3.1.09
  2009
Não é novidade que este blog acabou.


Mas o ano de 2009 vem com dezenas de resoluções de ano novo.

Uma delas é ter mais tempo de ócio. Um dos efeitos colaterais de ter tempo livre é dar vontade de escrever. Sempre me acontece. Então é bem possível - se o plano de ter tempo livre der certo - que eu volte a escrever.

Algumas resoluções de ano novo:

- Ir à praia no mínimo uma vez ao mês.

- Domar o avanço das tropas adiposas que, vorazes, assombram o terreno abdominal.

- Não montar nenhum espetáculo de teatro no ano de 2009.

- Só reapresentar qualquer coisa em teatro com dinheiro. E dinheiro certo.

- Comprar um ferro de passar, já que Luiz roubou o meu.

- Comprar um macbook (jogar na lotofácil?)

Entre muitas outras.

Uma que já foi quebrada, de cara, é a de lavar menos roupas na casa de mainha. Visitei finalmente a lavanderia aqui da Vila Xurupita, onde moro, e as duas máquinas de plástico (é tanquinho, que chama?) que habitam o lugar são meramente decorativas. As pessoas utilizam o espaço para lavar roupas na mão. Um dos grandes aprendizados do final de 2008 foi manter a casa em ordem. Demanda tempo. E alguma disciplina. Está pouco a pouco se encaixando na rotina. Em algo que se assemelhe à rotina que perpasse meu dia a dia. Mas de nenhuma forma vou lavar todas as minhas roupas na mão. Não tenho talento, nem tempo. Mas ainda não desisti por completo de atingir essa meta. Vem-me a mente outros planos.

Feliz 2009 pra você.
 
6.10.08
  barata
Eu ia falar sobre a viagem a São Paulo que foi boa em muitos, muitos aspectos.

Mas aconteceu o seguinte:

Estava eu há HORAS no PC, quando me toquei a porta da casa tinha ficado aberta. Fui fechar, e entrou uma barata voadora. Uma barata nível 4, classuda, grandona. Dessas que seria do náipe de Eurico Miranda se fosse uma pessoa. Fumando charuto. Enfim, era uma dessas baratas que se você vacilar, cospem na sua cara. Um baratão.

Veio voando, bateu na minha cabeça, voltou para o seu vôo desconcertado e foi parar debaixo da prateleira. Achou que eu não vi. E ficou quietinha. Eu vi. Encontrei uma barata na cozinha. Eurico Baratão lá olhando pra mim. Juro que quase falei: "Você gosta dos Beatles?", mas desisti da idéia. Por medo da ridiculamente ínfima chance de alguém - de alguma forma - presenciar a cena. Ou talvez por medo da barata responder "Sim! Vem Kafka comigo".

O fim da história você já sabe: eu matei a barata. Mas ela tava embaixo da prateleira numa posição difícil de bater com um chinelo. Sem falar na marca de chinela na parede que não pega bem. Euricão satisfeito de charuto. Quietinha. Fui à pia a passos leves. Enchi um copo de água. Me aproximei como uma pluma e TÊI!!! Água na barata. Ou melhor: Splish (na parede) Splash (no chão).

A barata encharcada de perna pro ar se batendo toda. Peguei o tênis e dei pancadas suaves. Babality. Um "FINISH HIM" ia ser muita meleira. Com papel higiênico recolhi o cadáver e de hoje em diante sempre que o contexto permitir: água na barata.
 
5.10.08
  desce, puta!
Boa notícia um: ACM Neto não vai ser prefeito de Salvador.

Má notícia um: Pode-se esperar de tudo de Geddel e o PMDB, o partido arroz. Um partido sem inimigos. Quem estiver na frente, eles chamam pra conversar? Parece com ACM? Hm.

Qualquer aliança agora é muito delicada.

Com o que eu sei, eu faria isso: Ligaria antes de tudo, para Hilton. Tentaria tratar ele como um ser humano razoável, com quem se pode dialogar. Conversaria sobre o que ele quer ser quando crescer, se vai se candidatar a deputado estadual ou federal, colocar as coisas em perspectiva, e tentar conseguir os 50 mil votos do rapaz no segundo turno.

Em seguida, para Imbassahy. O papo com Imbassahy iria para o lado da competência. Todo mundo sabe que o atual prefeito é uma laranja gigante, que o prefeito da cidade é o ministro. Mas ser ministro e prefeito ao mesmo tempo, dá trabalho, e JH acaba ficando sozinho, as vezes. Quem percebeu isso foi Mário Kbps. Mário Kruschevsks criou uma revista e um jornal SÓ pra falar mal do prefeito. Alguns telefonemas depois, vocês viram a revista dele com um 15 - TABÊIF - na capa. Mário é a outra metade do prefeito. Geddel comprou. Uma secretaria para o PSDB, para tentar os 100 mil votos que o rapaz conseguiu. A fala seria algo como: "Se você quer me ver trabalhando para melhorar Salvador, isso ainda pode acontecer: vote 13".

Mas ainda é pouco. Somaria mais ou menos 40%.

A saída é crer que quem votou em Imbassahy, votou de coração porque acredita mesmo no cara. Ele abandonou a própria campanha uma semana antes. E que quem deixou de votar em Imbassahy, votou no menino (acho). Assim, alguns 25, virariam 13.

Se quem deixou de votar em Imbassahy (pra não perder o voto), votou no 12, digo, 15, um apoio de Imbassahy desceria ainda mais redondo, porque colocaria essas pessoas em dúvida total.

Uma vinda de Lula a Salvador, ajudaria muito. O PT deve estar discutindo isso nesse momento, inclusive. Wagner, que faz a linha reconciliação, já soltou na imprensa que acha que Lula não deve vir. Isso, de fato, iria ajudar a complicar as coisas em Brasília. Mais quatro anos de João Henrique vai ser DOZE.

Um apoio do DEM a JH e as esperanças ficam miúdas. ACM Neto não atacou ninguém durante a campanha, o que virtualmente, o qualifica para qualquer aliança. Um surto de coerência, cairia muito bem.

Isso, claro, com o que eu sei. Mas o que realmente acontece a gente geralmente fica sem saber.
 
25.9.08
  barril
2 meses sem escrever.

E não necessariamente por falta de vontade. Se fosse eu falando e o computador digitando pra mim, ia ser bala, todo dia uma história irreverente impossível da Bahia.

Esses, no entanto, são dias caóticos. Me mudei. Surtei com a Oi. Arranquei a porta do banheiro. Consertei a porta do banheiro pela metade. Ganhei mil presentes de chá de casa nova, todos espetaculares, todos úteis, impressionante. Vou a São Paulo ver um show.

Ontem parou um ônibus FEDERAÇÃO no ponto. Eram 22h20, mais ou menos. "Entra em São Brás?", perguntei. Tem essa coisa bonita na Bahia. A plaqueta do ônibus diz: C. da Silva, que quer dizer que o ônibus vai pela Cardeal da Silva. Mas na verdade o que ele faz? Ele atravessa a Padre Feijó inteira, a Caetano Moura 100% de ponta a ponta, e entra na Cardeal e na primeira curva, sai da Cardeal. São dez metros de Cardeal da Silva apenas. Talvez 11. 

A placa diz: Cardeal da Silva.

Aí o ônibus sobe a Cardeal e entra na primeira a esquerda em São Brás. Não dá tempo de dizer um hai kai, o tempo que ele fica na avenida. Eu moro no meio da Cardeal, o ônibus não serve pra mm. Mas o que eu ia contar mesmo é: perguntei se entrava em São Brás. A cobradora não me entendeu. "O quê?" Entra em São Bráaaas?! "DOMECQ?" Não! São Brás! São Brás! Entra em São Brás? "Ah, entra!"

Não serve pra mim.

Depois passou um ENG. V. FEDERAÇÃO. Esse sim, vai pela Cardeal.
 
26.7.08
  show


Lista amiga paga menos.
50 primeiros e-mails para camilofroes@gmail.com com o assunto: Lucy Lista, entram pra lista amiga e pagam R$12.
 
4.7.08
  táxi
Pausa nas letrinhas.

Peguei um táxi, esses dias, com um taxista visivelmente abalado com algum problema desses que - tal como um cupim - cavucam de dentro para fora a cabeça do sujeito homem. Quando abri a porta ele já estava resmungando. Eu era o primeiro cliente do dia. "Já rodei, voltei, gastei um gás retado, e nada. Primeira corrida é essa, agora."

Circunspecto, calado, estava, mudo e estático fiquei. O motorista permaneceu levemente agitado, numa provável reação ao mau humor de ter saído de casa às 9h, e fazer a primeira corrida às 14h. Esta rabugentice o fez abrir o coração. É aí que vem o diálogo que motiva esse post.

- Eu vou falar um negócio com você... Porque você é homem, vai entender. Veja só. Eu tô com essa mulher já tem um tempo. E tô com ciúme desse cara. É um... Um amiguinho dela, que tá toda hora falando com ela.
- Hm.
- Aí, eu tava com ciúmes e fui falar com ela. Ela disse que gosta dele como PESSOA. Como é isso, ela gosta dele como PESSOA. Que ele é um cara legal, educado, é legal com todo mundo... É uma boa pessoa. Ela gosta dele como pessoa. Mas disse que não sente atração. Assim... Não quer nada com ele.
- Certo...
- Aí depois ela disse assim, que se não tivesse eu, se ela não tivesse comigo, que ela pensaria em até dar uma chance pra esse cara, pra ver se rolava... Porque ele é legal. Assim: ela tá comigo. Não quer nada com ele. Mas veio com essa história de que se não tivesse eu, podia ser que... Cê tá entendendo?
- Tô.
- É, rapaz... Me diga uma coisa? Você ficava com uma mulher dessa?

(Silêncio.)

- Veja só, é pouca coisa pra saber, pra eu dizer, assim, se ficava ou não ficava... É... Ela falou demais, né?
- É, falou.
- Não tinha necessidade.
- De jeito nenhum.
- Pra quê alguém vai dizer um negócio desse?
- É, rapaz! Eu agora fiquei com isso na cabeça!
- Quem é que sai ganhando, pra ela dizer um negócio desse?
- Eu disse que eu tava pensando em largar ela. Ela fez "não, não faça isso", coisa e tal...
- Agora, você veja: acho que ela tava querendo te deixar com ciúme. Né não? Era pra fazer ciúme. Pra quê que alguém vai dizer uma coisa dessa? Talvez ela tenha dito isso só pra ver como é que você reagia. O cara é legal com todo mundo, ela ficaria com um cara legal, aí ficou falando pra ver se... Pams... Né não?

(Silêncio bem mais silêncioso que o outro. Fiquei ouvindo os barulhos do carro. Era desses que na curva dá um chiadinho agudo.)

- É, rapaz... Agora você falou um negócio certo. Aí, ó. A gente tá de fora, vê mais as coisas.
- Não é?
- É... É mesmo...

Aí chegamos ao destino.

- Obrigado, viu, mermão? Deu uma clareada, aqui, agora. Um bom dia pra você.
- Pra vocês também.
 
27.6.08
  alfabeto musical particular

(era clicando era baixando)


01 De Leve - O Quê que Nêgo Quer
02 Dominó - Bum Bum
03 Digitalism - I want I want
04 Death from Above 1979 - Blood on our Hands (Justice Remix)
05 The Dead Billies - I'm a Monster Man

Conhecer o trabalho de De Leve foi o repeteco de algo que sempre me acontece: descubro e me encanto com uma novidade quentíssima que foi lançada há uns... 7 anos. De Leve é um rapper com uma pegada particular, interessante, e bastante bom. O único problema é que ele acha que é muito melhor do que é, o que eventualmente prejudica o trabalho do rapaz. A música escolhida é da primeira fase, mais divertida, um pouco menos política. Tá no EP Introduzindo De Leve de 2001. O cara prega a pirataria e faz a parte dele: desde o princípio disponibiliza tudo o que faz de graça na internet. Ou quase tudo. A discografia completa, ele mesmo passa o link no blog dele: http://www.mininova.org/tor/1528855

Vocês lembram do Dominó? Pesquisando músicas dos anos 80, encontrei um "the best of" que não sei se é oficial ou apenas uma seleção feita por um anônimo. Quase não consegui ouvir nenhuma música até o final, mas Bum Bum é irresistível. Não consegui localizar de qual das muitas fases é essa música. O grupo inventado por Gugu tem 13 ex-integrantes e (pasmem!) voltou em 2003. Não sei se ainda está na ativa.

Digitalism é um duo eletrônico alemão. Gostam de texturas, de trabalhos bem acabados, têm uma pegada bastante reconhecível e é uma banda bem esquisita. Eu gosto, mas as vezes acho que é uma "banda" super-estimada. A faixa escolhida, é uma das mais digeríveis e certinhas da banda, pra quem não conhece não se assutar tanto, de primeira. Estão escalados para o SKOL Beats em São Paulo esse ano. Espero conseguir estar lá para vê-los ao vivo.

Death from Above 1979, outro duo. Vida curta. Lançaram o primeiro EP em 2002, acabaram em 2006. Era um na bateria e nos sintetizadores, e outro no baixo. Estranho, né? Mas o som é legal. Os dois cantam. Quando se separaram - porque um queria de um jeito, outro de outro e não houve acordo - Jesse Keeler montou o MSTRKRFT com Al-P. Sebastien Grainger - o outro - agora é Sebastien Grainger and Les Montagnes. O primeiro e único disco chama-se You're a Woman, I'm a Machine (2004). Em 2005 saiu um outro de remixes, contendo esse remix do Justice que deixou essa música ainda mais pesada e irresistivelmente violenta

The Dead Billies era a melhor banda de rockabily do mundo até Glauber - vulgo Moskabilly -, o vocalista, se separar do grupo e acabar com a brincadeira. Por sorte, eram da Bahia. Dos três que sobraram, o baixista Joe Tromondo foi recrutado por Pitty. Morotó, guitarrista e Rex, baterista se uniram ao onipresente baixista CH e formaram a Retrofoguetes, que é a melhor banda de surf music do mundo. The Dead Billies lançaram dois discos: Don't Mess with the Deadbillies e um álbum póstumo, branco, que eu não sei o nome e nunca ouvi todo, mas João tem, então ouvirei logo, agora que eu lembrei disso. A banda tinha um defeito que era o repertório miudinho. O que não acontece com Retrofoguetes. I'm a Monster Man é a mais hardcore deles, eu sempre pedi nos (5) shows que eu fui e nunca ouvi ao vivo. Não sei o motivo. Por isso, com rancor, essa é a escolhida.

E este é o fim da letra D.
 
  alfabeto musical particular

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01 Chico Science e Nação Zumbi - Todos Estão Surdos
02 Calvin Harris - Acceptable in the 80's
03 Clor - Love + Pain
04 Crystal Castles - Love and Caring
05 The Chemical Brothers - Das Spiegel

Chico Science e Nação Zumbi você conhece. O que talvez não saiba é que eles gravaram Roberto Carlos pra uma coletânea chamada "Rei". Uma coleção bem estranha de artistas fazendo versões estranhas de sucessos do Robertão. Destacam-se, além dessa boa e desconhecida versão dos pernambucanos, a versão de Eu sou terrível feita por João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, e É Proibido Fumar, cantada pelo Skank - a única música do disco que eu conhecia antes de me esbarrar com ele. Essa versão de Todos Estão Surdos é relativamente desconhecida e interessante.

Calvin Harris é mais novo que eu. É um escocês que faz música sozinho no laptop. Daí tava fazendo um segundo disco em casa, feliz da vida, escondido, sem compartilhar com os amigos e a bagagem se perdeu no aeroporto. E lá se vai o laptop. E assim: adeus segundo disco. Coisas da modernidade. Isso foi em abril, agora. Não confiem em ninguém amiguinhos. O primeiro disco chamado "I Created Disco" é de 2007 e foi lançado depois que ele foi descoberto por alguém com dinheiro, no MySpace. Calvin Harris tem uma pegada bastante reconhecível e interessante. É bom ele inventar algo novo logo, senão enjoa. O remix dele de Great DJ do Ting Tings é muito bom. O mesmo para a canção chamada Michael Jackson dos The Mitchell Brothers. Essa canção escolhida é um hit da pista do século XXI. Dos grandes. Mas pouca gente viu. Vejam.

Clor era uma banda inglesa que lançou o primeiro disco em julho de 2005 e acabou em maio de 2006. Que vida. Ouvi pela primeira vez no carro de Moreno. "Esse é um disco que minha mãe largou aí. É muito bom". É mesmo. É estranho multi-gêneros bem feito, talentoso, propositivo. O nome do disco de 2005 é... Clor. Love + Pain é uma das músicas mais digeríveis, das que mais apresentam a banda. Dos disco todo, não gosto de duas. Isso é uma média bem alta. Um dos dois vocalistas está com um projeto solo chamado Barringtone que ainda não ouvi.

Crystal Castles é a banda mais escalde que eu conheço no momento. Love and Caring é das mais lights deles. Soa como uma experiência avançada em esquisitice, escaldação, naquele gostoso limiar de genialidade e bizarrice total. Eu acredito neles. Não é a toa que eles pegaram o nome de um jogo de Atari. O som é bem Atari (o vídeo-game, não confundir com Atari Teenage Riot). São canadenses: Ethan Kath e Alice Glass. Saem usando sample e imagem que acham na internet e são processados por isso. O primeiro disco, criativamente chama-se Crystal Castles (março de 2008) e é assustador.

The Chemical Brothers, se você não conhece, deveria conhecer, pelo maior hit deles: Hey Girls, Hey Boys de 1999, e o clipe fantástico da menina que vê pelas paredes. Ingleses também. É um duo de DJs, conhecidos pelas performances ao vivo - dizem que é mais que impressionante e muito interessante e trabalham juntos há pelo menos 15 anos. Michel Gondry gosta muito deles. No disco de 2007 - o sexto e mais recente - chamado We Are the Night, eles fizeram sucesso com uma canção chamada The Salmon Dance, que conta com vocais de um tal Fatlip (quem?). Das Spiegel certamente é melhor.

A minha própria banda se chama Coletivo über Glam, o que a colocaria na letra C. Não conhece? Conheça: www.myspace.com/uberglam

Essa, amiguinhos, foi a letra C.
 
20.6.08
  alfabeto musical particular

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01 Britney Spears - Gimme More (camilofróes fade bye-bye jan mix)
02 The B-52s - Funplex
03 Black Alien, Speed e Tejo - Quem que Cagoetou
04 Brazilian Girls - Tourist Trap
05 Bonzo Dog Doo-Dah Band - Jollity Farm

Britney Spears dispensa apresentações (também). Esse foi um mix simples que eu fiz. O primeiro que tive coragem de tocar. Encontrei essa canção Gimme More (do Blackout - 2007/2008) em sua versão 'a capella' (a faixa dos vocais separada da base instrumental). Daí fiz um fade mix: ela começa a capella, e a base vai sendo ouvida aos poucos. Note que ela acaba de vez e abruptamente. O software que usei, descobriu que é pirata e não funciona mais. Daria muito trabalho corrigir isso, então te pedirei para ignorar essa falha de acabamento. O nome como está foi dado depois de eu ter tocado: foi na Nave de aniversário, abri meu set com essa canção. A reação de Jan, um dos donos da festa, foi me dar tchau e ir pra longe: daí ficou "(camilofróes fade bye-bye jan mix)".

Eu não conhecia The B-52s. Já tinha ouvido falar, claro, mas não distinguia. Fernanda Popsonic, ouvindo o som de minha banda disse: "tem alguma coisa de B-52s, né?". E eu: "Bififtoquê?". Me comprometi a ouvir essa banda velha. Mal sabia eu, que eles estavam preparando material novo enquanto a tal conversa acontecia. Funplex é o hit do novo disco que se chama: Funplex (2008). Lançaram também um EP com remixes de Funplex feitos por: CSS, Scissor Sisters e Peaches. A original é melhor. Estou conhecendo a banda melhor devagarzinho. De fato, o som do Coletivo über Glam tem alguma coisa de B-52s.

Black Alien, Speed e Tejo fizeram essa espetacular canção que é Quem que Cagoetou. Quem não aprecia nada de rap, funk e/ou hip-hop carioca, pode pular essa. Não conheço tão bem quanto gostaria a história dessa música: chegou até mim através de Pedro e João, ouvindo-a no CD da Trip (2001? Não sei) - no tempo em que a Trip vinha com CD. Uma obra prima do gênero, relativamente escassa na internet, não é tão fácil de encontrar por aí. Então está aí disponível. Grande hit.

Brazilian Girls é outra banda que parei pra ouvir pelo nome. Tourist Trap está no disco Talk to la Bomb (2006), e tem uma introdução king kong muito legal. Sabina Sciubba, a vocalista e de alguma forma, líder do grupo é filha de alemão com italiano e fala italiano, francês, alemão, inglês e espanhol sem dificuldades. E canta nessas línguas. As músicas têm quase todas uma perspectiva dramatúrgica. Não são necessariamente histórias, mas de alguma forma, são narrativas. Uma sequência pensada com início, meio e fim, e não apenas como "letra e refrão". Devem lançar um terceiro disco este ano. A piada do nome parece ser apenas nonsense já que nenhum deles nem nunca veio ao Brasil. A música é exótica, interessante e as vezes muito legal. As vezes chato.

Bonzo Dog Doo-Dah Band, não precisa nem dizer: peguei pelo nome. É uma banda dos anos sessenta muito divertida. Do tempo em que todo roqueiro ouvia jazz e todo baterista tinha que saber rufar muito, muito bem. O som é totalmente debochado e essa banda precisa ser mais conhecida. Só tenho - por enquanto - o disco de estréia (Gorilla - 1967), e escolher uma música só foi difícil. Outras fortes candidatas foram: Look out, there's a monster coming; I'm bored; e The Intro And the Outro que é uma música de apresentação da banda. O vocalista vai descrevendo membro a membro, instrumento por instrumento, e fala de umas 72 pessoas. Aí vai falando de gente que não existe, diz que Eric Clapton é da banda, e assim por diante. Claro, a banda não era essa muvuca toda, eram quase sempre 5 ou 6. Jollity Farm foi a escolhida, não sei bem o porquê. Foi uma escolha difícil. Eu meio que sorteei. Enfim: é divertidíssimo. Em 2006 os vivos se reuniram e gravaram um disco ao vivo. Devagarzinho também, vou descobrindo mais.

Esta, amiguinhos, foi a letra B
 
18.6.08
  alfabeto musical particular
Por ordem alfabética de nome de artista, vou fazer seleções de cinco músicas por letra. Com comentários. Sem periodicidade definida - como tudo na vida -, com a pretensão de ser um pouquinho legal. Não muito. Mas um pouquinho já basta. Letra A, vamos começar:


(era clicando era baixando)


01 Amy Winehouse - You're Wondering How
02 Airto Moreira - Let it out let it in
03 Asian Dub Foundation - Take Back the Power
04 Alien Sex Fiend - Stress
05 Autoramas - Digoró

A idéia da seleção é ouvir nessa ordem. A sequência foi de alguma forma, "pensada", também.

Amy Winehouse dispensa apresentações. Essa música é do disco 2 do Back to Black (2007). Meu amigo Pedro Guimarães me recomendou ouvir especialmente o disco 2, porque tinha músicas boas que não estão a boca do povo. Ou estão menos na boca do povo. Essa é uma das grandes e por isso está na seleção. Parece que ela vai para o Brasil. TIM Festival. Isso se não morrer ou encontrar Jesus até lá. Oremos.

Airto Moreira é um supermúsico brasileiro, gênio precoce - agora sessentão - que resolveu fazer a vida na gringa, e por isso pouca gente aqui o conhece. Gravou com Hermeto, Miles Davis, etc. Aquela coisa: o cara é um animal no jazz fusion, as credenciais estão todas lá, mas pra nós humanos - ouvindo como música "comum", não é tão extraordinário quanto o currículo faz parecer. É apenas muito bom. Tiro essa impressão dos discos que eu baixei, [Life After That (2003), Revenge of the Killer Bees (remixes do disco Killer Bees)(1998) e Homeless (1999)], que não empolgam tanto apesar de muito bem feitas. Essa, de todas, é a que eu mais gosto.

Asian Dub Foundation me fez pensar com bastante calma o que é dub. "O que é dub", aliás, é um debate que eu já presenciei diversas vezes. Conheci Asian Dub Foundation quando me chamaram pra ser DJ num show de duas bandas de reggae. Reggae é um dos meus pontos fracos. Tenho pouco, sei pouco. Baixei todo tipo de coisa. Caiu no meu colo esse disco Tank (2005). A música que abre o disco usa um loop de drumembêis. E eu que sempre pensei em dub como associado a delay e ópio. Vai saber. A banda é BOA. Essa não é a melhor música nem do disco, mas fica boa tocada depois de Let it out let it in.

Alien Sex Fiend é uma dupla (Nil Fiend e Ms. Fiend) completamente insana de 1982 que permanece até os dias de hoje. Baixei a discografia por engano (ah, a modernidade) achando que o nome da banda era Alien Sex FRIEND. Pensei "que nome legal". Quando vi que estava errado fiquei decepcionado. É como um Pink Floyd mais tosco e com muita anfetamina. As músicas mudam completamente no meio, como se fossem duas (ou três) músicas numa mesma faixa. Comentários de 14 segundos entre uma música e outra não são incomuns. Esta canção Stress é uma das poucas que dá vontade de ouvir de novo e que não te faz sentir que você perdeu uma parte importante da piada. É do disco Curse (1990). Drogas.

Não me empolgo com Autoramas. Gabriel Thomaz tem um currículo melhor do que o seu trabalho autoral: compôs para Raimundos, Ultraje a Rigor e sua banda anterior era Little Quail & The Mad Birds(!). O jeito forçado médio-agudo de cantar não desce. Essa impressão não se restringe a essa banda, mas a toda uma vertente do novo rock nacional. Nesta canção, Digoró, no entanto, do disco Teletransporte (2007), os Autoramas mostram que andaram ouvindo Fausto Fawcett. Pra quem conhece Fausto, a referência é quase literal. Tem praticamente uma citação de Chinesinha Videomaker. O jeito de narrar. O tipo de viagem. A interferência feminina. Fausto Fawcett puro. Como fã de Fausto, gosto.

E esta foi a letra A.
 
16.5.08
  atolado
Desgraçadamente ocupado. Infernalmente mau-dormido. Abuso de gerúndios.

Dias melhores virão.
 
11.5.08
  promoção
Itapoan de Caetano, me emociona profundamente. O jeito de cantar. A verdade do que é cantado. A cara-de-pau do que se canta. Tá gravada no Circuladô. Duas músicas instrumentais de Jarbas Bittencourt, amigo meu, me deixam meio em suspensão. Os nomes são Um Pouco de Paixão e Perfume de saudade. Duas músicas de trilha sonora que acho que falham como trilha sonora; são tão bonitas que se bastam. Uma cena pra acompanhar aquilo é um exagero. Basta ouvir. Cambalache cantada por Raul Seixas é a versão mais verdadeira que eu já ouvi da música - existem muitas-, a mais coerente. É ouvir e achar que estamos na merda. Não dá pra discordar. Since I've been loving you é o épico hard rock do Led Zeppelin mais marcante pra mim. É amor dramático, saturado, explodido, irreversível. Falta pouco pra sair sangue do disco. O Bolero de Ravel é bruto, marcial, e ao mesmo tempo delicado. Referência eterna. Perdi a conta das vezes que ouvi a versão de Peter Gunn do Emmerson Lake & Palmer, que é considerada uma versão tosca por muita gente, mas foi a primeira que eu ouvi. Todas as outras parecem meio incorretas. Essa tá cravada. Eles fizeram do jeito deles, e colocaram a marca deles na música. Pra mim, tem alguma coisa faltando ou sobrando na versão original. E nas outras todas. Eleanor Rigby não precisa de explicações. É a música mais triste e linda do mundo. Tenho certeza que até Vinicius de Moraes já disse isso, falta achar quem tenha ouvido quando ele falou. Try a Little Tenderness com The Commitments é uma aula de amor. Uma canção-conselho dogma que jamais passará despercebida. Máscara Negra de Zé Keti, na versão dele, é o blend mais preciso e equilibrado de alegria e tristeza que eu conheço. Uma obra prima.

A Nave colocou All My Friends do LCD Soundsystem nessa lista pessoal de músicas marcantes.

Surgiu a idéia de fazer o Baile Esquema Nave, uma festa de reveillon com DJs das duas festas misturando os dois climas. Com a disposição pra diversão que o reveillon provoca, tecnicamente tinha pouco pra dar errado, não fosse o fato de a escolha do reveillon ser extremamente pessoal e/ou envolver rituais de passagem diversos que dificilmente poderiam acontecer numa casa como a Boomerangue, de onde não se veria fogos, nem praia, e sim muita cerveja e pouco champagne. Aqueles que se sentem conectados com a energia positiva global no momento mágico da virada certamente estariam quebrando a corrente, fechados numa casa fumacenta no Rio Vermelho.

Pra nossa sorte muitos hereges desespiritualizados gostaram da idéia e a festa foi um sucesso.

Decidir fazer foi decidir não ir a um paraíso tropical com meus amigos, nosso ritual de passagem particular/coletivo que tentamos organizar todo ano. Muitos dos amigos que passam o ano novo junto não gostam de Nave. Ou de Baile. Ou dos dois. Ou queriam ar livre e rituais. Eu já sabia disso desde o princípio. Eles lá, de biquini e sunga bebendo na varanda a tarde toda, falando besteira e tentando se cansar da paisagem maravilhosa, e eu estressado enchendo bolas pra decoração.

Consegui me distrair no dia da festa. Não foi difícil, tinha muita coisa pra fazer. Muitos detalhes pra resolver. Entre uma coisa e outra, olhava pras paredes e via uns coqueiros. Tratei de me ocupar.

A festa começou, el Cabong abriu a pista de cima - começou pela pista de cima - um pouco depois das 21h (atrasou um pouco) com um set Baile. As pessoas estavam gostando, estavam animadas. 23h a pista de cima encheu e se bem me lembro, Amy Winehouse fez a transição pra uma pegada Nave no set. O povo aprovou, e já parecia um pico de festa, já nas primeiras horas.

Não consegui mais trabalhar. Não tinha mais o que fazer. Era esperar meia noite pra fazer a contagem - adoro ser o chato com o microfone - e começar a tocar. Como estariam as coisas com meus amigos? (aqueles que vêm primeiro no pensanmento). A gente nunca consegue reunir todo mundo. Estavam quase todos lá. Menos eu e mais umas três ou quatro dissidentes que preferiram apostar na festa. Celular sem sinal. Sem notícias deles. Fiquei alegre triste. Máscara negra. A festa já era um sucesso. Viva. E eu um pouco sozinho no meio daquilo tudo. Faltam 5 minutos pra meia noite. Começa uma música de um acorde só. Um rock que cresce como o Bolero. Um rock que adivinhou o que estava acontecendo e me pergunta: where are your friends tonight? e depois fala por mim: if I could see all my friends tonight, if I could see all my friends tonight, if I could see all my friends tonight, if I could see all my friends toniiiiiiiight.

Fa-fa-fa do Datarock foi a última música do ano, logo depois dessa. Me animou. Olhei pro relógio: meia-noite e três. Peguei o microfone e contei 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1. Feliz ano novo. Feliz 2008. Da pista emergiram muitos, muitos amigos. Foi lindo. Daí comecei a me divertir, e só fui voltar a pensar no mundo que existia fora dali muitas horas depois.

Nave passada quando el Cabong, de novo, tocou essa, chorei quase instantaneamente. Foi como ouvir Itapoan. Foi como acreditar em Since I've been loving you. Ouvir All My Friends vai ser pra sempre uma experiência forte.

Blame the DJ.

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A nave de três anos que aconteceu sábado passado tinha uma promoção para as pessoas contarem suas histórias da Nave, e as melhores ganhavam ingressos e prêmios.

Lembrei tarde demais de uma história que foi realmente marcante e que não difama nem expõe ninguém.
 
2.5.08
  apontar e rir
Depois de muito tempo, porque eu gosto de ler sobre assuntos diversos e me divirto em alguns casos (admito) com a desgraça alheia, fui dar uma olhada na Revista da Metrópole.

O espaço impresso eleitoral gratuito bancado por Mário Quércia. Digo, Karts. Kertész. Enfim.

Claro, escolhi o texto de Juliana Cunha pra ler. Qual não foi minha surpresa ao perceber que na última edição havia não um, mas dois textos dela. Talvez três, não procurei tanto.

Mário sentou com JC e disse algo como: Ju, tenho uma tarefa complicada pra você. Preciso que você saia sábado à noite para 10 festas e eventos diferentes. Tire o que puder de informação deles nos 15 minutos que passar em cada um, e conclua, mesmo tendo estado em 10 eventos em uma noite só, que não há o que fazer em Salvador. Pra ninguém. A cidade é uma merda. E a culpa é do prefeito. Você pode fazer isso?

Claro.

A reportagem é cheia de "estilo". Citações que demonstram erudição questionável, suposta superioridade intelectual e uma quantidade razoável de piadas internas - ou uso de gírias muito pouco difundidas, enquanto a linha editorial da revista-panfleto é 'voltada para o povão'. Algo como "nós, aqui do povo, que usamos mesóclise e citamos Camões - jamais algo que não seja Os Lusíadas, ok? - como quem fala da novela".

Quando os entrevistados se mostram satisfeitos com as opções da cidade a reportagem contorna. Quando a menina que vende amendoim - a menina que vende amendoim foi entrevistada, ok, é uma revista popular, para o povo - diz que o largo de Dinha está cheio todos os dias, a reportagem encontra uma forma de rebater. Não tem mesmo o que fazer em Salvador. Nunca.

O melhor é o roteiro: Boomerangue (em dia de Nave, mas sem ver a Nave), Lotus, Tom do Sabor... Garcia? Itapoã? Ed Dez? Alguém? Nada. No fim do texto, uma parada num posto de gasolina no Imbuí foi o mais distante de uma classe média-alta salvadorense (SIC), por ser Imbuí - não por ser posto de gasolina que é o programa legal número um da nossa juventude motorizada. Poderia ter aproveitado que tava no Imbuí pra pegar o finalzinho do show de Serginho e a rapaziada na barraca K&K.

Eu gosto cada vez menos de Mário. Resta ainda algum respeito. Pouco. E a Revista da Metrópole é uma das maiores causas. É uma revista desonesta.

Sugestôes à reportagem:
Tentar concluir depois de terminar, e não antes de começar.
Se as pessoas ouvem suas perguntas, porque não ouvir as respostas?
Saia da Orla e encontre o que fazer todos os dias do ano, exceto São João.
Se quiser o que fazer pensando na classe média, pode admitir. Não é errado. Fazer o circuito classe média e dizer que NINGUÉM tem o que fazer, é estranho.

e mais importante:
Nunca mais ridicularizar e desrespeitar Virgínia Rodrigues.

Texto risível aqui: www.revistametropole.com.br

Porque perder tanto tempo com isso? Eu estou pessoalmente magoado com Juliana Cunha desde que ela terminou o blog dela. Era diversão para toda a família. Assunto para o almoço. Risadas intermináveis pra aliviar o estresse no trabalho. E o blog acabou. Daí me divirto falando mal das porcarias que ela escreve. Prometo não fazer mais.
 
1.5.08
  diplomacia
A diplomacia anula o post de baixo.
 
29.4.08
  gimme shelter
Volta a busca por um lar.

Qualquer pista, tô aí.
 
28.4.08
  encontros
Hoje me abordaram na rua.

Não gosto de abordagens. De qualquer tipo. Mesmo se for pra distribuir brinde. As pessoas costumam ser insistentes se você mostra desinteresse - eu geralmente mostro desinteresse -, e eu tendo a ser grosso com desconhecidos insistentes. Não gosto de ser grosso. Então por regra, me faço de zumbi-surdo-manco-sem-cérebro e sigo em frente, babando, para evitar assaltos homeopáticos, panfletos de faculdade particular e gente doida em geral, como a moça que me revelou em tom de segredo recentemente que limão com jamelão é bom pra AIDS.

Hoje, ao contrário do usual, as abordagens foram civilizadas e respeitosas. A caminho do trabalho, foram três. Um cara queria saber como chegar à igreja de São Lázaro. Eu sabia. Nos demos bem. O outro tem AIDS e quer minha ajuda financeira. Não tenho dinheiro. Ele entendeu. Um terceiro queria saber se eu era o cara da banda de sábado no ICBA. Sim, era eu. Disse que gostou do show, perguntou que língua era aquela, se as músicas eram nossas e como poderia ser informado do próximo show. Respondi. Ele imaginou que eu talvez estivesse com pressa: está com pressa? Estou. Ah, ok, obrigado, então, até o próximo show, e parabéns.

Que bom.

Essas coisas realmente me deixam satisfeito. Satisfeito com o mundo. Em geral. Como um todo.
 
27.4.08
  cinema
Hoje teve filmagem. Participei no curta que meu irmão dirige.

Aparecerei por uns 3 segundos inteiros!

Inexperiente com o cinema, saí de casa sem nenhum passatempo. Não levei nem uma revistinha do Cascão. Cinema demora. E não tem muito outro jeito a dar. Demora e pronto.

Mil detalhes precisaram ser resolvidos, tudo demorou 5 minutos a mais que o previsto e somando todos os 5 minutos de demora, nos restou 5 minutos de luz, pra fazer as filmagens "pra valer". 3 tomadas e parece que ficou tudo Ok. Aí a luz acabou e fim.

Cansei. Mas foi legal. Você sente como se o tempo, aquele tempo, aqueles segundos fossem preciosíssimos. Importantíssimos. E são. Sob diversos aspectos.

Eternidade, lá vou eu.
 
25.4.08
  avenida sete
Hoje saí pra comprar algumas coisas de que preciso ali na Avenida Sete.

O que se entende daí é que eu posso ter ido da Joana Angélica à Lapa, passando pelo Largo 2 de Julho, Mouraria, Campo Grande e em alguns casos, Farol da Barra.

A Avenida Sete é possivelmente o lugar mais folclórico desta cidade, porque lá (dizem) tem tudo. Onde eu consigo tinta pra tecido? Um coração de porco fresquinho? Uma luminária com luz negra? Camiseta baratinho? Pano de chão? Água em garrafão? Cachorro quente com orégano? Avenida sete. Qualquer coisa que não seja exclusividade de shopping center (pretzels), ou artigo de loja especializada (guindaste) lhe será informado que você acha FÁCIL na Avenida Sete.

Mas não é só isso.

Se por acaso disser para quase qualquer conhecido soteropolitano: não acho aqueles varais de montar dentro de casa, receberei a resposta padrão: OXE MEU FILHO, tem FACINHO, ALI na Avenida Sete. As letras em maiúsculo reforçam o desdém com que a frase é dita. O subtexto é enorme. O "OXE MEU FILHO" está dizendo: mas é um menino amarelo que não não sabe nem procurar as coisas direito. Cresceu na Pituba. Não faz um ovo frito sem ligar pra mãe. Tem medo de pobre. Não sabe andar na cidade. Logo se vê, branco desse jeito, não sai da frente do computador. O "FACINHO" vem com aquele tom de experiência pessoal. Como se dissessem 'eu mesmo já comprei varal na avenida sete umas DUZENTAS vezes'. Porfim, mas não menos importante, o "ALI", demonstra como a Avenida Sete é um lugar acessível. Por onde todo mundo passa no caminho pro trabalho, na volta da escola. Não se acha pão de qualidade em outro lugar da cidade. Todo mundo vai, todo dia, na Avenida Sete.

Hoje, minha Avenida Sete foi: Largo 2 de Julho, Politeama e (pasmem), Avenida Sete.

Uma variável para a Avenida Sete é o Bompreço. Tem qualquer coisa lá. Se você disser que não tem, porque você foi, procurou, e não achou, a resposta também é padrão: "Mas tem que ir no HIPER, né, MEU FILHO?"

Só e somente só explicando que você mora (ou morava) a vinte metros do Hiper, é que dá-se o braço a torcer com duas saídas clássicas (a) ah, devia ter acabado, volte lá semana que vem, ou (b) ah, então não sei. Em alguns casos não tão incomuns, ouve-se (c) VOCÊ QUE NÂO PROCUROU DIREITO. Provavelmente porque o "você" em questão é um menino amarelo que cresceu na Pituba e não sai da frente do computador.

Da próxima vez que alguém lhe indicar a Avenida Sete como fonte infinita de artigos múltiplos e ainda por cima baratinhos, experimente pedir o endereço. O nome da loja. As coordenadas no Google Maps. Eu experimentei. Em 90% das vezes, neguinho se embanana todo. É lindo.
 
  boa viagem, meninos
A Outra Companhia de Teatro está viajando.

Eu não.

Apesar de ser fundador da Companhia e ter participado em pelo menos duas funções (geralmente quatro) em tudo o que a Companhia faz, dessa vez eles estão rodando o Brasil e eu estou aqui de pernas pra cima (até parece).

Os espetáculos Debaixo D'água em Cima D'areia e Arlequim - servidor de dois patrôes, além de atividades de oficina, intercâmbio e várias cuecas sujas passarão por Vitória (Espírito Santo), Vitória da Conquista, Almenara (Minas Gerais), Picos (Piauí), Juazeiro, Petrolina (Pernambuco), Maceió (Alagoas) e Aracaju (interior da Bahia). As viagens são todas de ônibus e o ritmo é frenético. Praticamente um road movie.

Se tudo sair mais ou menos próximo do planejado, as desventuras desta companhia viajante serão relatadas em um blog de viagem.

Os motivos para viajar são diversos. Os motivos para não viajar, também. Uma mensagem em sonho me avisou que se eu viajasse, seria artista pra sempre e nunca me tornaria rico (como na profecia). Foi tudo ganância.
 
23.4.08
  esquentando
O próximo Baile Esquema Novo acontece no dia 17 de Maio.

Vai ser um baile temático: BAILE DO AMOR.


 
  google
Eu devo ter sido o último a perceber isso de iGoogle.

iGoogle

É minha página inicial em casa e fica atualizando e-mail, orkut, notícias e bobagens numa tab só. Reduz consideravelmente o ritual de "chegar" à internet.

Eu usei por muito tempo o Google Desktop. Até que ele se converteu de software em vírus e começou a destruir o PC. O iGoogle tem gadgets parecidos, e em breve, todos os gadgets vão passar de software para essa versão onláine.

Outra interferência Google em meu cotidiano para me manter informado e ao mesmo tempo inútil, é o Google Reader, que é um leitor de feeds onláine.

Pode ser tão útil quanto perfeitamente inútil. Na dúvida, melhor saber que existe.
 
22.4.08
  ...
É, não tenho mais 'a manha' de mexer no template desse negócio. só vai mudar a logo, mesmo. Paciência.

Uma das metas dessas férias era ir à praia. Não fui.

Mais pra frente tiro os 10 dias de férias que restam. Daí tenho que ir à praia. Mesmo se chover.
 
  viver trabalho
Quando fui contratado pelo Teatro Vila Velha como estagiário em 2002, comemorei. Queria me envolver com teatro, queria estar perto de coisas acontecendo, sendo criadas, transformadas, construídas. Fiz oficinas de teatro lá desde 1998. Tinha participado rapidamente como música de dois ou três espetáculos.

Neste dia, no dia em que virei estagiário, o técnico de som - conhecido meu - me alertou: "você tá achando bom? Daqui a pouco você vai estar ligando pra casa: 'alô, mãe? Não vou poder passar o Natal com você dessa vez, tô resolvendo umas coisas aqui no Vila!'"

Ri. Achei que era brincadeira.

Anos depois, estou morando num apartamento muito, muito perto do Vila. Perto assim: o ensaio de noite é barulhento, então eu não durmo. A oficina de teatro da manhã é barulhenta, então eu acordo.

Saí de férias. Fizemos um acordo de partir as férias para que as coisas no teatro sigam mais... redondas. Dos 20 primeiros dias de férias, eu estive no Vila (por um motivo ou por outro) em 11 deles.

O tal técnico de som já conseguiu um emprego com horário regular, que paga mais, e a carga horária ainda é menor. Diz ele que se diverte menos na nova ocupação, mas todo dia volta pra casa e a padaria ainda está aberta.

Isso deve ser muito bom.
 
21.4.08
  vou voltar a escrever
deu vontade de novo.

Pra 'marcar' o retorno depois de mais de um mês sem notícias, vou mudar a cara um pouquinho. Hoje, nenhum FTP quis funcionar. Amanhã então, retomo.
 
5.3.08
  estréia

 
blog. só um blog.

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