31.3.04
 
d i á l o g o
(como nos velhos tempos)

- Camilo, deixa eu tirar uma dúvida...
- Diga.
- Quando a gente vai em site de putaria pega vírus, é?
- Não é bem assim... Veja só. Se você for no Terra, ou no UOL, por exemplo... Eles cuidam de tudo muito pra que você entre e saia numa boa. Vão fazer de tudo pra proteger o sistema deles, para eles não terem vírus nenhum e não passarem pra você...
- Certo.
- Site de putaria, quando você vai, se dá uma merda, você não tem pra quem reclamar... É mais provável que dê uma merda. Playboy, Morango, essas coisas não, que esses você sabe a procedência, qualquer site que você não sabe de onde veio, pra onde vai, já tá dentro da probabilidade...
- Agora... E o Suruba Digital? Vai dar problema?
- Ah, não... Suruba Digital é beleza!
- Ah, então tá certo... Eu me amarro é no Suruba Digital! Posso ficar sossegado, né?
- Sossegado...
 
 
a n t e s

Eu tava lendo os arquivos do blog, e francamente, esse blog já foi muito mais divertido.

 
30.3.04
 
a r l e q u i m !

Estou montando um espetáculo! Para Agosto! Arlequim - Servidor de Dois Patrões! Antes do espetáculo tem leitura! Dramática! Seria dia 06 de Abril! Mas deu merda! Por causa da de intervenções do além! Agora é dia 13! Tem leitura! Dramática! No Vila! 19h! De grátis! E depois do blablabla tem macarroni! De grátis! Una diliça! Saibam! Compareçam! Parece chato! Mas é legal!
 
 
s i l v i o

Agora apareceu mais um. Dos grandes. A voz do Lombardi ecoa na minha cabeça até o presente momento. Esse telefonema do Silvio já estava previsto para algum momento do mês de Abril. Veio hoje. E Sábado que vem, Sílvio de novo.

As vezes penseo que se eu me dedicasse exclusivamente a essa vida de SBT e ficasse mais tempo com a mamãe, tudo poderia ser mais tranquilo. Mas agora já era.
 
29.3.04
 
m a u . h u m o r . d o . c ã o

[-----]: tudo bem ?
Rorsharch: ?????
[-----]: estava procurando amigos e adicionei vc a minha lista
Rorsharch: Há uns dias atrás.
[-----]: isso mesmo
[-----]: vc tc de onde

Rorsharch: ...
Rorsharch: Eu não acho que fazer amigos pela internet (dessa forma) seja uma boa idéia.
[-----]: pq? não
[-----]: estou conhecendo pessoas que se possivel conhecerei pessoalmente

Rorsharch: Pois pra mim soa como uma péssima idéia.
Rorsharch: E essa é a maneira mais educada que eu encontrei de dizer isso.
[-----]: então. tchau e desculpe

 
 
f a z . m e n ç ã o . d e . g r i t a r
(mas fala para si mesmo)

"Pare o mundo que eu quero descer"


Um pouquinho.
 
27.3.04
 
v á r i o s

Fotos de Jojo muito provavelmente sairão no A TARDE e no Correio da Bahia.

Em estréias não consigo me concentrar no espetáculo. Estréias sempre envolvem coisas demais.

Tá chegando a minha leitura.

Mas a pior parte é o coquetel. A gente correndo e se espremendo e te empurrando.

Um Sílvio veio, recebeu seu favor e foi embora. O outro adiou.

A culpa não é de Jojo, eu não sou fotogênico, definitivamente.

O espetáculo é estranho. Te belisca de um jeito completamente diferente. Verei de novo.

Tinha mais mas eu esqueci.
 
26.3.04
 
h o j e

Estréia no Vila Velha, o novo espetáculo do Bando de Teatro Olodum (do Vila), com texto de Cacilda Povoas (de onde?), música de Ivan Huol (do Jazz), encenação de Marcio Meirelles (do Bando), luz de Rivaldo Rio (do Bando) e uma pequena colaboração da minha parte no desenvolvimento do programa do espetáculo.

Diz que o texto é legal. Vamo ver.
 
 
s i t u a ç ã o

A fêmea PS/2 do teclado de um dos computadores lá do teatro deixou de funcionar. O computador simplesmente deixou de ligar, porque dizia que estava sem teclado, e sem teclado, não rola.

Essa máquina tem arquivos importantíssimos para o saudável funcionamento da instituição. Tinha que ligar. Podia até ninguém usar, ficar sem teclado, mas os arquivos tinham que estar na rede.

No teatro tem um outro computador com o mesmo problema de PS/2 sem funcionar. A solução foi: Compra-se um teclado USB. Antes de comprar um teclado USB (de novo), vale testar se a fêmea USB tá OK, e saber se liga e funciona com um teclado USB. Peguei emprestado o teclado de um e coloquei no outro. Ligou, tudo beleza, manda comprar. O micro fica ligado, os arquivos na rede, e o teclado é devolvido ao computador saudável.

Alguns minutos depois, o computador dos arquivos importantíssimos, sem teclado, trava com aquela tela azul com a mensagem de que qualquer coisa ilegal, terrível aconteceu, e que eu aperte qualquer tecla pra continuar...

Computador enche o saco.
 
25.3.04
 
s a n g u e

Recebi por e-mail:

"Gente,

Tem alguém precisando de vc!

São necessários 15 doadores pra um paciente com os seguintes dados:

Valentin Lusquinhos

Hospital Aliança

sangue O- ou B+

Se vc for portador desses tipos de sangue, é só se dirigir ao Aliança e
informar esses daods.

Conto com a colaboração de vocês.

Grata desde já,

Maíra Veronesi"

Bem, fica aí divulgado, vamos ajudar, mas não sem antes ressaltar: Se seguirmos ao pé da letra o texto de Maíra, pouca gente poderá doar sangue, já que os seres humanos geralmente só têm um tipo sanguíneo.

O meu é A+, sinto muito.

Doadores não podem ter bebido recentemente, nem cheirado cocaína, nem feito tatuagens, não podem ter tido hepatite, não podem estar anêmicos, devem ter mais de 50 quilos e mais de 18 anos, não podem ser aidéticos e também não podem estar contaminados pelo ebola.

Pelo que eu aprendi com a professora T. Moranguinho, B+ recebe B- numa boa, também.

Tá dado o recado.
 
24.3.04
 
b a t a t a !

Dito e feito.

Seu Silvio ligou. Duas vezes. Pediu favores!

Esse Abravanel ainda me dá uma úlcera...
 
 
e s p i e . s ó

É nessas horas, de confusões, corre-corres, nessas horas de mil coisas acontecendo ao mesmo tempo e todas com o prazo estourando, que Sílvio Santos liga perguntando quem quer dinheiro.

Espie só.
 
23.3.04
 
a s . p a l a v r a s

Na extraordinária edição de hoje, o imaginário imaginou:

COMPROMISSO

Vamos olhar para esta palavra. Vamos entortá-la: Eu comprometo, tu comprometes, ele compromete.

Me parece que compromete é da mesma turminha que promessa.

E comprometido, em certos contextos pode ser considerado sinônimo de prometido.

A pergunta "Você tem compromisso para hoje à noite?", poderia ser traduzido como "Você fez alguma promessa para hoje à noite?".

Ahá.

Eu sei que o nível do "as palavras" está caindo. Que as colocações (lá ele) estão ficando sutis, mas blog é isso mesmo. É bobagem.
 
22.3.04
 
p a r a . a s . c r i a n ç a s

Vocês se lembram desse?



Putamadrecabron!®, por lembranças infantis distorcidas

A Ilma. Sra. Pré-Comunicóloga Camilla Maria Lima Costa (ou Costa Lima, eu nunca tenho certeza), numa conversa informal habituê, certa vez, falou comigo sobre o ursinho devasso. Não fosse pela Ilma. Sra. Pré-Comunicóloga Camilla Maria Lima Costa (ou Costa Lima), essa ilustração não estaria exposta no Putamadrecabron!®.
 
21.3.04
 
d o m i n g o

Ê, domingo!
 
20.3.04
 
f i n a l m e n t e

Outro dia vi uma boriæfantique. De verdade. Que emoção.

 
 
f e s t i n h a

Ontem celebramos de maneira adequada e bastante coerente o aniversário de Mariana no Barabadá.

Muitas coisas. Muito material para blog. Um evento social com potencial para o relato facecioso fora do comum. Dentre as muitas coisas sutilmente surreais que poderia ressaltar, me limitarei a falar da pergunta que não quer calar, que ouvi no caminho para casa:

"Quem será esse serial killer que quebra a pata de todos os gatos do PAF?"


Fiquei curioso.
 
18.3.04
 
a s . p a l a v r a s

Na tarde de hoje: parlamentarismo

Alguns leitores provavelmente já perceberam que o verbete parlamentarismo vem da mesma palavra do latim que originou o termo falar.

Basta perceber que na Itália, quando querem dizer: "Fala, pivete, macarrão!", eles dizem: "Parla, bambino, spaghetti!".

O parlamento, por extensão, é onde se fala. E o parlamentarismo é uma falação danada, onde os eleitos falam pelo povo (ou pela corporação bélica) que os elegeu.

Mas que coisa, Giuseppe!
 
 
n a . r u a

"...O toró fechou a cidade..."


A minha faculdade solúvel começou a se dissolver, o asfalto solúvel estava esfacelando-se como de costume, e tudo engarrafado.

Oh, diabos!
 
17.3.04
 
c i c l i s t a s

Até que ser ciclista não é tão mal.

Um amigo meu foi de bicicleta à faculdade. Mora perto, vai de bicicleta sempre que dá. "É bom, você economiza, não fica na vida sedentária", ele disse. Aí teve que ir embora pra Pituba, assim, de repente, sem aviso. E a bicicleta?

Ficou comigo. Aí voltei pra casa de bicicleta. Tenso com os carros. Tenso com os pedestres. Muito tenso com os ônibus. E de repente tinham muitos outros ciclistas na rua. De capacete! E eu sem nada. Fiquei me perguntando: "O certo é eu andar na contramão pra ver os carros que vêm em minha direção? Ou é mais perigoso e eu vou na "mão" e fico olhando pra trás?".

Foi emocionante. Suei horrores. Andar no sol já é suficiente pra suar, pedalar no sol é uma fartura!

Hoje fui de novo. Muito mais tranquilo. O trânsito já não parecia um monstro. Motoristas comuns abrindo uma distância segura para ultrapassar, motoristas de ônibus dando buzinadinhas pra avisar que estavam se aproximando, pedestres dando passagem (quando a avenida parecia muito veloz)... Vilão mesmo só as ladeiras e os motoristas de van. Quando vinha uma Sprinter (e vieram várias) dava pra recuperar a tensão do dia anterior porque eles foram menos "atenciosos" que os carros pequenos, e não davam buzinadinhas, como quase todos os ônibus.

Carro grande em geral é sinônimo de calçada. Mas achei que ia ser muito pior. E andando de bicicleta você vê que tem muita gente pedalando na rua por aí. Que coisa interessante.
 
16.3.04
 
à s . o r i g e n s

Papai e eu sempre fomos fascinados por computadores. Na verdade, pode-se dizer que eu herdei o fascínio de papai. Acompanhava o quanto podia as experiências de papai com BBS, e as tentativas de compartilhar arquivos através de uma conexão direta via modem (o tataravô do KaZaA). Enviar mensagens, diretamente de um computador para o outro era a revolução.

Passamos pelo Video-Papo da Telebahia.

Aí finalmente viramos clientes de um provedor de internet fundo de quintal. As pessoas sem noção 'naquele tempo' escolhiam seus e-mails com muito cuidado. Como um código. Quase uma senha. Tinha cuidadosamente anotado o e-mail das outras duas pessoas da sala que tinham internet para tentar qualquer comunicação. E tudo ficou mais fácil e BBS e conexão direta via modem virou coisa do passado.

Existia a NETiqueta. 10 Mandamentos de bom comportamento para que esta frágil rede mundial continuasse a funcionar bem. Foi então que a revolução realmente aconteceu. Os jovens de hoje não ligam para condutas preventivas. Não se preocupam com o excesso. "Já basta a camisinha!" eles dizem.

Depois as mega-corporações do mal compreenderam a internet, e uns 14 Projetos Caos eclodiram ao mesmo tempo. O SPAM virou uma realidade na vida de cada um de nós. Os vírus de emelho estão por toda parte. Eu não abro qualquer mensagem que chega. Se você mandar uma mensagem pra mim com NADA escrito na linha de assunto eu vou acabar deletando. Vou achar que seu e-mail precisa ser exorcizado, que não é você, que é o demoníaco w32.Netsky!

Lentamente se comunicar passa a ser difícil. Não pela escassez do recurso, mas pelo excesso. Esse negócio de liberalismo extrapola tudo.
 
14.3.04
 
f a n t á s t i c o

Um dos figurões de Brasília que está no meu círculo de amizades me apareceu com essa história:

Encontrou um amigo ator depois de anos sem convívio e travaram o diálogo de praxe. "Como é que você está?", "Por onde anda?", "O que é que tem feito?". O amigo ator disse que estava trabalhando em um hotel. Um hotel? Mudou de ramo?

"Não, eu trabalho num hotel fazendo papel de índio."

Como é que é? Isso mesmo. Índio? Índio. Pra um hotel? Um hotel. Me conta essa história direito!

Seguinte: Sabe esses hotéis no meio da floresta? Então, em um determinado momento do dia, eu e uns colegas aparecemos fazendo papel de índio, abrindo côco e caçando capivaras. Dá pra ouvir o comentário das criancinhas: "Ali, mãe, um índio!".

Conversa vai, conversa vem, o figurão amigo meu pergunta: "E você está aqui de férias?", ao que o amigo ator responde: "Não, estou fazendo papel de boliviano no Pelourinho."

(UooooooooooU!)

Ouvi dizer que em Sauípe tem gente sendo paga para fazer papel de pescador e de população nativa.

 
 
c o i s a s

Gostaria de saber o e-mail do Piada Interna, anunciado no texto de Athayde do Vol.03 e não explicitado na edição.

A maioria das pessoas que chegam aqui pelo Google procuram por "Cabron" e similares. Uou.

Estou voltando a engordar. Gente demais disse que eu estava mais magro.

Rapazes, mudei para Mach3. Perdi meu barbeador e não vendia mais o Sensor. Que maldade.

Ou as pessoas simplesmente diziam "Você tá MAGRO!

A criatividade definitivamente deve ser exercitada, pra obedecer a gente quando a gente quer.

Mas Mach3 não é ruim, não. O ruim é que é caro.

Hoje constatei que, da semana passada pra cá, ganhei dois quilos. É um começo.

E nada de Mega-Sena ainda, mas eu tou fiel.
 
 
q u e s t õ e s . n a d a . a . v e r

Antes eu achava que tinha um 'estilo de postar'. Que se foi. Está definitivamente enterrado.

Tinha também uma empolgação de ficar trocando o template que também se foi. substituída por um negócio de uma preguiça danada de mexer em qualquer coisa de «agatemelê».

E aí fico sempre indeciso do que escrever e como escrever. Esses surtos como os do post abaixo, eu sempre considero bastante... despropositados. Se pensasse mais neles, não publicava não.

Uma das coisas legais que eu fiz esses dias foi o banner para o novo template (que existe apenas num ponto perdido do futuro) do blog Azul e Flicts.

Vou estragar a surpresa mostrando, e depois faço de fato o tal template.

Preciso estudar. Max Weber, Durkheim e outros teóricos prolixos me aguardam.


Clique para ampliar (e fazer o jogo dos sete erros)
 
 
o u t r o . v e n t r í l o q u o
ou
s o n o , a p e n a s . i s s o

O ventríloquo vivia numa dessas grandes avenidas lotadas de comerciantes que nos fazem pensar que estamos em um mundo distante. Pelo menos por um breve momento. Era sempre aquela confusão, o lugar. Estando ali cotidianamente algumas características fixas podem ser notadas, onde tudo parece móvel. Á primeira vista nada é concreto. Visões que só cotidiano pode nos dar.

Para o transeunte comum, portanto, estava cada dia em um lugar. É capaz mesmo que estivesse. Mas dentro da lógica do caos do espaço, estava sempre no lugar. No seu lugar. Ele e Jobi. "Jobi" estava escrito sem acento, mas ele sempre falava 'Jobí'. E essa era a menor das excentricidades. Jobi falava sempre sobre assuntos polêmicos, conversava com as pessoas. Não raro com o próprio ventríloquo.

Há algo de ridículo num diálogo entre um ventríloquo e seu personagem. Em alguns casos a cena era hilária. Não funcionava sempre. Jobi era polêmico enquanto que o ventríloquo era sempre o mediador moderado.

Ser ventríloquo na rua não é bem uma profissão. É ser um mendigo com estilo e só. Esse mendigo sui generis, apesar de ventríloquo, sequer tinha um número ensaiado, ele apenas dava vida a Jobi, que polêmico e irreverente, fazia com que o ventríloquo eventualmente conseguisse umas moedas. Mas mesmo assim não era suficiente. Por isso, quando anoitecia, o ventríloquo era barbeiro. À noite era completamente inexpressivo.

Ah... deixa pra lá.
 
12.3.04
 
p r o m o ç ã o

Fui promovido no trabalho.

Ganhei um sala. Só pra mim.

Não é bem uma sala (essa história de sala, é mais um ponto de vista). Na sala da administração tinha o cantinho dos bagulho. Quarenta anos de papelada acumulada. Essa papelada está sendo arrumada, organizada, digitada, etc. Aí o cantinho das coisas velhas ficou livre, e virou o meu espaço. Com um computador só pra mim. Daqui há uns dias terei um telefone e quem sabe, ventilador.

Os motivos para essa mudança são diversos.

Eu prefiro acreditar que fui promovido. Eles não querem me isolar no cantinho das coisas velhas, eles querem me deixar mais tranquilo pra trabalhar. E me deram uma sala. Foi isso. Eu prefiro acreditar nisso...
 
11.3.04
 
i t a l o . c a l v i n o

A OVELHA NEGRA

Texto integrante de Um General na Biblioteca


Havia um país onde todos eram ladrões.

À noite, cada assaltante saía, com a gazua e a lanterna, e ia arrombar a casa de um vizinho. Voltava de madrugada, carregado, e encontrava sua casa roubada.

E assim todos viviam em paz e sem prejuízo, pois um roubava o outro, e este, um terceiro, e assim por diante, até que se chegava ao último, que roubava o primeiro. O comércio daquele país só era praticado como trapaça, tanto por quem vendia como por quem comprava. O governo era uma associação de delinquentes vivendo à custa dos súditos, e os súditos por sua vez só se preocupavam em fraudar o governo. Assim a vida prosseguia sem tropeços, e não havia ricos nem pobres.

Ora, não se sabe como, ocorre que no país apareceu um homem honesto. À noite, em vez de sair com o saco e a lanterna, ficava em casa fumando e lendo romances.

Vinham os ladrões, viam a luz acesa e não subiam.

Essa situação durou algum tempo: depois foi preciso fazê-lo compreender que, se quisesse viver sem fazer nada, não era essa uma boa razão para não deixar os outros fazerem. Cada noite que ele passava em casa era uma família que não comia no dia seguinte.

Diante desses argumentos, o homem honesto não tinha o que objetar. Também começou a sair de noite para voltar de madrugada, mas não ia roubar. Era honesto, não havia nada a fazer. Andava até a ponte e ficava vendo a água passar embaixo. Voltava para casa e a encontrava roubada.

Em menos de uma semana o homem honesto ficou sem um tostão, sem o que comer, com a casa vazia. Mas até aí tudo bem, porque era culpa sua; o problema era que seu comportamento criava uma grande confusão. ele deixava que lhe roubassem tudo e, ao mesmo tempo, não roubava ninguém; assim, sempre havia alguém que, voltando para casa de madrugada, achava a casa intacta: a casa que o homem honesto deveria ter roubado. O fato é que, pouco depois, os que não eram roubados acabaram ficando mais ricos que os outros e passaram a não querer mais roubar. E, além disso, os que vinham para roubar a casa do homem honesto sempre a encontravam vazia; assim, iam ficando pobres.

Enquanto isso, os que tinham se tornado ricos pegaram o costume, eles também, de ir de noite até a ponte, para ver a água que passava embaixo. Isso aumentou a confusão, pois muitos outros ficaram ricos e muitos outros ficaram pobres.

Ora, os ricos perceberam que, indo à noite até a ponte, mais tarde ficariam pobres. E pensaram: "paguemos aos pobres para irem roubar para nós". Fizeram-se os contratos, estabeleceram-se os salários, as percentagens: naturalmente, continuavam a ser ladrões e procuravam enganar-se uns aos outros. Mas, como acontece, os ricos tornavam-se cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Havia ricos tão ricos que não precisavam mais roubar e que mandavam roubar para continuarem a ser ricos. Mas, se paravam de roubar, ficavam pobres porque os pobres os roubavam. Então pagaram aos mais pobres para defenderem as suas coisas contra os outros pobres, e assim instituíram a polícia e constituíram as prisões.

Dessa forma, já poucos anos depois do episódio do homem honesto, não se falava mais de roubar ou de ser roubado, mas só de ricos ou de pobres; e no entanto todos continuavam a ser pobres.

Honesto só tinha havido aquele sujeito, e morrera logo, de fome.
 
9.3.04
 
v e r m i n a g e m

Cheguei ao emocionante e panfletário fim de Sam & Max Hit the Road. Dessa vez foi mais emocionante. Provavelmente porque entendi os diálogos. Praticamente todos. As piadas são boas, e o jogo faz mais sentido do que eu imaginava.

Se você nunca teve esse prazer, tente Sam & Max, é um bom jogo, desses que não se fazem mais hoje em dia.
 
 
0 8 . d e . m a r ç o



E isso é tudo o que o pessoal do PutaMadreCabron!® tem a dizer sobre o 08 de Março.


 
8.3.04
 
c o i s o

Ventríloquo


Autor:
Marcelo da Costa Freitas - TELEPAR

Este fato ocorreu em meados de 1988 e 1989, quando os microcomputadores da linha IBM/PC ainda eram novidade no IPEM/Instituto de Pesos e Medidas do Paraná, e poucas pessoas tinham acesso a ele.

O CPD era dividido em duas salas. Numa delas, desenvolviam-se projetos, guardavam-se listagens, relatórios e documentos. Além de ser a sala do Gerente, era também onde ficava um rádio-relógio (que ficava ligado o dia inteiro com música ambiente) e um telefone. Na outra sala ficava uma caixa de som (discreta) proveniente do rádio-relógio e uma extensão do respectivo telefone, além dos equipamentos ("moderníssimos" COBRA-480 e periféricos, e um micro IBM/PC).

Um dia, perto da hora do almoço, ouvimos um sonoro e contínuo "beep". Percebemos que vinha do canto onde estava o micro. Quando nos aproximamos para ver o que acontecia, apareceu o nosso Gerente de CPD, que logo tomou as rédeas da situação, começando com um "reset". Nada aconteceu, o barulho continuava. O Gerente nos olhou e, sem pensar duas vezes, desligou o micro. Qual não foi a surpresa quando o sinal continuou. Sem perder a calma, o Gerente se agachou e puxou o cabo da tomada, convicto de que o mistério pelo menos não faria mais barulho. Não preciso nem dizer que o "beep" continuava, absoluto.

Trocaram olhares. O Gerente para o micro, o micro para o Gerente. Resmungando algumas palavras que não pude (e não prefiro) entender, abriu a gaveta e pegou uma chave de fenda. Arregaçou as mangas e desconectou o monitor. Quando se preparava para tirar o primeiro parafuso, parou; ficou imóvel por alguns instantes, franziu a testa, foi para a outra sala e desligou o alarme do rádio-relógio.

E coragem para voltar e montar o micro novamente!
 
 
d i á l o g o

- Pô... Vá ver a gente!
- A gente? Onde?
- A gente é a gente, na História duma Cachorra... Ô! Não, é A História de uma Caixola!
- E onde é que está a Cachorra?
- A Caixola, abestalhado! Tá em Ondina...
- No ISBA?
- Isso.
- Cinco horas, no horário das criança?
- Não, 16h, o horário das criancinhas, pequenininhas, igual a você.
- Ah, então eu vou levar minha namorada, que é pequenininha também.
- Aí ó! Ótimo! Você já viu a Caixola?
- Não, ainda não, mas eu vou ver se eu vou...
- Vá mesmo!
 
7.3.04
 
i t a l o . c a l v i n o

Li um texto muito bom do Italo Calvino hoje. Assim que conseguir pôr as mãos nele, publicarei-o-o-o-o aqui no blog.

Aguardem.
 
 
n o . e n t a n t o

Mais tarde o domingo melhorou. Nada que boa feijoada, boa companhia e tango no meio do rua não façam com a gente.

Dei um tempo na minha carreira de Los Hermanos.
 
 
d o m i n g o . d e . m e r d a

Ontem eu ia escrever que o sábado estava com a maior cara de domingo. Mas aí deixei pra lá. Claro que eu ia escrever isso porque já fazia muito tempo (mais de 4 dias) que eu não via um domingo.

Esse sim é um domingo. Com céu cinza e feio e uma puta vontade de ficar na cama.

Que inferno.

É o tipo do dia que você acorda sem vontade nenhuma de plantar árvore.

Mas plantei. Minha árvore de hoje foi patrocinada pelo Rodovia das Colinas.
 
5.3.04
 
f r a s e s
(recentemente dirigidas a mim)

"Sua barba é boa pra coçar o nariz"

"Você deveria experimentar com homens"

"Porque você não vai pra casa dormir?"

"Eu já tinha te visto cansado, primeira vez que te vejo fodido, porque você vai pra casa dormir?"

 
4.3.04
 
f a m a

Lá vou eu para a Nova Brasil FM novamente. É só sintonizar e vocês vão ouvir!

 
 
s o l u ç ã o

Acho que eu vou me terceirizar. Pagar alguém para fazer as coisas que eu faço um ou dois dias da semana. Vai na faculdade, faz papel de eu, depois vem pro teatro, trabalha por mim...

Assim eu ganhava um tempinho pra estudar, adiantar qté, quem sabe, meus textos, jogar xadrez, falar ao telefone, tomar uma cerveja, eventualmente ir ao cinema...

Assim eu ajudo na distribuição de renda do país e aumento a qualidade de vida, que coisa fantástica!
 
 
x a d r e z

Sempre que eu posso (não são muitas as vezes) eu vou ao Yahoo jogar xadrez. É um programinha simples e têm muitos, muitos vermes onláine SEMPRE.

Eu sei que quase ninguém no mundo gosta de xadrez. Eu gosto. É um jogo muito bom.

Se eu tivesse mais tempo para dedicar ao xadrez, dedicaria. Afinal, aqueles jogam xadrez bem, acabam se tornando... bons... tornado-se... bons... jogadores de xadrez!
 
3.3.04
 
r e v o l t a n t e

Fui sacar num caixa 24h, 40 suculentos reais. Até aí tudo certo. A máquina de acordo com o procedimento padrão me cuspiu o dinheiro como faz sempre. O detalhe peculiar desta vez é que o maldito caixa eletrônico me deu 20 notas de 2 reais. VINTE notas de DOIS reais. VINTE. Maldito cacaroto.
 
2.3.04
 
a j u d a n d o . t i c o

01/01 - Joselita Vitória (Jó)
01/01 - Sandra Menegulli
02/01 - José Cerqueira
04/01 - Rita Vidal
04/01 - Sérgio Borges
07/01 - Graça Silva
08/01 - Dilma Falk
08/01 - Kelly Grimaldi
09/01 - Roberval B. Caldas
10/01 - Danizia Tenório
10/01 - Wilson Jorge N. Rosa
10/01 - Gilenop Meireles
10/01 - Marcos Antonio Martim
10/01 - Heber Mariano Junior
11/01 - Cide (Galego)
12/01 - Henise Mariano
12/01 - Professor Juca
13/01 - Isabele Michelli
13/01 - Elenilson Nascimento
14/01 - Silvana Teixeira
14/01 - Jurema Ribeiro
14/01 - Sandra Camilo
15/01 - Ana Paula Camacho
16/01 - Sara Jacob
16/01 - Antonia Bastos
18/01 - Alex Lima
18/01 - Fabrício Ribeiro
18/01 - André Lima
20/01 - Andréa Rebouças
21/01 - Ceiça Mota
21/01 - Ana Paula Araújo
22/01 - Carlos Nunes
23/01 - Lucineide Santana
23/01 - Nélia Moreira
23/01 - Maria das Graças Lima
23/01 - Rita Diniz
24/01 - Terezinha Silva
25/01 - Alciene Mendes Porto
26/01 - Ivan Muccine
27/01 - Ana Victoria Almeida
27/01 - Irani Cavalcante
28/01 - Maria Helena Miranda
30/01 - Valéria Nieto
31/01 - Robson Ribeiro
31/01 - Edílson Almeida

Tico, esses são aniversariantes de Janeiro, seus nomes e respectivas datas de aniversário. Alguns deles já são velhinhos, mas ainda há tempo. Todos moram pelo Rio Vermelho. Espero que esta lista seja útil na sua missão em vida.

Atenciosamente,

Cabron
 
 
c a m i s e t a s

Há uns dias eu penso num salto capitalista para o Putamadre. Eu andei pensando em fazer camisetas. Conheço um canal forrrte de fazer camisas. Já tenho um desenho em P&B, tenho que curvá-lo, ajeitá-lo, e depois de estar devidamente preparado, pensei em mandar fazer umas camisas.

A idéia inicial era dá-la à comunidade e manter algumas comigo.

O empreendimento no entanto mostrou-se menos economicamente viável do que o inicialmente pensado e não vou poder fazer essa filantrópica doação. Deixarei para doar camisetas quando me candidatar a vereador. Cheguei ao simbólico e amicíssimo preço de 5 conto.

Cinco conto é barato. Veremos se a camisa fica pronta, e se vale à pena.

A idéia é começar com uma tiragem pequena. Um desenho, uma frase e só.

Será que funciona? Será que diverte? Será que compram?
 
blog. só um blog.

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