o café da manhã só para ter certeza de que nem todas as manhãs seriam absolutamente iguais. Já tinha enjoado de todos os discos. Todos. Torcia secretamente para o vizinho aumentar um pouco mais o volume. Não torcia, torcia. Mas quando o vizinho eventualmente escutava alguma coisa mais alto, o humor dela mudava sensivelmente.

Sair para andar para pénsar não funciona se você só tem uma coisa que realmente interessa para pensar. E já pensa nela o tempo todo.

Moldou-se uma certeza em sua mente: na próxima oportunidade mudaria sua vida completamente.

Mas o que era mesmo que ela esperava?  ¶ 12:45

  c o n v e n c i o n e m o s

Existem algumas convenções comunicacionais mais ou menos universais: Ao falar o número do telefone, geralmente as pessoas não falam "seis", falam "meia". É menos provável que alguém se embole com "meia" do que com "seis". O verbete seis utiliza fonemas famosos por comporem trava-línguas!

Outra caso que eu acreditava ser mais ou menos convencionado, é quando temos que passar um nome letra-por-letra pelo telefone. Os atendentes de call center são treinados para fazerem isso corretamente. Eles têm uma tabela com as letras e palavras que começam com a letra. Assim, quando querem que você digite "scratch and sniff", eles vão dizendo: "s de sapo, c de casa, r de rato, a de amor, t de tapete..." e assim por diante.

Eu não trabalho em call center e não recebi o treinamento. Eu não fico dizendo "s de sapo, c de casa..." eu faço assim, por exemplo: "Meu nome é Camilo Fróes", a pessoa do outro lado confirma: "Murilo Góes?", e eu: "Não, Camilo: Casa, Assado, Mato, Impossível, Lego, Ornitorrinco, e Fróes, Flato, Rato, Obstetra, Espaço, Sapo, com acento no 'o'". Por três vezes, recentemente, a pessoa do outro lado riu pra se acabar.

Na terceira vez, era um cara de telemarketing, que teve uma crise de riso. Vamos lá, isso não é engraçado. É prático. Deveria ser mundialmente convencionado! ...e as pessoas ficam rindo...  ¶ 16:14

  c r i a n ç a . c o m . u m b i g o

Eu tenho, você não.





Lalalalala.  ¶ 16:35

  i n t e r i o r

Em busca da fama, irei ao interior este fim de semana. Viajo hoje para Madre de Deus. Devo jantar peixe e ter conversas amistosas.

Voltaremos à atividade normal na segunda-feira.  ¶ 09:29

  e s c l a r e c i m e n t o

Vejamos então o que veio antes.

Antes foi assim:

Um senhor de profissão respeitável marcou uma reunião com um outro senhor de profissão respeitável. O primeiro veio até a casa do segundo. Na verdade, ele não achou a casa. Procurou um pouco e se perdeu com as indicações, ao que parece.

O primeiro, perdido, em frente a uma agência do HSBC, resolve ligar para o segundo, para saber de indicações mais precisas.

O primeiro estava empaletozado, na frente do banco, como mostra a ilustração:

Então o terceiro entra na história. O terceiro era da vizinhança desse tal banco onde o primeiro estava perdido. O terceiro viu o primeiro de paletó, concluiu que ele era um criminoso e ligou para a polícia. O terceiro alertou às autoridades locais de que o primeiro planejava um sequestro. As autoridades locais compareceram ao local da denúncia, prenderam e maltrataram o primeiro. O primeiro já tem uma idade relativamente avançada, e pouco acostumado a ser açoitado, teve um enfarte.

O primeiro estava de paletó, tem boa profissão, idade relativamente avançada e usava um celular em frente ao banco. Porque diabos o terceiro concluiu que ele planejava um sequestro?

Porque o primeiro é negro. Negro, bem vestido, de celular, na frente do banco, tá planejando algum golpe sofisticado. Só pode.

Tendo sido relatado o equívoco do terceiro, o movimento negro promoveu na quinta (13 de Maio - dia da tal lei da Princesa Isabel) a tal manifestação acusando publicamente terceiro de racismo.

Um passeata por causa disso faz sentido pra mim. Um pouco de vandalismo (pra quebrar o tédio), na minha humílima opinião, tira a razão de qualquer manifestante.  ¶ 23:37

  m o v i m e n t o . o r g a n i z a d o ( ? )

Passou uma passeata do movimento negro agora a pouco aqui na frente de casa, fazendo barulho. Uma quantidade relativamente pequena de pessoas para o barulho que estavam fazendo. Pouco mais de duzentas pessoas (se era tudo isso) acompanhavam os berros do carro de som.

"O poder branco dessa cidade...", "não podemos admitir que se pague uma polícia que impeça o trabalhador informal de exercer o seu ofício, de conseguir o seu sustento...", "abaixo o apartheid existente nessa cidade...".

Até aí tudo bem. Estamos batendo no racismo cordial baiano, que é uma questão complicadíssima. Daí uma moça assume o microfone e começa a falar de um tal João Bernardes. "Racista!, você vai ver o que o povo da cara preta vai fazer com você, João Bernanrdes!". Ela passou uns bons 5 minutos ameaçando o rapaz. Falou da profissão, do endereço, acusou de racista, disse que ele mentiu à polícia (provavelmente ele foi formalmente acusado de racismo), chamou o rapaz para a rua em tom sarcástico.

Vejam um ilustração do acontecimento:


Tem muita gente psico no mundo.

Ouvi relatos de que ao passar pelo Sartre (colégio publicamente racista que não aceita negros e promove queimadas de negros por todo o Brasil), atiraram PEDRAS no colégio. Mas isso eu não vi. Eu só ouvi dizer.

Ê vidão, pena que a gente morre. Se cuida, João Bernardes.  ¶ 11:28

  v i x e . . .

Liguei pra um amigo que não via há uns meses... Anos, talvez. O nome é Luis, eu chamei de João.

Que merrrrda.

  ¶ 20:40

  n h é

Cansei de cabelo...

  ¶ 01:21

  ó

Eu vi um cara andando na rua cheio de conversa com uma moça sensivelmente mais velha. Ele de costas, aparentava seus 20 anos, ela, algo em torno de 60. Me interessei especialmente porque o rapaz era meu amigo Ticão. Quer dizer, era igualzinho.

Lá vai Ticão de papo com a senhora, e ria e segurava na mão, e mexia os ombros como se estivesse contando uma piada que requisesse algum gestual mais complexo.

Não era a mãe de Ticão, definitivamente.

Atravessei a rua e ultrapassei os dois para poder ter certeza vendo-os de frente, mas guardando uma certa distância. Nessas horas a imaginação viaja. Estaria o Ticão resolvendo suas dificuldades financeiras? Teria o Ticão se apaixonado loucamente por uma moça de poucos 40 anos a mais?

Momentos de suspense depois...

Não era o Ticão. E o casal deixou de me interessar.  ¶ 21:44

  a g o r a . m e . d i g a . v o c ê :

Enquanto isso no Acre, caraíba invade terra de índio.
Índio manda caraíba embora.
Caraíba quer diamante.
Índio manda caraíba embora.
Caraíba teimoso que só.
Índio crava flecha em caraíba.
Trinta e poucos caraíba agora pronto pra salgar e ir pro fogo.

Agora vocês me respondam:
a) O Brasil deve ignorar que tem diamante em seu território ou usar isso a seu favor?
b) O índio tá certo de matar o caraíba invasor reincidente?
c) O índio tem salvação de tentar viver enquanto índio?

Colega de Cacá diz:

"As opções do índio são morrer: morrer fisicamente defendendo seu território, já que sempre haverão massacres de índios pelas suas terras, ou 'se integrar' aos brancos e morrer culturalmente, abrir mão de ser índio"

Que você acha da opinião do colega de Cacá?
  ¶ 17:52

  s o n h o

Não lembrava dos meus sonhos há semanas.

Tive um sonho complexo. Sonhei que um cara chamdo Kico, (Era o Luciano Bahia com nome de Kico) tinha chegado lá no Teatro pra fazer não sei o quê. Marcou uma reunião comigo e com o Sr. Eurico - o meu chefe - num shopping, pra ele poder mostrar as coisas que ele poderia fazer pra nos ajudar. Fomos ao shopping. No sonho foi só um corte: teatro-shopping. No shopping tinha uma loja que tava mudando. Estava deixando de ser a Athenas Sport para ser uma loja de decoração e informática. E no meio, esse Kico com a cara do Luciano Bahia pegando cabos e computadores. Ela ia montando e explicando como tudo iria funcionar daqui pra frente.

Tinha um quadrado no meio do shopping, no teto, que se chovesse, molhava dentro. Ele ia montando os computadores, e chovia, e molhava e eu ficava agoniado e ele nem aí. "Fica frio". Cabos estranhos, com adaptadores estranhos. Explicando e Eurico se entendo, acompanhando e gostando.

Minha angústia era entender onde é que eu ia ficar. Esse cara ia tomar meu emprego, chegando assim com esses computadores à prova d'água.

Aí vieram aquelas imagens sem sentido de sonho e eu acordei.

ê! Sonhei! Um sonho grandão.  ¶ 12:39

  t a v a . b o m . d e m a i s . . .

Eu já sabia mais ou menos, mas acabei des-sabendo... Mas agora está confirmado. O São João conselheiro das alturas não vai ser transmitido em Salvador... Não serei reconhecido a caminho do trabalho... terei de viajar para o interior.

Viajarei então e receberei os louros da fama.

snif... snif...  ¶ 18:19

  a g o r a . é . a g u a r d a r

Agora é só aguardar até que as pessoas me abordem a caminho do trabalho e perguntem: "Você não é aquele São João, da TV?"
  ¶ 18:34

  a i n d a . h o j e

Ainda hoje mamãe não resiste: Quando vamos atravessar a rua, ela segura a minha mão.

Vai que tudo aquilo que dizem é verdade.
  ¶ 14:45

  d i á l o g o

- Você está com o cabelo cheio de cachinhos?
- Ahn... Sim.
- Tá de barba?
- Sim...
- Então você vai ser São João!
- !!!  ¶ 12:46