p r a . d i s t r a i r
Já há algum tempo não acontecia nada assim, um acontecimento. Aí, só pra distrair, alguém entra na minha poupança pela internet e leva todo o meu dinheiro. Emocionante. Corri na agência, contestei a movimentação bancária. As autoridades competentes já foram informadas, agora é esperar e ter fé na justiça.
Mas por enquanto eu tou na berlinda.
Ah, e se alguém vir alguém da Parmalat por aí, diz que eu tentei falar com eles e não consegui, mas por ora, os empréstimos estão cancelados e que eu sinto muito mas não vou poder fazer nada por eles agora.
q u e r i d o . d i á r i o
Hoje foi um dia atípico.
Fui à escola apresentar um seminário. Lindo seminário, uma graça. No fim o professor perguntou pelo fim. Cadê o fim? Professor, mas que fim? O fim, ora bolas, é quando vocês fazem um apanhado de tudo que disseram e concluem o trabalho! Mas foi o que acabamos de fazer! Não... Não é assim que eu quero. Mas... Mas... Mas... Bate-boca, tralalá, e provavelmente, alguns pontos perdidos por desnecessárias irracionalidades dos dois lados.
Corri pra casa. Era tarde. Tenho pressa, tenho pressa. Coelho branco. Trabalho extra pra terminar. Termina trabalhinho, termina, termina. Atrasa. Come correndo.
Chego atrasado ao trabalho. Muita coisa pra fazer. Faz aqui. Faz lá. Corre, corre. Dia produtivo, bom. Mas o cansaço começa a se fazer sentir. Hora de todo mundo ir para a Câmara Municipal ser homenageado. Você não vai? Eu não vai, eu tem coisa demais pra fazer pra ficar indo. Eu fica fazendo coisa.
Enquanto isso na Câmara: Pô, vai ser bom lembrar disso. É. Ainda mais se fosse filmado. É. E fotografado. É. Mas a gente não trouxe a câmera. É. Nem a outra câmera. É. Liga aí pra Camilo, manda ele vir.
Toca telefone. Eu de chinelo. Eu de bermuda. Eu fora da Câmara. Véio, empresta a calça. Véio, empresta o tênis. Eu dentro da Câmara com calça ridiculamente atochada. Fotografa. Filma. Volta. Primeira vez na Câmara. Importante e tudo, o acontecimento. Mas chato. Claro.
E agora são 22h47 e eu tou encerrando atividades.
Atenção, Deus, se você estiver lendo isso, eu quero férias.
n o v o s . a m i g o s
Venho a público declarar que:
Não, eu não estou com uma espinha nas costas. Trata-se de um simbionte, um parasita, uma vulcanização monumental com vida e senso de humor muito próprios.
É com folga a maior espinha que eu já vi em toda a minha vida, e em determinados momentos do dia, monopoliza a minha atenção. Se eu vacilar e encostar esse gigante de quem sou hospedeiro na parede ou na cadeira, posso perder os movimentos por alguns minutos.
Nunca mais me sentirei sozinho enquanto tiver comigo esse novo ser que habita a minha lombar.
Triste isso, muito triste.
n o n s e n s e . d e . b l o g u e i r o
1. Pegue o livro mais próximo de você;
2. Abra o livro na página 23;
3. Ache a quinta frase;
4. Poste o texto em seu blog junto com estas instruções.
"A mais evidente dessas omissões é a que diz respeito ao problema dos pontos de vista metodológicos perfilhados pelos três autores: ora,
prima facie, talvez possa parecer que é esse o problema de comparação mais importante."
(Capitalismo e Moderna Teoria Social - Anthony Giddens)
h o j e
Hoje no caminho pra escola tinha uma casa no meio do caminho. No meio, meio, não, tava do lado. Do lado de lá da rua.
Na volta não tinha mais.
Tinha uma máquina da Volvo muito engenhosa derrubando a casa aos pouquinhos. No método do cutuque. Uma máquina gigante de cutucar ficava cutucando a casa até cair.
Depois, quando eram só escombros, tinha uma galera aproveitando a fiação. Pegando o cobre e fazendo bolinhas. Uma galera mesmo.
Uou.
p i g u i ç a
preguiça de blog
b r a s k e m
E ontem teve um super evento da cena do teatro baiano. O "oscar" do teatro. Ontem teve a entrega do Prêmio Braskem de Teatro no TCA. Por pura sorte, e graças à benevolência de alguém (que eu não sei se foi a Caderno2 produções ou o Sr. Marfuz), o elenco da peça em que participei foi convidado.
Sendo assim, eu não era
uma pessoa que arrumou um convite com um parente, eles me queriam lá.
Foi divertido. Os espetáculos de formatura da escola de teatro, desses que a gente acaba ouvindo falar pouco foram bastante premiados. Da minha torcida, só quem ganhou foi H2O - Uma Fórmula de Amor, com um discurso super emocionado. Aliás, muitos discursos emocionados e uma choradeira geral de falta de patrocínio e dificuldades mil (e eu me atirando em produzir espetáculos...).
Depois o coquetel/lobby foi breve e também divertido. Encontrei o Mágico Mustafá, o meu amigo super fotógrafo e minhas conexões famosas entre outros. Foi especialmente divertido quando me apresentaram a Marfuz: "este é Marfuz, o premiado! [com o melhor espetáculo - A Comédia do Fim]". Eu já sabia quem era Marfuz. Ele que não sabe quem eu sou. Aí tudo bem. Gostei.
O Braskem é legal. Tem toda a pinta de ser um prêmio idôneo, sem cartas marcadas. Mas sempre rola um buxixo. Eu ouvi alguns. Mas poucos. Eu ainda acredito que a comissão é de fato soberana. E geralmente são pessoas legais que são escolhidas, então tá beleza.
d u a s . c o i s a s
(que vocês deveriam saber)
1 - Na prática, tenho observado, que ir aos blogs que estão no blogger.com - o blogger gringo - escrevendo o "www" na frente está eventualmente dando merda. Por segurança e comodidade, nós do Putamadrecabron!®, sugerimos que você digite os endereços sem o www. Assim: putamadrecabron.blogspot.com, por exemplo.
2 - Esse negócio de e-mail Google promete ser uma revolução. Se der certo. Se você achava o POP o MÁXIMO porque ele te dá 50MB... espere até dizer um sonoro "YES" pros amiguinhos da Google e conseguir um e-mail que tem UM GIGABYTE de espaço. Se no seu 'profile' os nomes tem espaços e acentos, pode ser que você tenha problemas em adquirir um
gmail. Eu tive que fingir que meu nome era "Froes", mas agora eu tenho UM GIGA só pra mim. Ainda em fase experimental... Mas que promete, promete.
A internet as vezes aprece um lugar de deixar as pessoas felizes.
s e n s a ç ã o
Hoje foi um dia diferente. Ao invés de ir trabalhar no Teatro, como sempre acontece às tardes de segunda a sexta, fui à Avenida Tancredo Neves - aquela da Casa do Comércio. (Que bairro será aquele? Será Pernambués? Caminho das Àrvores? Costa Azul?)
Enfim, eu fui pra lá. Depois de uma longa reunião bastante esclarecedora, tinha que tomar ônibus a partir dali. Um desafio. Já passei por isso antes. Por um período da minha vida, trabalhei nessa tal Avenida. Um período ruim. Tomar ônibus dali é difícil. Os ônibus dali têm nomes estranhos ao meu banco de dados. E vão todos pra cá. Eu queria ir pra lá.
A primeira dificuldade no entanto vem antes de esperar aqueles ônibus de outra dimensão. A primeira dificuldade é atravessar a rua para chegar no lado em que os ônibus param. O semáforo dali é preguiçoso. Ele aproveita que já tá verde mesmo, e lá fica. Eu li o novo (?) Piada Interna todo esperando o sinal abrir (dá para se ter uma dimensão do drama). Ao meu lado, esperando o farolete ficar vermelho, um senhor engravatado (e como tem gente engravatada por ali) fazia o mesmo exercício de paciência, muito deprimido. Muito mesmo.
Formulei: Esta sinaleira é mesmo um convite ao sucídio. Um sujeito com distúrbio bipolar pode passar da euforia ao fundo do poço enquanto espera pela permissão de atravessar a rua, ou melhor, enquanto enxerga carros passando a pelo menos oitenta quilômetros por hora. Carros grandes. Impacto esmagador. Pouca chance de sobrevivência. Vamos. Vamos acabar com essa dor.
d o m i n g o
Só porque é domingo o termpo fecha. Mal pra caralho.
q u i n t a - f e i r a
Toda quinta tem Os Manga no Teatro Vila Velha às 21h.
o . m a c a r r ã o . c o m . l e i t u r a
ou
(leitura com macarrão, tudo depende do ponto de vista e da intenção)
Deu tudo muito certo. Correu tudo muito bem. Uns pequenos imprevistos pouco antes da coisa toda começar, mas nada de muito grave. Bom ter gente conhecida na platéia, bom mesmo. Ruim não ter alguns conhecidos que eu queria que estivessem lá, mas nada que não possa ser perdoado.
Fiquei nervoso e tudo, de todos eu fui o que menos ensaiou, mas deu tudo certo. A apresentação antes de começar saiu natural, divertida. Faltou falar da equipe que já tinha colado com a gente para a montagem (Marcio Meirelles - figurino e cenário, Wládia Góes - figurino, Lorena Torres Peixoto - cenário, Rivaldo Rio - Luz, Moreno Pacheco - músico e AC Costa não fez a leitura, mas fará o papel de Florindo).
Teve gente que chegou só pra comer o macarrão depois que a leitura tinha acabado, mas tudo bem também.
Os jornalistas que disseram que iam não foram. As pessoas "de teatro" e as pessoas do Vila que a gente queria que estivessem lá, não estavam. isso tira muito da importância do acontecimento (tecnicamente), já que o que queremos é criar o buxixo. Sem jornalista, sem 'gente do teatro', o poder de buxixo é bem menor. Ontem de manhã, quando vimos que os "nomes" não estariam lá, lembramos imediatamente de ligar pra Lazinho! Lazinho já resgatava o buxixo. Pelo menos um pouquinho. Não conseguimos falar com o Sr. Lázaro Ramos a tempo, e ele também não apareceu.
Por outro lado teve outro aspecto muy positivo: foi gente que a gente nunca viu na vida. Que ninguém conhecia. E o nível de diserção foi baixíssimo, só duas pessoas foram embora antes de acabar. O que quer dizer que a divulgação nos jornais, na TVE, no blog, no site do teatro e/ou o boca-a-boca rolou direitinho. E o público até que riu. E os atores riram mais ainda. E teve gente comendo mosca, mas deu certo.
Ê, fiquei feliz.
a ê , m a c a c a d a !
É hoje.
19h.
p a u s e / s t i l l
Tem um filme do Wim Wenders que eu nem sei qual é, mas eu sei que tem esse filme, que tem essa cena, que eu ouvi numa conversa.
O cara vem descendo a escada. Não sei se é uma escada rolante. Uma moça vem subindo uma escada. Se for rolante, a escada, é a do outro lado. A cena era normal, era algo comum corriqueiro. O que acontece é que quando o sujeito bate o olhar no olhar da moça, o mundo pára de se mexer. Mas como no filme do Wim Wenders, e não como nesse filme novo do Tim Burton. No Tim Burton o tempo pára todo, e tem uma poesia cômica.do Tim Burton eu vi. Você vê aquilo e seus lábios se contraem sutilmente, sua bochecha cresce devagar. O olho fecha um pouquinho do jeito de rir do olho. Não é isso.
O do Wim Wenders que eu não vi, é assim: O cara desce a escada, a moça sobe e o mundo pára e aquele momento continua acontecendo, só que devagarzinho. Não é bem parar, é slow motion. A música fica estranha, a percepção fica estranha, o mundo todo fica esquisito. Eu entendi que era assim. Não sei o filme, não vi a cena. Entendi que era assim. Tudo estranho, só a moça importava. O mundo agora era um lugar esquisito, um intruso, tava ali atrapalhando, pois só a moça importava para o rapaz.
Pega essa imagem. Segura ela. Segura a sensação. Agora tira a moça. Não tem moça. Só tem zum-ium-nhô-nhô-nhum. O mundo é estranho. O som é estranho. O estômago é estranho. E o cérebro parece que chegou de uma viagem, e acaba de aterrisar na sua cabeça e ainda está se acostumando com o resto do corpo... E sendo o cérebro o comandante, ele sabe fazer as coisas mas tá meio travado. Falta óleo.
Sabe o que é isso? Isso não é cansaço, isso não stress, isso não é excesso... Isso é vontade de sumir do mundo.
Quero viajar.
s á b a d o . à . n o i t e
(tudo pode acontecer)
Tudo começou com um assovio, em seguida um
shuingo, nhingo, nhongo, nhengo, não vá se matar... e logo estávamos cantando felizes.
A versão final ainda não saiu, mas logo que estiver pronta, será publicada aqui.
a n ú n c i o
Terça que vem - 19h - Teatro Vila Velha
Leitura do texto Arlequim - Servidor de Dois Patrões (Commedia Dell'Arte) e depois macarroni.
Vão ver um amiguinho no palco.
f e l i z . p á s c o a
(para todos! para todos!)
Mais um mistério solucionado.
n o t a
Gostaria de dizer um 'obrigado' à pseudônima
katy do
Garota Perdida, que não me deixa sozinho quase nunca. Se tem um post sem comentários, ela vai lá e faz a parte dela.
Jóia!
f r a s e
"A Mega-Sena é talvez o imposto mais bem sucedido que já inventaram. Tem gente que pega fila no sábado de tarde debaixo do sol, só pra pagar".
(Jeudy Aragão - meu amigo filósofo)
e m p o l g a ç ã o
d i á l o g o
- Aaalô, sua mãe está?
-
Minha mãe tá aí? Ahn, não, minha mãe não está.
- Você vai estar acordado quando ela chegar?
- Sim, acho que sim.
- Você fala para ela me ligar?
- Claro, vó.
- Deus te abençoe.
- Ok.
- Amém!!!
- Amém...
«CLANK!»
g r i t o . n í v e l . 1
(nada demais realmente)
Veja bem, meu bem
Sinto te informar
Que arranjei alguém
Pra me confortar
Este alguém está
Quando você sai
Eu só posso crer
Pois sem ter você
Nestes braços tais
Veja bem, amor
Onde está você?
Somos no papel
Mas não no viver
Viajar sem mim
Me deixar assim
Tive que arranjar
Alguém pra passar
Os dias ruins
Enquanto isso, navegando eu vou
Sem paz
Sem ter um porto
Quase morto, sem um cais
E eu nunca vou te esquecer, amor
Mas a solidão deixa o coração
Neste leva-e-traz
Veja bem além
Destes fatos vis
Saiba: traições
São bem mais sutis
Se eu te troquei
Não foi por maldade
Amor, veja bem
Arranjei alguém
Chamando saudade
Tudo sob controle. Ah, a música é do Marcelo Camelo, aquele barbudo.
c i n e m a
Aí eu fui ver Benjamim.
Tem um monte de nome grande. Logo no começo aparecem os nomes. Tem Jorge Furtado. Tem Wando.
Aí achei que o filme começou mal. Com o Paulo José mal. Depois tudo se acerta e o filme fica bom. Me disseram que eu não ia gostar. Achei o Benjamim jovem uma versão do Chico Buarque. Fisicamente. Eu tava lá, gostando. Mas o filme usa um recurso, que há quem goste, mas eu acho horrível. No fim, tudo faz sentido, tudo se encaixa e se completa.
Eu acho isso uma merda. Um "final surpreendente" que faz com que todas as informações do filme sejam aproveitadas e se encaixem no grande quebra-cabeça da vida.
Aí no começo achei que ia ser uma bomba, e depois gostei. Gostei dos recursos, gostei da fotografia, gostei dos outros atores que não são o Paulo José, gostei do político, não lembro em que parte do filme aparece o Wando... e veio esse final que eu acho triste, mas não estraga o filme, não.
A história, se você pega os fatos apenas, é que não tem nada. Não é nada. Tem lá seu tempero, mas nada demais. Um homem apaixonado (de novo) e como ele lida com isso. Nhé. No entanto o filme fica interessante e isso é que é saber contar uma história. Acho que vale à pena. Quem não viu, vá ver.
d i á l o g o
- E aí, você vai fazer o filme?
- Que filme?
- O filme... Chamaram todo mundo...
- Quando?
- Por e-mail, tem pouco tempo.
- Ontem?
- Antes...
- ...
- Ah, ok.
c o b e r t u r a
Se eu perguntasse a um celular Oi (ooooooooi) se Morro de São Paulo é Salvador, o que ele me responderia?
e n t ã o
Lá estava eu com um comparsa do crime, ambos criminosos cansados, conversando sobre o que fazer para que a vida fosse simplesmente mais doce e mais feliz, o colega bate o olho no relógio e se assusta com o que vê:
"Porra, o tempo passa. Implacavelmente!"
Muito bom. Isso é que sabedoria.
u m a . f i g u r a
A Selva é uma loucura.
a s c e n d e n d o
Agora eu tenho um telefone.
Tenho uma sala com telefone. Eu disse "sala"? Sauna. Ainda. Mas quem sabe dia desses eu não ganho também um ventilador, um porta-retrato... Talvez um dia eu possa usar o armário...