n h é
acho que esse blog tá perdendo a graça...
ó !
Um programa legal, bem pensado, bem executado e que ainda tem conteúdo é esse Mundo de Beakman. E pra melhorar, ainda é um excelente trabalho de dublagem (antes que digam que só existe dublagem fodida no mundo).
Me diverti horrores madrugada adentro.
Acho que mais tarde farei algumas experiências.
o p s !
Foi anteriormente publicado neste blog que me enviassem currículos para que eu os enviasse à Via Magia para que estas pessoas pudessems eer selecionadas como estagiários do Mercado Cultural. Foi assim ano passado e no ano retrasado. Eu encontrei com uma amiga minha que trabalha lá em Agosto e mencionei que enviaria alguns currículos no final de Outubro, e ela disse que as pessoas que tinham trabalhado no ano passado seriam chamadas. Então eu disse que mandaria os currículos mesmo assim. Ela me disse que não tinha problema. Entonce. Ligaram lá para casa, falando sobre uma seleção para estagiários do Mercado. Quer dizer, o esquema mudou. Algumas pessoas receberam telefonemas, foram para lá, e foram selecionadas. As vagas foram preenchidas. Eu não sabia. Meu computador deu uns 4 tilts esses dias, e mais a minha vida de administrador de trustes multinacionais... Os currículos chegaram lá depois da seleção ter sido feita.
Sinto muito pela segunda vez no dia. Eu não trabalho na Via Magia, o esquema mudou e eu não sabia. Perdão.
o . q u e . a c o n t e c e r i a . s e . . .
(eu fosse homossexual)
Reza a lenda que eu tava feito. Essa semana, aconteceram algumas coisas...
Um amigo meu veio me contar (ele jura que não foi uma cantada), que sonhou comigo, que íamos pra cama. Um amigo bonitinho e tudo.
Comentando o acontecido com uma colega de trabalho, ela me diz: "Ah, mas você é queridinho na galera do babado, mesmo. Outro dia eu matei uns três de inveja quando disse que estava trabalhando com você..."
Que coisa.
No momento eu estou de contrato assinado. Contrato hetero e exclusivo, sem data prevista para encerramento e (aparentemente) sem possibilidade de recisão nos próximos meses.
Sinto muito.
j e s u s
Ontem eu ouvi
a palavra. Aprendi tudo.
Aguardem transformações.
n a d a
Tem dias na faculdade que são muitíssimo interessantes. Hoje tinha um colega defendendo que "a estrutura" (
"eles!") estão à par de tudo, e prevêem tudo. Que a revolta faz parte da estrutura, e que "eles!" sempre sabem. Que a prefeitura sabia que os estudantes iam parar a cidade e já tinha tudo programado, entre outros exemplos.
Defendia todo cheio de argumentos. Parecia sóbrio. Bastante engraçado.
Acho que só eu me divirto com essas coisas. A maioria das pessoas deve ficar de saco cheio.
e s q u i s i t o
c o n v e r s a n d o
Tava conversando com dois amigos indiscutivelmente negros. Negros que não são 'marronzinhos', nem 'escurinhos' e nem 'bronzeados'. São negros mesmo. Pois. Eles tavam contando que, em posto de gasolina, era comum o frentista perguntar se não queriam nota fiscal. Logo que o acrro aprava, a pergunta: "É pra firma?".
Táxi a mesma coisa. "Quer recibo?".
Um contou que no Rio de Janeiro, estava dentro de um táxi, e o "taxero" começou a dizer que não pegava passageiro negro que estivesse de casaco ou de mochila. Aí começou uma discussão, meu amigo dizendo "não é bem assim...", os argumentos foram sendo contestados, sumindo, sumindo... Aí acabaram-se os argumentos e veio a pérola reflexiva do "taxero": "Ah, porra nenhuma, negão é tudo a merma merda!".
Outra das observações sobre racismo que vale a pena conferir foi: "Repare, repare bem que uma criança branca dificilmente chama uma velha negra de 'senhora'. Se a velhinha é branca, sim, mas se é negra, não. Repare."
Vou reparar.
p o s t s
Quando a gente escreve mais do que quatro linhas, ninguém lê. Que coisa.
s á b a d o . q u e . v e m . . .
Lembra que há muito tempo tinha um negócio na TV de "Sabado que vem, tem mais!"?. Isso era da prefeitura de São Franscisco do Conde. Pois é, a minha peregrinação pelo interior, que eu achava que ia pra SAJ, Sto Amaro, foi só pra São Francisco, eu que entendi errado.
Um pessoal do Teatro Vila Velha foi pra lá dar micro-oficinas de Teatro, Dança, Música, Iluminação e Leis de Incentivo - que ensina como enquadrar um projeto cultural na lei do Fazcultura. Sábado à noite ainda teve a apresentação de um espetáculo do teatro [Oxente, Cordel de Novo?] para mostrar o que se aprende nas oficinas, na prática. Também para apresentar um espetáculo para pessoas que pouco ou nada vão ao teatro. No final, os grupos locais apresentam para eles mesmos e pra equipe do teatro, o que eles já produzem, e rola uma conversinha sobre como tudo pode se desenvolver e se tornar mais expressivo. É o Projeto Teatro de Cabo a Rabo.
A equipe era toda conhecida e ótima, o que fez com que a parte da viagem em que não se trabalhava fosse ótima. Interior me dá lezeira. Aí a gente ficava lerdo, conversando, tentando desesperadamente lembrar de uma piada pra ver se agitava um pouquinho e nada... E comendo moqueca de peixe e pirão. Vida dura danada.
Quando se estava trabalhando, porém, ficava meio chato. Chato porque não dava pra tirar da cabeça, que no fundo, o nosso esforço é quase todo em vão. A possibilidade de conseguir mudar alguma coisa
mesmo é muito remota. Primeiro porque é só um fim de semana, e segundo que essa cidade já era pra ser grande. Já era pra ter teatro. Já era pra ter hospital, escola boa, esgotamento, era uma cidade que devia já ter tudo. Porque lá tem petróleo e gás natural, e só tem 29 mil habitantes. Petrobrás, Novogás, Brasil Gás, Butano e outras empresas poluidoras (são 20, no total) inviablizam o turismo na cidade porque a qualquer momento pode ter um desastre ecológico. Já aconteceram
alguns derramamentos e pequenos desastres ambientais. Essas empresas recolhem uma quantidade de imposto monumental. A grana que a prefeitura administra, dava pra deixar a cidade um luxo. Aí a gente dava aula numa sala de escola que o quadro tava quebrado, das 50 cadeiras tinha umas 5 boas, e luz que é bom, nada.
São Francisco do Conde é a segunda arrecadação de ICMS da Bahia. Mais do que Camaçari, sendo menor do que Camaçari que tem o Pólo (eu ia falar da Ford, mas a Ford não paga ICMS...).
A estrutura cultural inexiste, e a idéia do projeto é criar uma conexão direta dos grupos do interior com o Vila Velha, pra que eles venham se apresentar, pra que se troque experiência, para que eles aprendam com o 'pessoal da capital', e o pessoal da capital aprenda com eles. Mas nada daquilo ali vai durar. A máfia toma conta de tudo.
A cidade não tem nada, o prefeito e os secretários da prefeitura todos moram em Salvador. O prefeito vai em São Francisco toda quarta-feira.
Para alguns eu devo estar parecendo meio besta, porque pode ser que todo interior seja assim e é o besta aqui que não sabe. É que em São Francisco a coisa é gritante. Pra dar o desfecho da história, Sábado teve almoço para quem estava fazendo a oficina e morava longe não ter que voltar pra casa. Fora as vans para transporte interno e liberar o espaço das escolas (que é uma merda), foi só o que a prefeitura fez. No domingo, um monte de gente faltou, porque ficou passando mal de caganeira em casa, resultado da quentinha do prefeito. Lindo isso.
s e m . m a i s . d e l o n g a s
Fui! (banda mel)
c u r t a s
- Eu estava ouvindo rock'n'roll durante o expediente e minha chefe sutilmente explicou: "Você sabia que as plantas morrem com o rock?"
- Vou viajar pelo interior a trabaio. Não posso dar caronas.
- Um vírus apagou a pasta Windows do meu computador de casa, o que quer dizer, que mais de 200Mb de mensagens do meu Outlook Express foram pro saco. Anexos, coisas importantes genéricas, brigas, fórmula da Coca-Cola, fotos de viagem, tudo. Pouca coisa que chegava por e-mail era salva em outro lugar.
- Tem um programa ninja-roubo-mágico de recuperação de arquivos deletados que talvez resolva.
- O dia hoje começou horrível.
- Estou rico e emprestando dinheiro a juros de 15% ao mês.
- Saudade de um monte de gente.
a t a l h o
Alt+Barra de Espaço+X
a u s ê n c i a
Amanhã pela tarde estarei viajando para Santo Antônio de Jesus.
Em seguida partirei em peregrinação até São Francisco do Conde.
De lá, vou a Santo Amaro da Purificação.
Domingo, pela tarde, estarei de volta, quando a missão estiver completa.
Amém.
v o z
Vinha eu andando para o teatro, quando noto que na mesma direção, porém em sentido oposto, vem uma menina com uma camiseta que diz:
EU FAÇO
COMUNICAÇÃO
Então uma voz na minha cabeça disse: "Pôdi, tudo pôdi."
a t a l h o
Alguém aí sabe um atalho para maximizar janelas no Windows?
i m a g e m
m e u . a m i g o . m u r p h y
O fato de um corpo estar imerso numa banheira
faz com que toque o telefone na sala
Eu recebi essa proposta pra montar um Cartão de Visitas em CD. A pessoa diz: "Eis o meu cartão", e o cartão tem tudo. Todas as informações, fotos, histórico, currículo, é ótimo, uma excelente idéia. Dá pra gravar num daqueles CD's nanicos em formato de cartão. Um charme incomparável.
Todos os senhores de escravo da América Latina sabem que eu trabalho bastante de graça, ou por um dinherico de nada. Mas dessa vez não, dessa vez tem dinheiro.
Aí eu chego em casa e o computador, recém-consertado, pifa de forma irremediável.
c a d ê ?
Parece que o absurdo me abandonou.
As coisas todas estão parecendo fazer sentido, e as coisas esdrúxulas são no máximo piadas internas em potencial.
Esse blog se prejudica muito com essa cartesianidade do mundo.
o . v e l h o . e . o . m a r
Gostei do livro.
É bem simples, mas dá conta do recado.
É mesmo uma boa idéia para presente.
Bom, bom mesmo.
t e m p o
Ultimamente tem parecido que o tempo do mundo acelerou. Nada a ver com o horário de Verão, mas Outubro está descendo muito rápido. Já já cai e estaremos lá em cima em Novembro. Muito depressa. E os dias! Eu durmo um pouquinho que quando eu vou ver já foi um monte. Brincando brincando, eu fiquei tossindo meio-doente por mais uma semana inteira. É que meu tempo tá mais lento, e pra piorar, o mundo ainda tá indo mais rápido.
O momento da semana em que o tempo desacelera total é no caminho da Politécnica pra São Lázaro, sempre tem uns três guris brincando no playground, escoltados pelas empregadas que ficam batendo papo. Dá vontade de ficar ali vendo a brincadeira dos moleques. Ali o tempo pára. Depois corre de novo.
f i l m e s
Fui ver Aos Treze
[Thirteen], e fui ver A Estranha Família de Igby
[Igby Goes Down], que como o título original mostra, é muito mais sobre Igby do que sobre a sua estranha família.
Os dois sobre comportamento, e os dois legais. De formas diferentes, e nada imperdível, mas legais.
Confesso que entrei pra ver Aos Treze com aquela cara de quem espera um sanduíche de atum gelado com pickles. É um desses filmes de comportamento que fala sobre essa vida
louquinha, loquinha dos jovens. Só que ela monta uma situação, explora-a e leva até o fim, como Hollywood geralmente não faz. Eu fiquei esperando aquela parte em que você pode comentar: 'na vida real, esse tipo de coisa não acontece', ou 'as coisas nunca se resolvem fácil assim', mas a parte não vem. No filme, as coisas não se resolvem 'fácil assim'. O filme se preocupa também em parecer 'de verdade'. Isso é bom. Existem várias coisas ruins e mal coladas e algumas vezes a diretora força a barra um pouquinho, mas dá pra aguentar. Me surpreendi muito. Gostei.
A Estranha Família de Igby é legal, também. Comportamental também, sobre um garoto que enfrenta situações familiares bem pouco usuais e excessivamente esdrúxulas. O filme todo mantém uma linha de humor
espertinho que funcionou comigo. Eu gosto das piadas espertinhas, aí ri bastante. Já esse não dá a impressão de ser 'real', e você pode se sentir livre para comentar: "na vida real, as coisas não seriam simples assim". Mas o filme tem muita gente competente trabalhando nele, e a sutileza da loucura do filme é preciosa, justamente porque não se encontra quase que em filme nenhum. Ainda bem que este não se pretende um filme genial, pois não o é. Mas não o é com classe.
Vão ver os dois, são bons.
d o m i n g o
Domingo de macarrão com camarão.
Isso é que é domingo.
f e n ô m e n o
Hoje é o ia 5 do ano 1 d.V.
A sala em que eu trabalho no Teatro sempre foi conhecida pela sua escaldante característica de calor infernal. Qualquer senhora ou senhorita que adentrasse aquela sala cogitaria a possbilidade de uma chegada súbita da menopausa. Mesmo aos 19 anos. Comentários como "como é que voces aguentam isso aqui?" eram frequentes. Os copos descartáveis ao lado do bebedouro sempre sumiam com uma rapidez absurda.
Até que as autoridades competentes ouviram as nossas preces, e tudo mudou.
Os ventiladores de teto chegaram. Dois. Ótimos. Não têm dimmer, só funcionam à toda velocidade. Potentes, charmosos, eficientes, mais que suficientes, fazem voar os papéis sobre as mesas e ninguém reclama. No dia em que foram instalados, os funcionários se reuniam debaixo do ventilador, e eu coloquei um sambão de Zeca Pagodinho (seguido de outro Martinho da Vila) pra tocar na caixinha de som fulêra do computador em que trabalho. Foi um momento de celebração dos mais alegres que eu vi nos últimos anos.
Se uma vez a cada cinco dias, um fosse como aquele, não haveria mais guerras no mundo e a população mundial seria inevitavelmente três vezes maior... Bem... Aí teríamos guerras... Mas enfim, foi muito bom.
Para grande parte da civilização ocidental, hoje é o dia 18 de Outubro de 2003 d.C. - Pois para nós que trabalhamos naquela sala, é, sem sombra de dúvida, dia 05 do 01 depois do Ventilador.
a b ó b o r a s
Lembro de uma história que o amigo Buchecha contava a respeito de um filho da puta que deu abóbora muito quente para um rapaz comer, e que o cara estava morrendo de fome, jogou um monte de abóbora na boca. Aí cuspiu a abóbora porque estava muito quente e foi tirando-a da boca, a abóbora grudada no céu do boca do rapaz, a pele saindo junto.
Parece que a abóbora tem essa propriedade de acumular muito calor.
Ontem esquentei uma sopa para tomar de noite. Era uma dessas multi-sopas que usam os restos de almoço e as coisas qeu estava sobrando na geladeira, virando uma sopa de feijão com macarrão e galinha e outras coisas. Entre elas, abóbora.
Aí a sopa esquentou demais, deixei esfriando, mas a abóbora não esfriou. Na primeira colherada com a danada ela bateu no céu da boca e imediatamente me lembrei do rapaz que se fodeu da história do amigo Buchecha.
A sensação é que metade do céu da boca estava a ponto de descolar. Mas não descolou. Não dói, mas se alguma coisa encostar, incomoda muito, muito. Cream Cracker, nem pensar. Água não alivia. Parece que o ideal seria purê de batata.
Hoje de manha já estava melhorzinho.
Tranquem suas portas, protejam suas crianças, se virem uma abóbora quente por aí.
p e l a . e s t r a d a . a f o r a
(eu vi isso aí)
"Sexo não é a resposta.
Sexo é a perguta.
SIM é a resposta."
c a n e t a
a q u i . ó
Tenho feito tanta coisa e tão longe do mundo.
Muito longe de tudo, tudo.
Como é que volta?
Volta, mundo.
(mãe, eu tou sóbrio. São outras coisas)
s ã o . l á z a r o
(e o diretório acadêmico)
Aí amanhã e depois de amanhã tem eleições.
Segunda recebi papelzinho da Chapa 1. Tinha lá a diretoria, e 'a galera'. Meu nome tava lá.
O "cabeção" da Chapa 1 é meu amigo e sentou comigo pra conversar por alto sobre as propostas do pessoal dele, e eu achei bom e tudo. Tinha dito que se ele precisasse de ajuda, eu poderia ajudar assim, assim, e assado se ele quisesse, mas que não ia entrar pra galerinha dele nem se eu quisesse muito, por falta de disponibilidade. Mas aí ele colocou o nome no papel e distribuiu. Não sabia.
Chamei. Chega aí. Se meu nome está no papelzinho, eu quero os microfilmes, eu quero saber dos detalhes. Na minha sala tem duas diretorias de chapa, todos com olhares furtivos e mostrando os dentes uns pros outros, vão mostrar os dentes pra mim!
Sentei com ele e com os comparsas e conversamos novamente.
Então tão. Tudo certinho, eu voto neles, mesmo. "Então faça campanha!". Campanha? "É, veste a camisa, vem com a camisa amanhã que passaremos para falar da chapa e da eleição na sua sala. Tá.
Cheguei na sala e vários olhares. Vários. Os dois "cabeções" de chapa da minha sala que geralmente não me dão muita anteção vieram apertar minha mão com um ar meio antipático. "E aí? Beleza?". Beleza. Vários olhares.
Essa gente se leva muito, muito, muito à sério.
: )
Hoje eu ganhei um livro.
"O Velho e O Mar"
Ernest Hemingway.
É pequenino. Veremos.
o . s e n h o r . h u g o
(o dono da pensão)
Fazia parecer que cada detalhe era importante, e que cada passo fazia parte de uma sequência cuidadosa de ações, como se todos os detalhes fossem absolutamente necessários, mesmo nas coisas mais simples. Ao entrar no carro e dar a partida, por exemplo, abria a porta sempre da mesma forma, como se houvesse uma
maneira correta de abrir a porta, e seguia os passos seguintes com a mesma dedicação. Havia se acostumado a preencher todas as coisas com esse ar de falsa nobreza, como se fosse necessário muito estudo para sentar-se à máquina de escrever ou preparar um sanduíche de pasta de atum. Como se houvesse uma complexa ciência no trocar de lâmpadas. Pois era assim que fazia as coisas. Fazia assim há tanto tempo, que o faria mesmo sem ninguém olhando. Talvez porque no fundo se sentisse velho e desimportante. Como alguém que sente que o tempo da vida já passou, que a oportunidade alçou vôo pela janela. Concentrava-se em escrever e em fazer com mínimo cuidado e 'importância' as coisas mais simples e cotidianas.
Claro que isso irritava de certa maneira as outras pessoas que viviam na casa. Mas a esta altura, já estavam todos invariavelmente acostumados e não se preocupavam com essa e com as outras manias. Ao menos tinha bom coração.
Sendo cuidadoso, organizado e 'científico', quando algum pequeno acidente lhe acontecia era motivo de cólera irracional e instantânea. Ao passar geléia no pão, se deixava a faca cair, ou se derramava pasta de dentes no pijama, repetia energicamente Merda! Merda! Merda!. Sempre três vezes. Quando estava realmente disposto ainda resmungava frases que começavam com 'odeio' e terminavam com 'merda' de novo.
Tão ocupado consigo mesmo, era difícil vê-lo de bom humor realmente. Haviam as coisas específicas, determinados acontecimentos e coincidências sutis faziam-no parecer o mais feliz entre os felizes. Mas por pouco tempo. Depois assumia o seu personagem com o qual habituara-se a se relacionar.
a s . p a l a v r a s
Será que o termo "casal" está de alguma forma relacionado com "a
casalar"?
Hmmmm...
u o u
Aqui perto tem um Centro Auditivo Telex.
É rosa e feio.
Se der problema no seu aparelho de ouvir melhor, não leve em qualquer lugar, não tente consertar sozinho, leve ao Centro Auditivo Telex.
r e c o m e n d o
Cowboy BeBop
àqueles que tem Locomotion.
Seg a Sex, às 9h, às 16h, às 21h e de madrugada bem tardão.
i m a g e m
(essa foto é BAMBA!)
i n s o n e
.
.
m o n t a d o . n a . e m a
d i á l o g o
- Oi, você estudou na Via Magia?
- Vixe... Há muito tempo. [1991/92]
- Mas estudou, né? Eu lembro de você. Você era da minha sala. Você lembra de mim?
- Não.
- Ah... Normal.
s ã o . l á z a r o
Eu ia escrever coisas engraçadas, e usar tons, e possivelmente algumas gracinhas...
Mas acho que basta dizer que só na minha turma, os calouros, tem duas chapas concorrendo para o D.A. de Ciências Sociais da Ufba.
Só isso.
m e r c a d o . c u l t u r a l
Andaram dizendo que quem trabalhou ano passado não precisa mandar currículo de novo esse ano. Eu não arriscaria. Vou mandar o meu de novo. Vou mandar os dos amigos também.
Enviem seus currículos para camilofroes@terra.com.br, que eu vou mandar o meu com uns outros junto.
Se não quiser o intermediário, vá direto para producao@viamagia.com.br, ou liga pra eles (247-0068) e se informa.
Trabalhem, ganhem dinheiro e sejam felizes.
Mais informações em
www.viamagia.com.br
f i l m e
Vi, na manhã de hoje, um filme italiano psico. Belíssimo.
Il Cane Bleu. O Cachorro Azul.
Numa cidadela da Itália, um velhote é seguido diariamente por um cão pequeno que tem todo jeito de vira-lata, e tem uma mancha azul na testa. Aonde o velhote, que parece o Sr. Wilson, vai, o cão vai atrás. E late, e faz festa, e o velhote não tem mais paz. E as pessoas reclamam do cão, e ele tenta explicar que o cachorro não é dele. Aí xinga o cachorro, rosna pra ele, manda ele à merda.
O cachorro não desiste.
De noite, quando o Sr. Wilson vai dormir, o cachorro fica na janela numa devoção religiosa. De espingarda na mão, o velhinho fica olhando para o cachorro, e pensa se se livra dele de uma vez ou não. Os vizinhos também já não aguentavam 'il cane bleu'. Sr. Wilson aponta o cano para o cachorro mas não vê que um vizinho faz o mesmo, e atira no cachorro. Bleu não morre. Foge ganindo e mancando. Manca tão mancado as vezes que mete a cara no chão. A cena é tristíssima.
Da manhã do dia seguinte em diante, mesmo sem ter atirado, o Vovô Simpatia sai atrás do cachorro. Segue as manchas de sangue, encontra um que tratou do cachorro e depois soltou ele na rua e foi pra lá. Velho vai pra lá. "Ah, eu vi, foi por ali". Velho vai por ali. Aí sobe até o alto de uma montanha lá pertinho da casa do chapéu, quando um pastor diz que viu o cachorro morrer. Sr. Wilson fica num desassossego irrecuperável.
Sr. Culpa-maior-do-mundo faz um túmulo simbólico para o cachorro azul. E fica ali olhando praquelas pedras e matinhos em cima da montanha. Aí olha para a cidadela lá longe. Aí chora, e chora e chora. Aí Bleu aparece. Saudável, lépido e altivo. E late.
"AH! Seu cão maldito do inferno! O que você quer de mim? O que você quer de mim? Saia daqui! Vá embora! Me deixe em paz! Me deixe em paz!"
Sr. Wilson vai correndo de volta para casa e o cãozinho atrás.
O filme é num esquema '3 Histórias da Bahia', mas as outras 2 eu não vi não.
a u t o . r e t r a t o
100% mouse, no Flash, com base num outro desenho que eu fiz de caneta.
c o n c e r t o
(de rock and roll)
Há um tempão não ia num show desses da "cena baiana". Fui ao Havana com amigos, ver jovens alucinados e suas guitarras furiosas.
Ver toda aquela gente foi engraçado. Por muito tempo eu quis fazer parte daquilo, quis ser um rock'n'roll que se veste de preto e é atitude e é doidão. Aí quando você sai dessa e olha pra eles de pertinho, é interessante. É divertido, na verdade, ver os mesmos personagens sempre em cena.
Logo começou o empurra empurra, e pra matar saudade me joguei lá no meio dos soca-chuta. O longo período ausente mostrou que meus reflexos já não são os mesmos (ou essas crianças estão ficando realmente violentas!). Ao fim de uma breve sessão de soca-chuta-empurra-e-chuta, um cotovelo que eu nem vi de onde veio me deu uma beijoca. Sangrou, mas foi coisa pouca. Nada grave.
Muita, muita gente conhecida, volume altíssimo, e um pouquinho (só um pouquinho, viu mãe?) de álcool. Foi divertido, mas principalmente porque foi engraçado observar os frequentadores. Foi divertido constatar que eu nunca consegui fazer parte daquilo realmente e que já nem interessa mais. Os 'tipos' são engraçadões e não devem nada para os outros estereótipos do meu Brasil varonil.
Vale lembrar ainda que meu ex-professor de física (professor de física do pessoal das duas bandas que eu vi) estava presente e se divertiu a valer.
?
Se você multiplicar cinquenta e quatro por dezessete, dividir o resultado por trinta e quatro e finalmente elevarmos o quociente ao quadrado, chegamos ao fim da equação = 729.
Que não resolve nada.
o . d e . s e m p r e
Quando tenho chance, fico no trabalho ouvindo rádio pela internet. A Rádio Terra. Não é exatamente uma mina de ouro, mas é interessante.
Pode ser que seja por causa da caixa de som de 5 reais que temos aqui no teatro, mas parece que todas as músicas foram re-equalizadas, e que a voz ficou mais baixa em todas as músicas. Finalmente ouvi "All Star" de Nando Reis (pela primeira vez hoje) e não consegui entender uma palavra sequer. Fica tudo meio embolado, mas se você já tiver ouvido a música antes, você lembra como ela era... E se diverte.
a s . p a l a v r a s
Isso vai soar idiota, mas quando eu parei para perceber que a palavra "incrível", é uma oposição a "crível", tomei um susto.
Incrível é o que não dá pra crer.
Claro!
Nunca tinha parado pra pensar nisso, até poucos dias atrás. Na parte do meu cérebro dedicada à semântica, incrível estava muito mais perto de "ótimo" e de "fabuloso" do que de "inacreditável".
Que coisa
t r e m e i
Pois é, mortais. Mr. Jingles vive, e logo retornaremos às atividades regulares nesta pocilga.
s e r á ?
Ousei trazer o Mr. Jingles para o teatro. Para passear. Conhecer novas tomadas, conversar, tomar uma ar, socializar.
Deu certo. Mas deu certo. aqui.
"Deixa ele aqui!", sugeriram.
Inegociável, no momento. O osso é meu e eu não saio de cima.
Hoje ainda volto pra casa com ele.
Lá, veremos que acontece.