a s . p a l a v r a s
Recebei um emelho em que usaram o termo "autocomiseração". Achei lindo. Fui correndo no dicionário ver o que era. Senti aquela emoção de quando eu aprendi a usar "idiossincrasia", "auspicioso", "xenobiologia" ou o termo "improbidade administrativa". Vixe...
Se você não sabe o que é autocomiseração, seja um pouco autocomiserável, e vá olhar no dicionário.
n a v e g a n d o . . .
s n a r f ou
d e s i l u s ã o
Todo mundo na minha casa tem superpoderes, menos eu.
Minha mãe tem os superpoderes sensitivos que são concedidos à todas as mães associadas ao Sindicato Secreto das Mães. A sua mãe também deve ter, mas não é certo, nem todas são credenciadas. Citarei (mesmo que não seja necessário) a clássica situação da bermuda que você passou 43 minutos procurando, e ela sem nem olhar pra gaveta, enquanto ajudava sua irmã a resolver questões de função quadrática, tira a bermuda da gaveta. E a bermuda ainda bem limpa e dobrada.
Meu pai é bancário há mais de 20 anos e nunca tentou suicídio, demonstração óbvia e incontestável de superpoderes.
A
irmã de Bob controla o próprio organismo, decide quando passa bem, quando passa mal de acordo com sua própria conveniência e tem uma visão que faz curva, que é a única forma de explicar como alguém pode passear pela casa enquanto assiste televisão (ela acha que eu não percebo que ela tem superpoderes). É também a única pessoa que eu já vi que consegue usar o computador, assistir televisão, ouvindo música e estudando ao mesmo tempo. Façanhas de multi-focos de concentração.
Meu irmão é o mantenedor da harmonia cósmica e inventou tudo o que existe. Ele me ludibriou, me fazendo acreditar que eu era o responsável pelo caos e pela causa de acidentes aéreos e catástrofes naturais tais como vulcões, tufões e inundações. Mas ontem eu descobri que os desastres e demências do mundo são parte integrante do caos necessário que faz a engrenagem do mundo funcionar.
Então eu não tenho superpoderes. Nem umzinho. Me sinto o Snarf dos Thundercats.
Mas pelo menos eu sou imortal. hahahahaha!
m á - í n d o l e
Esse post aí embaixo não foi escrito pelo Cabron, é fruto dá má-índole de uma pessoa ruim que mora na minha casa
Sono não é desculpa, sinto muito.
Dá próxima vez, faremos um estrago muito grande por aqui, só pra deixar as coisas mais divertidas.
Ah sim, oi!
b o a t o
...ouvi dizer de um disse-me-disse de uma conversinha, de um negocio que escapou de uma conversa de canto de boca no pé-do-ouvido que uma tal de Zé-das-Couve Produções estava envolvida, meio que armengada, meio dentro, quase que participando de uma produção, uma montagem, uma coisa mais ou menos ainda, assim, pra ser definida, ou quase isso de uma festança de arromba em Guarajuba, com suor, cerveja e diversão, mas eu não garanto minhas fontes, tamo pensando, tamo pensando, eu ouvi por aí...
i n d i s p e n s á v e l
Relato de Uma Guerra que (não) Acabou - Seg e Ter - 5 conto / 19h
Cabaré da Rrrrrraça - Qui, Sex, Sáb e Dom - preço absurdo, falem comigo / 21h (Dom 20h)
Relato é sobre uma comunidade em Salvador, durante a greve dos policiais. Um drama moderno, social, bem feito, emocionante.
Cabaré trata um assunto sério com bom humor. Discute racismo em suas várias formas. O preço é absurdo porque o espetáculo passou num projeto do Governo (só por isso está em cartaz) que "leva o teatro à elite". Ou algo bizarro parecido com essa, inteira fica a 20 pau... Mais detalhes, sobre a programação, no site do
Teatro Vila Velha.
Dois espetáculos muito bons mesmo, valem muito a pena. Quem não viu, vá ver.
l i v r o
E agora eu li "O Carteiro e O Poeta" do Antonio Skármeta.
Todo mundo já deve ter lido esse livro na sétima ou na oitava série. A história é boa, mas poderia ter sido muito mais bem contada. O mais triste é ler a declaração do autor no prefácio que levou quatorze anos pra escrever o livro. Que é bom, não me entendam mal, mas poderia ser muito melhor.
s h o w
E teve esse show do Zeca Baleiro...
O show foi bom. Zeca Baleiro é bom, é competente, a banda é muito boa, e haveria uma ou duas reclamações a fazer sobre coisas que não precisavam ser como foram, mas eu não me sinto suficientemente chato no momento.
Os ingressos acabaram na mesma terça-feira em que começaram a ser vendidos, e na porta os cambistas estavam vendendo caro demais. Os meus contatos no submundo do crime me garantiram convites, e fui ver o show em boa companhia.
Ele tocou várias músicas do primeiro disco, uma ou duas do segundo, o terceiro eu não conheço, e quase todas do PetShopMundoCão. Fez uma versão ainda de "Juízo Final", que eu conhecia versão de Arnaldo Antunes (que não é a primeira) e mais umas uma ou duas músicas não gravadas anteriormente por ele. Tocou bastante, falou pouco, fez gaiatices com o público e foi-se embora. Se eu tivesse pago os 5 reais inicialmente declarados como sendo o preço do ingresso, o dinheiro teria sido bem gasto.
está passando um desenho que tem o mesmo traço e estilo de Lain agora na Locomotion. Se não for Lain.
d o m i n g o
Ah o domingo, sempre domingo...
f r a s e
"Quando eu vim morar em Salvador, a primeira coisa que eu notei é que as meninas se vestiam como as mães!"
(Verbena de Souza)
«nome fictício»
n o t a . m e n t a l
Entrei num ônibus lotado, e achei três! Três pessoas que eu não conhecia.
Preciso sair mais...
d ú v i d a
Onde foi parar a minha vontade de trabalhar?
Isso nunca me ocorreu antes, mas me deu uma vontade de ficar estudando, e lendo, e aprendendo, e trabalhando bem pouquinho ou quase nada. Trabalhar sempre foi em todos os sentidos, mais legal do que estudar. Talvez seja só uma vontade, essa coisa de estudar não é mesmo da minha natureza.
Pode ser também que essa minha vontade de trabalhar esteja esgotando um pouquinho porque tem um bom tempo que eu não ganho dinheiro. Trabalho e não ganho dinheiro, pode ser isso.
Minhas vontade estão misturadas, de mãos dados, jogando Twister sem roupa. Enfim, uma confusão sem tamanho, sem nenhum controle ou organização.
soneto da união familiar pela posse do hardware
ou
o desespero do trabalhador escravo da máquina
ou
ah, como eu queria ganhar na MegaSena
ou
família ciborgue
Meu mouse está em greve de novo
Na PS/2 parou de funcionar
Trocamos por serial para ajeitar
Reincidente, fez-se de teimoso
O Windows não é capaz de encontrar
A culpa será da fêmea ou do macho?
É o problema de junta, eu acho
Começo a juntar dinheiro pra comprar
Um novíssimo equipamento pra mim
Ou fazer um super-combo-megazord
Montaríamos o amálgama assim:
Do micro da mamma o que tem de melhor
com o resto do meu, se ela tiver afim
Faremos um power computador só!
d i á l o g o
- Quando eu ganhar na Loteria vou fazer uma empresa multivisual, com um MAC G4, está interessado?
- Acho que sim...
- Vou montar uma empresa e entregar na sua mão e dos seus irmãos...
- Ah... Que é isso! Imagina se minha avó ganha na Loto e obriga o Tio1, o Tio2 e o Tio3 a trabalharem junto com a minha mãe! Acho melhor montar três empresas
- Peraí! A relação de vocês ainda não está tão desgastada.
- Não acho que ia dar certo.
- Vocês três gostam de coisas visuais, mas de formas diferentes e complementares.
- A complementaridade é um aspecto supervalorizado...
- A complementaridade é uma possibilidade. Tudo é possibilidade. Até dessa conversa acabar se tornando alguma coisa...
- É...
(pausa)
- E uma empresa comigo, funcionaria?
- Mais possibilidade de dar certo do que com minha irmã, por exemplo.
- Então vai ter que ser três empresas?
- Sim.
- E três apartamentos?
- Em bairros distantes...
c i n e m a
Vem aí
Kill Bill
O sítio diz que é o quarto filme de de Quentin Tarantino. Sabemos que isso não é exatamente verdade. 'Cães de Aluguel', 'Pulp Fiction' e 'Jackie Brown' seriam os seus três primeiros e 'Kill Bill' (que se tem outro nome em português, eu ainda não sei qual é). Mas ele assina Roteiro de 'Assassinos por Natureza', esteve envolvido na produção 'Um Drink no Inferno' (só o primeiro), do seu amigo Robert Rodriguez. Escreveu 'Amor à Queima Roupa', escreveu uma das histórias e atuou em 'O Grande Hotel', além de ser um dos responsáveis por 'Eles Matam e Nós Limpamos'.
Ele foi ator em 'Little Nick' (que eu vi!), fez uma ponta em 'A Balada do Pistoleiro' (contando uma boa piada), e era o 'Mr.Brown' de 'Cães de Aluguel', (que morre de forma imbecil), e o dono da 'casa que não é depósito de negro sem cabeça' em Pulp Fiction.
Já tem trailer lá. Estou ansioso. Uou.
s e g r e d o s . d o . u n i v e r s o
O melhor banho que se pode tomar está escondido, nem tão bem escondido, não muito longe de você. O Sr. A. L. M. C. (que preferiu não se identificar com o nome por extenso por motivos óbvios), tem em sua residência, uma fantástica ducha daquelas com duas torneiras (uma quente e uma fria), sendo que você pode regular a temperatura.
A temperatura pode variar entre Insuportavelmente Quente a Inviavelmente Frio.
Eu experimentei uma vez, e agora toda vez que eu encontro com o Sr. A. L. M. C., eu timidamente peço: "Deixa eu tomar banho no seu banheiro... Por favor..."
Na minha casa é chuveiro comum. Fraco. Frio. Sempre frio. Vou propôr intercâmbio.
s ó . p r a . c o n s t a r
"eu@nos.com.ela" e-mail hipotético do hipotético "eu" que permaneceu mudo.
Saibam:
Nenhum comentário passa despercebido.
n o v í s s i m a
Atualizando o mais poderoso de todos os dizeres:
"Vai tomar no olho do seu cu!", eu ouvi essa ontem:
"Vai tomar no ângulo do cu!"
Sem mais.
a c o n t e c e u
Ontem no Teatro Vila Velha, a leitura dramática do texto "A Missão", do alemão Heiner Müller.
Antes: A leitura dramática é: atores lêem um texto dramático, cada um assumindo um personagem ou mais de um, Isso é determinado pelo diretor, E o lêem dramaticamente, ou seja: tentando passar a emoção do texto através da fala, como fariam se estivessem apresentando o espetáculo de fato. É uma forma de apresentar um texto para o público e não muito mais que isso. Quase um ensaio aberto, um estudo do texto. Um flerte com uma possibilidade de espetáculo. Sem garantias.
Enfim, esse texto, A Missão, reuniu para a sua leitura, atores do TVV, Chica Carelli e Érico Brás, gente que passou por lá ou saiu de lá como Lúcio Tranchesi, Lázaro Ramos (Madame Satã) e Gustavo Melo (novela da Globo, não sei qual), e ainda Renata Sorrah e Matheus Nachtergaele.
O Teatro socou de gente, muito bom.
O texto, apesar de bastante interessante, é cansativo, ainda mais para uma leitura. A maioria do público que foi lá para ver o encontro dos astros provavelmente nunca tinha ido a uma leitura e foi ficando todo mundo com uma cara grande de "que saco".
Fico imaginando a possibilidade do texto ser feito com os atores da leitura, infelizmente não creio que isso vá acontecer...
d e n ú n c i a
As árvores pedem clemência. Hoje de manhã fui acordado por duas explosões consecutivas. Uma forma pouco agradável de levantar às 06:40. As explosões foram provocadas pelo mal amputamento de um galho da mangueira da minha rua que não quis se identificar nem mesmo por nomes fictícios. Amputaram um galho inteiro, que caiu sobre os fios. Com o peso do galho amputado, romperam-se os fios e seguiram-se as explosões e a falta de luz que toma conta das minhas duas ruas.
A chamada "poda" nas árvores, é feita com brutalidade e completa incompetência, provoca crescimento anormal ou subnormal nas árvores que são tratadas como bichos (!!!). "Eu, nesse quesito, particularmente, me sinto violentada..." declara M.Q.V. Uma outra árvore, a mais velha da região, se pronuncia afirmando que "já fui vítima desses desmandos inúmeras vezes. Como o meu tronco é absurdamente enorme, ninguém mais mexe comigo, já não 'atrapalho' ninguém. Em toda a minha vida, somente a minha primeira poda foi respeitável, cortaram os galhos velhos e doentes que me sugavam a 94 anos, foi um alívio, mas no restante das vezes, galhos sadios, inofensivos foram cruelmente arrancados".
Não há nenhum tipo de preparação para os profissionais que fazem as podas, no que se refere ao bem estar das árvores. As árvores pedem clemência, esse absurdo deve ter um fim.
por onde andarão Mero e Merinho?
aproveitem e cliquem no ClickÁrvore!
p o p . t r a s h
"Vai ver só, eu vou te acusar pro meu pai! Vou dizer que me puxou o cabelo, e que me deu um pontapé, e que me bateu com um chicote, e que me atirou com um revólver, e que me atirou com um rifle, e que me atirou com uma metralhadora, e que me atirou com um canhão, e que além disso quis me matar!!!"
(Chiquinha do Chaves)
u m a . c a n ç ã o
Cherokee
Chamei sua Grand Cherokee de caminhonete, reciclei até Gillete pra chamar a sua atenção. Rodei do Oiapoque ao Chuí de patinete, inventei rock-de-breque, meu amor, você nem ligava e eu então, fiz tudo o que pude para parecer mais chique, afundei qual o Titanic, desprezado em minha solidão. Financiei kitnet, comprei o abadá do Chiclete, mas ela saiu no Tiete, que decepção... Mal sabe falar português, adora cantar em inglês, e eu que fazia Yoga pra ficar mais zen! Tremi mas tomei Coca-Light, bebi e dancei Kung Fu Fighting e tenho que ouvir o N'Sync no seu disquemêm... Não passe do seu limite, mas por favor não me evite, e nem invente desculpas depois, só peço que não se irrite, já que eu não sou o Brad Pitt, e não vou aparecer no Caderno 2. Se você for pro concurso de miss, eu juro que vou pro Greenpeace, e aí vai haver bate boca entre nós!
Do sensacional Ray Gouveia.
d e . v o l t a
Boa viagem! Frases memoráveis. Momentos incríveis. Morgação, muita, mas muita morgação!
Tenho que entrar no ritmo ainda...
s u p e r d i c a s
ØTerminei de ler o livro "
Sonhos de Robô" do Isaac Asimov, bom, bom mesmo. São 22 contos de ficção científica. Desses, um conto genial (eu quero dizer, genial!), 6 muito bons, 6 ruins, um completamente dispensável e outros 8 interessantes. Boa média. São histórias pequenas, quase um 'para gostar de ler', porque, mesmo não sendo um espetáculo da narrativa, Isaac Asimov é mestre na coerência e pega a ficção científica pelo detalhe, onde outros vez ou outra falham. Não tem um conto que você leia e diga: "Ah, isso aqui está incoerente, é uma falha na história". O cara pensa em tudo e tem excelentes idéias.
ØDia 24 a 27 (quinta a domingo) de Abril na Casa do Comércio tem Zeca Baleiro pelo Projeto MPB Petrobrás. Dia 22 (terça) começa a vender ingressos.
ØPorra, você ainda não viu Carandiru? É filme de ver no cinema, na TV não vai ter a menor graça!
ØNem na cama elástica do Aeroclube? Tem que ir! Tem que ir!
«o PutaMadreCabron!® paralisa as suas atividades momentaneamente. Estaremo retornando Segunda-feira próxima por motivo de viagem»
o . d i a
Caos.
Caos.
Caos incompleto.
Caos.
OVO DA PÁSCOA!!!!!!
Alinhamento dos chacras seguido de tranquilidade inabalável...
Querido diário,
Ontem fui me matricular para o curso de Ciências Sociais na Universidade Federal da Bahia. Logo que cheguei no Campus de Ondina consegui uma carona até o PAF I e me dirigi até a o local de matrícula. Encontrei tanta gente que eu conhecia, velhos colegas, ingressando numa faculdade, todos cheios de sonhos e perspectivas como eu. Logo o portão se abriu e adentramos o edifício pré-moldado da universidade. Estava apreensivo, pois não tinha comigo a fotocópia da carteira de identidade que me solicitaram. Preenchi o meu cadastro e fui logo chamado.
Na hora de escolher o horário, meu diário, que decepção, tinham apenas duas opções de horário: um que era uma merda, e o outro, uma desgraça completa. Fiquei com o horário que era uma merda, e que compromete meus planos de continuar no meu emprego.
Tinha lá um monte de gente com cara de "mutchodoido" dizendo que eram de um tal de Diretório Acadêmico, e que queriam conversar. Mas eu já tava sem saco depois de tanta demora pra pegar um horário de merda, né? Então nem fui. Um amigo meu que também estava se matriculando me chamou para comemorar no VermeCenter jogando CounterStrike.
A produtividade foi baixa. Eu estava enfurrujado, e os vermes do VermeCenter, estavam mais vermes do que nunca. Mas não estava me preocupando em estraçalhar aqueles malditos filhos da puta de verdade, eu estava apenas relaxando. Minha cabeça ficou o tempo todo com uma sensação: gente, eu agora sou universitário!
Que cocô!
Porquê 'PutaMadreCabron!®'?
Foi o anteriormente citado neste blog amigo Jonze (nome fictício), que me incutiu em minha mente os dizeres: "puta madre, cabron!". Quando a gente via uma menina bonita passando, quando experimentava um doce novo muito bom, ou quando não tínhamos nada para dizer, dizíamos com uma entonação forte: "puta madre, cabron!".
Creio que foram filmes mexicanos como Amores Brutos e/ou E Sua Mãe Também que fizeram com Jonze passasse a usar essa sonora combinação de palavras. Desses filmes, eu vi o primeiro apenas, e é fato que uma das falas mais repetidas é "Cabron!", e a segunda mais repetida é justamente "puta madre, cabron!". Vi o filme depois que a onda de dizer "puta madre, cabron!" repetidamente já havia passado, mas devo admitir que o bordão anexou-se ao meu cérebro por um tempo.
Pouco tempo depois, resolvemos criar uma lista de e-mails para um grupo específico de amigos, e não sabíamos que nome colocar nessa lista, já que os primeiros que havíamos imaginado eram muito comuns e já tinham sido usados. Me ocorreu que o nome dessa lista poderia ser 'putamadrecabron'. E assim se fez, mas a lista putamadrecabron não deu lá muito certo, temos uma média de 0,7 emelhos por mês.
Pouco tempo depois, em Novembro de 2002 veio a idéia de fazer novamente um blog, reciclando esse nome: PutaMadreCabron!®
Hoje, nos momentos em que diríamos "puta madre, cabron!", dizemos: "uou, uoooou, UoooU, UOOOOOU... (inspira, expira) Molhoucos!!!", de modo que, se este blog nascesse hoje, provavelmente o seu nome seria Molhoucos.
f r a s e
E na minha sala de estar:
"Vocês que são afro-descendentes que se entendam!"
(Babilina Presley)
«nome fictício»
p e r s o n a l i d a d e s
(que você não conhece)
Seu Martins
Seu Martins ganha a vida dirigindo um táxi. Não sei onde ele mora, mas ele passa a maior parte do tempo na minha rua, conversando com os seus amigos taxistas. O Seu Martins foi a primeira pessoa que eu conheci depois que eu vim morar no meu prédio (depois dos porteiros e da porteira). Encontrei um vizinho uma vez numa festa da FACOM, encontrei uma vizinha no drumembêis, mas a gente não se conhece, exatamente. Eu conheço mesmo é Seu Martins.
Seu Martins é um negro alto e pesado com uma cara de bom companheiro e um vozeirão. Se eu prendesse um náilon na nuca do Seu Martins e conectasse a outra ponta do náilon na janela da minha varanda, eu teria uns 30 metros de linha, mas mesmo assim, dá pra acompanhar em detalhes a conversa de Seu Martins. A sensação é de quem acompanha uma conversa de telefone, a gente ouve tudo o que ele diz, mas só ele.
Eu o conheci, porque o taxista de confiança da família desapareceu na névoa. Procuramos ele, ele as vezes aparece, mas agora, boa parte do tempo, fica na névoa mesmo. Seu Martins é a segunda opção de confiança. Não sei se ele tem consciência disso, mas ele poderia ser cantor. Faria um bom
cover do Tim Maia, porque a voz do cara além de potente é macia, toda cheia de almofada.
Esse aí é o Seu Martins.
c i n e m a
Carandiru é do barro! É decente! Vá ver... Agora!
t u d o . e x p l i c a d o
Num desses seriados enlatados que as mulheres da minha casa assistem compulsivamente, crianças reclamavam dos seus brinquedos no Shopping Center. Diziam que no anúncio o rinoceronte laranja de plástico era enorme, e que o delas era nanico e feioso. Fizeram uma pequena manifestação em torno do ator contratado para se vestir de rinoceronte de plástico. As crianças, nitidamente, queriam linchar o rinocerente feioso. O ator foge e sai de cena. Logo o guardinha de azul apareceu para dissolver a manifestação das crianças declarando: "O rinoceronte já não está neste prédio, parem com essa bagunça!", o pai logo pergunta: "E a liberdade de manifestação?", o guarda retruca: "Você não é um pouco velho pra ser fã do rinoceronte laranja feioso?". O pai faz uma cara eu-sou-mais-esperto-que-você e diz: "Nunca se é velho demais para se defender a constituição", e então vem a pérola do guardinha: "
Pois isso é um Shopping Center, uma propriedade particular, e a Constituição fica do lado de fora da porta"
1) As crianças insatisfeitas queriam linchar o rinoceronte.
2) A Constituição fica do lado de fora da porta.
Amerikaners, amerikaners...
Amigos, amigos e seus negócios em partes:
Você aí? Já foi no
Café des Arts? Ali, no Rio Vermelho, entre o McDonald's e o Mercado do Peixe, ao lado do Shopping Rio Vermelho, em frente a uma Farmárcia Pague Menos. É um lugar arrumadinho, nem é caríssimo, e tem joguinhos. O atendimento é sensacional (lembre que falamos de Salvador onde atendimento bom é uma coisa que quase inexiste) e a música ambiente é lesgal!
Hoje à noite tem uma festa
Drumembêis no Havana. 23:00 - 8 conto. Com Mauro Telefunksoul, Drumn e Roots.
Segunda feira tem festa no
Quixabeira para arrecadar fundos para uma produção teatral, às 20:00 - 5 conto.
f i l m e s
Aluguei três filmes que queria ter visto há muito tempo. Amores Possíveis, Festa de Família e Bicho de Sete Cabeças.
Amores Possíveis não é só água com açucar, é muita água, é muito açúcar. Nitidamente da mesma diretora de Pequeno Dicionário Amoroso. É interessante, leve, divertidinho. Quando é bonitinho, funciona, quando tenta ser um pouco mais forte ou triste, continua com gosto de açúcar. Se você conheceu uma mulher que tudo a ver com você e levou um fora, quando encontrar com ela de novo você pode acabar virando gay.
Festa de Família é
alemão (se não em engano - me engano, é dinamarquês), do Dogma 95. Câmera na mão, pouco dinheiro no orçamento, e uma idéia psico na cabeça. Papai vai fazer 60 anos e toda a família vai para a grande casa de papai e ficam todos hospedados lá. Baixaria pra todo lado, brigas de todas as formas, conspirações e lavagem de roupa suja. Muito doido, muito bom.
Bicho de Sete Cabeças foi tão falado, tão, tão... Que eu esperava mais. A trilha de Arnaldo é muito bacana, a adaptação da história ficou muito legal, o Rodrigo Santoro está bem, o enfermeiro e os doidos tão ótimos, Othon Bastos e Cássia Kiss também, tudo muito bem. Acho que faltou farinha foi no roteiro. O que acontece no filme? Papai me manda pro hospício porque eu fumo maconha e... Fim. Em
Garota, Interrompida o mote é quase o mesmo só que a coisa se desenvolve de forma muito mais interessante e divertida. É tudo muito bom, mas não me diz muita coisa.
t o n y t o o
Pois é, mamãe comprou Sucrilhos. Não Sucrilhos banana, mas eu só encontrei essa imagem. Ela comprou o tradicional. Nunca mais tinha visto nenhum Sucrilhos tradicional à venda, só aqueles Corn Flakes, SuperAçúcar + Açúcar... O velho Tony agora está de volta às prateleiras (não sei se ele realmente abandonou, mas eu nunca mais tinha visto), como sempre com uma super promoção. Dessa vez é TonyToo! Tatuagens de chiclete, quer dizer, de Sucrilhos, super radicais!
.
A que veio no MEU Sucrilhos é essa que o Tony colocou no braço, eu como não sou besta, corri na frente dos meus irmãos e coloquei logo a minha TonyToo! Vários modelos super radicais e super bacanas, ficou JÓIA! Mal posso esperar pra mostrar pra minha mãe.
MOLHOOOOUCOS!
d e b a t e n d o
Surgiu nos comentários, um pouco mais para trás uma discussão em torno dos ônibus. O post já vai sumir, então eu vou resgatá-lo, até porque hoje eu não consegui pensar em nada legal pra postar.
Tudo começou quando
verme declarou que odeia os buzus, e agora que não toma mais ônibus, os odeia mais ainda.
O serviço de transporte público é mal prestado. Os motoristas de ônibus dirigem mal.
Alguns defendem que é uma questão de boa vontade. Acreditam que se os motoristas quisessem ou se esforçassem mais, poderiam prestar um serviço melhor. E que os motoristas têm parte na culpa de o serviço ser ruim.
Eu defendo que é uma questão de condições.Os ônibus não são bons, não são confortáveis, o salário é baixo, e os funcionários não recebem um bom treinamento. Se você recebe, por exemplo, 1000 reais para fazer um trabalho, você se importa com ele, se você recebe 200 pelo mesmo trabalho, a sua preocupação em fazer um bom trabalho é quase nenhuma, você pode ganhar 200 em qualquer lugar. A culpa recairia sobre os donos e gerentes das empresas, que argumentariam que não podem prestar um bom serviço e manter o preço da passagem baixo. Se fosse confirmado que a passagem não é suficiente para suprir as necessidades das empresas, a solução seria o subsídio (já que a população não poderia arcar com passagens muito mais caras do que já estão). A prefeitura bancaria parte da passagem, de forma que ela aumentaria sem aumentar (como acontece com o Álcool vendido em postos de gasolina). Nesse caso, os motoristas seriam treinados, os ônibus seriam mais confortáveis, e o salário aumentaria. Ser motorista de ônibus seria um bom negócio. Os bons motoristas gostariam de ser motoristas de ônibus, e os maus motoristas seriam demitidos, de forma que um bom motorista estaria na fila para tomar o seu lugar. Teria como haver seleção.
Não há, hoje, como haver seleção. Ser motorista de ônibus não é um bom negócio. É público e notório que os ônibus são como são na rua, todo mundo sabe disso. Nem todos são péssimos motoristas. Assim como há péssimos motoristas de ônibus, maus motoristas de carros comuns também esculhambam o trânsito. Meu pai dirigiu seu Fiat 747, depois sua Belina, o Prêmio, o Fusca, a Towner (aquela carroça), o Uno e o outro Uno sem muitos problemas com os ônibus. Há um bom motivo para que em todos os veículos grandes tenha uma inscrição: "MANTENHA DISTÂNCIA". Lembro de meu pai reclamar bastante de garotões com seus carros rebaixados e taxistas psicopatas.
Médicos de plantão são grosseiros, têm a letra horrível, vigias noturnos cochilam, policiais não são gentis. É culpa do médico? Do vigia? Do policial? Eu acho que tem muito mais a ver com a estrutura em que o cara está inserido.
t e a t r o . d e . p l á s t i c o
Fui ver Crimes Delicados.
Os três atores são bons. Lúcio Tranchesi, Márcia Andrade e Tatiana de Lima são o elenco. Bons atores. Elísio Lopes Jr. é o diretor. A peça é mais ou menos.
Uma dona de casa rica, influenciada pela 'moda de assassinato' (Richtofen, brasilienses e outros assassinatos genéricos...) decide matar os pais, por ódio incontrolável, e tenta coagir o marido a ser seu cúmplice. Antes de matar os pais no entanto, decide treinar com a empregada doméstica.
A concepção é paulista (já viu Sai de Baixo?), o cenário é fofinho. A luz e o som cumprem mecanicamente suas funções. O texto é de entretenimento simples, e o 'humor negro' que o programa da peça anuncia, em certos momentos beira o mau gosto, mas em outras horas arranca algumas risadas.
Arte entretenimento e apenas isso. Nenhuma boa sacada, referência, um texto bobo bem executado com uma direção mais ou menos.
Vá de bom humor, mas se preferir alugar um filme, não fique achando que perdeu muita coisa.
---- Crimes Delicados - Comédia de Humor Negro
Sala do Coro do Teatro Castro Alves
14,00 (inteira) 7,00 (meia)
Quartas e Quintas às 20h
Não sei até quando vai essa temporada.
e s c a l d e
"...malandro que é malandro não teme a morte,
malandro que é malandro vai pro norte,
Enquanto os patos vão pro sul..."
"...tava mais bobo que banda de rock..."
"...vem cá vem ver,
como tem babaca na TV..."
Esse moço Zeca Baleiro escaldou todo mundo nesse tal de PetShopMundoCão.
AH!, era "Macambúzio"! MACAMBÚZIO! Tava tentando lembrar essa palavra há dias...
a s . p a l a v r a s
A famosa expressão "Pode ir tirando o seu cavalinho da chuva..." tem uma origem que eu desconheço.
Ela é usada como no diálogo hipotético a seguir:
- Ôba! Peguei um peixe!
- Massa, vai matar a nossa fome
- Oush, oxe, oxeoxeoxe...
Vai tirando o seu cavalinho da chuva que esse peixe é o pro pastor.
- Pô...
ou ainda como neste outro exemplo:
- Olha Lucinda, que gato!
- É mesmo, Cleonilde, ele é um pão!
- Acho que ele piscou pra mim ontem...
- Pra você? Foi pra mim que ele deu tchauzinho.
- Ih,
pode ir tirando o seu cavalinho da chuva que eu vi primeiro.
Além de desconhecer a origem, desconheço também qual seria a vantagem de mandar o cavalo para a chuva. Ou mantê-lo lá. Poderia ser também algo como "vai cuidar da sua vida", ou melhor, do seu cavalinho, que tá na chuva, ao invés de vir querer pegar um pedaço do meu bolo. Mas são apenas hipóteses. Alguém aí sabe explicar essa expressão aparementemente sem o menor sentido?
s o l i d a r i e d a d e
A N I M A T R I X
Os criadores de Matrix, Andy e Larry Wachowsky abriram o mundo que eles inventaram para vários outros artistas. Pouco antes do filme sair, alguns bons nomes dos quadrinhos já tinham lido o roteiro, e em
www.whatisthematrix.com começaram a sair quadrinhos publicados apenas na internet, com histórias que se passavam na ambientação criada para o filme. Neil Gaiman, Paul Chadwick, Poppy Brite e outros escreveram o roteiro antes de ver o Keanu Reeves descobrindo a verdade, nas telas.
A experiência deu certo, e outros nomes como Troy Nixey, Greg Ruth e Dave Gibbons surgiram depois que o filme saiu, e os quadrinhos já estão na sua terceira fase.
Os quadrinhos não foram o único projeto paralelo que os irmãos Wachowski tinham na manga. Com o dinheiro que o primeiro filme rendeu, eles tinham agora mais brinquedos e possibilidades à disposição. Logo idealizaram Animatrix. Chamaram uns amiguinhos mestres fodaços da animação japonesa, e apresentaram a outros fodaços americanos da animação em 3D. Fizeram nove episódios de 10 minutos que serão lançados em DVD. Tiveram a bondade, no entanto, de lançar quatro dos nove, na internet, para o público.
São arquivos monstrengos, de 140MB, em média. Os disponíveis são: The Second Renaissance - Part I, Program, Detective Story e The Second Renaissance - Part II. As imagens à esquerda, são dos três primeiros respectivamente, duas de cada, de cima pra baixo. A primeira história tem um estilo perfeccionista com traços bem definidos e riqueza de detalhes, conta a história da sociedade e as máquinas, como as duas se desenvolveram, e como tudo se encaminhou para uma grande guerra, seguida de dominação, que geraria The Matrix propriamente dita. A segunda, Program, conta a história de uma equipe de 'acordados' brincando numa simulação que eles mesmos inventaram. O traço é japonês, com cenários renderizados em 3D, "câmeras" muito boas. A terceira história tem cores desgastadas, quase preto e branco, um clima
noir de velhas histórias de detetive. Um investigador particular é contratado para achar a Trinity, e os agentes seguem seus passos para chegar até ela também.
Boas, todas as três. Porém, em inglês e sem legendas. A segunda parte da primeira história sai em Maio, o quarto episódio gratuito. Assim que for liberada, e eu baixar, gravarei um CD com as quatro histórias, os amiguinhos que ficaram empolgados, é só entrar em contato. O formato dos vídeos é 'mov', precisa-se do
Quicktime 6, que está disponível na internet.
Vida longa à Matrix.
n a v e g a n d o
Tem coisas que se encontra por aí que são incontestavelmente engraçadas ou, no pior dos casos, minimamente divertidas.
No site
www.nerve.com tem numa coluna: "position of the day" (posição do dia).
A de hoje é:
SAP - A Rainha do Drama
Tem umas bastante criativas...
.
.
SAP - Levantamento de Cadeira / O Pino que Rola / Aula de Natação
Molhoucos!
o s . m i c r o f i l m e s
Circula nos mais pantanosos becos do submundo da rede mundial de computadores, uma entrevista de conteúdo revelador. Supostamente feita com um dos mais altos comandantes da rede Al-Qaeda. A fonte (um SPAM) não é digna de confiança, nos faz crer inclusive, que é uma informação falsa.
Falsa ou não, a entrevista é divertida. Infelizmente não a tenho comigo, e ela é grande demais para que eu publicasse aqui.
As informações reveladoras são basicamente: A derrubada do World Trade Center foi brincadeira de criança, existem mais de mil integrantes da Al Qaeda morando nos Estados Unidos esperando apenas um telefonema para entrarem em ação. Muitos países (países da Europa, inclusive) e empresas patrocinam a Al Qaeda. Eles compraram 7 ogivas nucleares (5 da antiga URRS e 2 do Paquistão). Essas ogivas já estão em solo americano prontas para serem ativadas. Não poderão ser detectadas e desativadas porque estão muito bem escondidas e cobertas por grossas paredes de chumbo. Como entraram lá? Pelos portos comuns. "Uma ogiva nuclear não é muito maior do que uma geladeira, portanto pode ser facilmente disfarçada como sendo uma". Ele alega que milhares de contêineres chegam em dezenas de portos todos os dias e não se tem como checar toda a carga. A entrevista cita ainda um navio paquistanês que foi revistado, mas só encontraram barras de chumbo. O grande plano é detonar uma ogiva e espalhar varíola com aviões pulverizadores. Se isso não for suficiente, será detonada uma nova ogiva por semana.
Viva o mangue.
m i s s ã o
Chega um momento na vida que a gente tem que refletir e pensar no que é certo.
No que deve ser feito para dissipar o ódio da humanidade.
Porque clicamos no ClickÁrvore? Para ganhar camisas?
A vida deve fazer sentido.
Trabalhar com Telemarketing no Comércio é uma merrrda.
Vamos ajudar
Madame Lamy a arrumar um novo emprego
Obrigado
c o i s a s . d o . s u b m u n d o . . .
"...Olá, um amigo seu entrou no site da Happy Melecão e achou que poderia
lhe interessar, por isso está lhe enviando esta mensagem.
sinta-se a vontade
www.happymelecao.com.br..."
A vida é mesmo muito divertida.
p o e s i a
Devo admitir que à primeira vista, quando eu vejo uma poesia escrita em uma página qualquer, não me dá vontade de ler, não. Mas leiam, leiam que essa é legal.
Plutão - Olavo Bilac
Negro, com os olhos em brasa,
Bom, fiel e brincalhão,
Era a alegria da casa
O corajoso Plutão
Fortíssimo, ágil no salto,
Era o terror dos caminhos,
E duas vezes mais alto
Do que seu dono Carlinhos
Jamais à casa chegara
Nem a sombra de um ladrão;
Pois fazia medo a cara
Do destemido Plutão
Dormia durante o dia,
Mas, quando a noite chegava,
Junto à porta se estendia,
Montando guarda ficava
Porém Carlinhos, rolando
Com ele às tontas no chão,
Nunca saía chorando
Mordido pelo Plutão...
Plutão velava-lhe o sono,
Seguia-o quando acordado:
O seu pequenino dono
Era todo o seu cuidado
Um dia caiu doente
Carlinhos...Junto ao colchão
Vivia constantemente
Triste e abatido, o Plutão
Vieram muitos doutores,
Em vão. Toda a casa aflita,
Era uma casa de dores,
Era uma casa maldita
Morreu Carlinhos... A um canto,
Gania e ladrava o cão;
E tinha os olhos em pranto,
Como um homem, o Plutão
Depois, seguiu o menino,
Seguiu-o calado e sério;
Quis ter o mesmo destino:
Não saiu do cemitério
Foram um dia à procura
Dele. E, esticado no chão,
Junto de uma sepultura,
Acharam morto o Plutão
a s . p a l a v r a s
Só para esclarecer a massa funkeira a respeito da credibilidade das informações passadas pela Ilustríssima Senhora Professora Lourdes Viana (muito competente por sinal), também conhecida como sendo a minha ex-professora de gramática:
A palavra
rubrica, como qualquer um pode ver claramente, não tem acento algum, sendo assim se pronuncia com a sílaba "bri" tônica. Ru
brica.
Muito obrigado.
"Uma arma não é apenas uma arma, é uma extensão do seu pênis!"
(Claudinho [nome fictício])
Abstraia o conteúdo belicista facista da frase e ria, isso é muito engraçado.
s ó . p r a . c o n s t ar
Hoje tomei dois ônibus.
No ponto para pegar o primeiro, momentos antes do meu ônibus chegar, o doido que estava do meu lado levantou e me bateu. Me empurrou com as mãos fechadas enquanto levantava e se afastou resmungando como se estivesse me xingando. Não doeu, mas foi revoltante. Minha natureza pacifista fez com que eu apenas entrasse no ônibus indignado. Lá dentro, 2 minutos de posição fetal foram suficientes para restaurar o meu bom humor.
Na volta, na mesma linha da mesma empresa, parei numa blitz. Numa dessas em que os 'meninos' são especialmente gentis. O policial que me revistou estava com a arma na mão. Tenso? Eu? - Um Zé Bocoió de primeira, engravatado e empaletozado, se recusou a descer e tentou argumentar. AH! Argumentar com Policiais Militares! Mas que Zé Bocoió. Ouviu dois gritos, desceu e foi revistado com a habitual gentileza. Um sujeito desses deve acreditar em Direitos Humanos, Convenção de Genebra, TPM, Constituição... Essas coisas, que todo mundo sabe que não existem.
s e g r e d o s . d o . u n i v e r s o
Hoje, na nossa exposição a respeito das coisas secretas da existência que não deveriam ser reveladas sem um mínimo de responsabilidade, falaremos sobre a
posição fetal
A posição fetal é um recurso poderoso que, quando bem aplicado, resolve todos os problemas. Está para a humanidade dos dias de hoje como o fogo estava para os nossos irmãozinhos das cavernas. Parece improvável que uma mera posição fetal resolva todo tipo de problema que possa aparecer, mas contra fatos não há argumentos.
Junte as pernas bem juntas, mova os joelhos de encontro aos ombros, encaixe os olhos nos joelhos e abrace as pernas com a mão direita no cotovelo esquerdo e vice-versa.
Você alcançou a posição fetal.
Há uma série de problemas considerados insolúveis pela humanidade, dentre os quais podemos citar.
Suas quatro ex-namoradas se encontram numa festa, conversam e riem juntas e estão a um passo de descobrir todas as suas cafajestagens.
Seu carro segue sem freios e descontrolado para um penhasco.
Os mortos se levantam de suas tumbas e rastejam em sua direção querendo mastigar o seu cérebro.
Toupeiras assassinas o perseguem furiosamente.
Nesses casos, e em todos os outros casos sem solução, a posição fetal provocará uma inesperada intervenção do destino. Basta que com fé, você se coloque na posição, conforme indicado, se balance lentamente pra frente e para trás, e se não funcionar imediatamente, experimente gemer assim: "Timmy... Timmy... Tiiiimmy..."
Infalível.
Usem esse conhecimento com cautela.
r e c e i t a
Strogonoff de Chocolate
ingredientes
06 ovos
02 latas de leite condensado
01 lata de leite (medida da lata de leite condensado)
06 colheres de chocolate em pó
100g de nozes ou amendoim ou castanha pilada sem sal
01 cálice rum (opcional)
01 colher de margarina
300g de chocolate em lascas
Misture o leite condensado com o leite, o chocolate em pó, as 6 gemas e o rum em fogo baixo, até o ponto de brigadeiro mole. Deixe esfriar misture o resto dos ingredientes que sobraram (a clara dos ovos também). Deixe na geladeira por algum tempo para servir gelado.
bon appétit
a p e l o
Estávamos na cama, eu, o Cabron, Bob, Rorsharch e Ricky Ricotta.
Discutíamos.
O tema era:
Como fazer com que as pessoas comentem.
Uma questão de estímulo.
Ricky acha que devíamos apelar.
Rorsharch sugeriu análise sintaticomorfologicacultural de letras de Axé.
Niguém gostou.
Lá no meio da madrugada chegamos à conclusão que a questão não é conteúdo.
Ou não deve ser.
Provavelmente o tom.
Alguma coisa inibe as pessoas.
Será?
Hoje é o DMCB! (Dia Mundial de Comentários em Blogs).
Participe.
l i b e r a d o
Queria eu rir
ou
Ensaio Cheio de Erros
Estou muito triste hoje. Na verdade tenho estado muito triste nos últimos tempos. Sinto como se vivesse um vazio. Ou uma vida disforme que não consegue moldar-se aos espaços que ocupa. Espero todos os dias alguma coisa que me deixe realmente feliz. Mas tudo que consigo são momentos de alegria fugidia. A falsa felicidade em minha vidinha de merda. Meus amigos sociais com suas vidas sociais onde não caibo. Onde não quero caber. Minha família com seus demônios para exorcizar e alguns outros que me circundam, mas que não me fazem diferença. E fico só, com a minha sensação de vazio. Com o meu texto cômico. Eles riem da minha "loucura", e riem da minha verdade. Quisera eu rir de todos no final. Contento-me em olhá-los como a que não entendeu a piada. E espero pelas boas notícias. De onde elas viriam? Por que seriam boas? E vivo a imaginá-las. Crio minha vida feliz a imaginar minha felicidade. Mas algum impulso exterior me traz de volta: é hora de acordar. E vejo o sempre tudo igual de todos os dias. A rotina indesejada, a rotina incômoda. São as mesmas pessoas que me repetem seus textos, como se estivéssemos num eterno ensaio cheio de erros. Mas, por que não acertam suas falas? Por que não acerto a minha? Por que uma resposta nunca é suficiente. E tenho que seguir os mesmos caminhos de ontem. E..., se esquecer o meu texto ou perder a minha deixa, o que faço para seguir? Improviso. E sou louca. Vou embora. E sou fraca. Então continuo a imaginar minha felicidade e a mudar as palavras que ouço. Às vezes funciona: ouvir o que quero ouvir. Às vezes não: ouvir o que tem de ser dito. E minha felicidade se vai. Então me permito chorar. E choro por viver uma mentira. Então, crio o mundo real. E imagino tudo que me pode causar dor. E choro pelo meu mundo real. Assim, quando canso de chorar, recrio a minha felicidade e vivo com o mesmo torpor dos que não me fazem diferença. E rio de todos no final.
Bobbie Xxxooo
p e s q u i s a . d e . o p i n i ã o
Molhoucos! Queijo!
Chega, não consigo pensar em nada divertido hoje
Acordei com vontade de conversar. De falar um monte. Há quem diga que é só o que eu gosto de fazer - Mas todas as coisas que eu tinha para dizer são muito cheias de contexto para que eu coloque aqui, para o mundo.
Então eu vou contar uma piada...
u m a . p i a d a
Numa cidade equidistante da planície do Serengueti e a nascente do rio Eufrates, na Europa, vivia um casal que era um exemplo clássico de casamento cristão. Com o passar dos anos o marido, Billy Bob (nome fictício), tornou-se um barrigudo preguiçoso, infeliz com o seu trabalho de burocrata. Já tinha abandonado o convívio social saudável e não jogava mais cricket. Billy Bob não jogava mais cricket com os ex-comunistas. Suzane O'Marion (nome real!) também já estava ficando barriguda, cansada, e tomava vodka escondida do marido e das crianças para se manter sã.
Agora as crianças. June, Dume e Lune eram trigêmeos. Vieram cinco gêmeos de uma só vez, mas Sume e Zume não sobreviveram. Todos só usavam roupas iguais, penteados iguais e brinquedos de liquidação iguais. Eram obrigados pelos pais a tirar fotos de mãos dadas ou interpretando os macaquinhos surdo-cego-mudo. Aos 8 anos, June insistia que era mais velho que os outros dois, teve um ataque escalofobético de tal magnitude que tornou-se o único caso conhecido de epilepsia adquirida. Dume sofre de depressão e vai regularmente ao psiquiatra. Lune, cleptomaníaco, tomava antibióticos para se controlar. Viciou-se nos antibióticos, e acaba de sair de uma clínica de recuperação, livre dos antibióticos e convencido de que é o caçula. Mais novo até mesmo do que Sume e Zume que morreram.
Uma família feliz.
Um dia saem todos juntos para um restaurante chinês, os trigêmeos estão vestidos de marinheiros. Dume briga pra ficar no carro alegando que durante a viagem teve enjôo marítimo. Mamãe Suzane e papai Billy Bob arrancam o menino do carro e chegam os cinco, já em clima tenso no restaurante, sentam-se, e antes da refeição, pedem biscoitos da sorte. Lune rouba todos os papeizinhos antes que alguém possa perceber e come os papéis. Suzane O'Marion, muito sabida, consegue manter o seu papel intacto, longe das mãos ligeiras do seu pequeno marinheiro.
Lê calmamente e em seguida revela: "Olha, fofucho - Suzane O'Marion sempre chamava William Robert [Billy Bob] de fofucho quando estavam em público - Aqui nesse papel diz que você é gentil, charmoso, atencioso e que me faz feliz!"
Billy Bob sorri plenamente satisfeito.
Com desdém, Suzane completa: "É. Erraram a sua profissão também..."
--
Mas que bela piada!
e x p e c t a t i v a
Uma amiga minha, de nome Claudia Monet (nome fictício), escreveu um bom texto sobre tristeza e solidão. Ficou pequeno e bom, bem feitinho, entendível, "se identificável". Eu "se identifiquei". Não completamente, eu não sou ela, e ela não sou eu, mas dá pra ver dentro dela. Ver coração, mas a coisa veio toda junta e embolada, aí expõe baço, rim e pulmão também, tudo junto num parágrafo só. Aí pediu para eu ver, se eu gostava, adorei. "Muda aí o que você não gostou". Nem uma vírgula. Pedi pra publicar e ela não deixou. Tá certo também. É o coração, o baço, o rim e o pulmão dela.
Mas minha vontade continua. Hoje de manhã li de novo.